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07/12/2005 - 09h06

Cliente migra para Promocenter após blitz

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CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES
da Folha de S.Paulo

A megablitz de 700 fiscais da Receita Federal e da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo --que resultou na interdição do Stand Center, na avenida Paulista-- levou parte dos consumidores a migrar para o Promocenter, centro comercial na rua Augusta, a poucas quadras dali.

O Promocenter comercializa produtos semelhantes aos do Stand Center, segundo constatou ontem a reportagem da Folha. Bolsas falsificadas das grifes Fendi, Louis Vuitton, Chanel e Prada custam entre R$ 60 e R$ 100. Jeans da marca italiana Replay saem por R$ 200 --cerca de 20% do preço do produto original.

Tênis "genéricos" da marca Nike custam em torno de R$ 100. Os originais, R$ 250. Há jogos "prensados" para o videogame PlayStation 2 por R$ 15 --os originais saem por cerca de R$ 200.

"Vendemos as bolsas de primeira linha, por R$ 50, e as réplicas, forradas, por R$ 100", diz N., vendedora que prefere não se identificar. "A loja "encheu", sim, após a operação no Stand Center", diz.

Em um dos estandes que comercializam eletroeletrônicos, o vendedor C. diz que os funcionários que trabalhavam na loja do Stand Center foram deslocados para a do Promocenter. "É temporário, até a situação se ajeitar."

No box, um dos maiores sucessos de vendas, segundo informa o vendedor, é o MP3 --"réplica" da marca Sony-- que custa R$ 150. "Nosso único produto original é um MP3 coreano, vendido por R$ 240." Quando questionado sobre a origem dos produtos, o vendedor desconversa: "Isso é com o proprietário da loja".

Cesar Mendes Moreira, gerente do estacionamento Massis, em frente ao Promocenter, notou aumento de 40% no movimento de carros nos últimos dias. "Com certeza, está relacionado ao fechamento do Stand Center. Aqui [diz apontando para o Promocenter] é a Galeria Pagé dos ricos."

Enquanto a reportagem conversava com consumidores, dois homens (um chinês e um brasileiro) saíram do Promocenter carregando sacolas de plástico preto com caixas de produtos eletroeletrônicos. Ao serem abordados na esquina da ruas Luís Coelho com Augusta, enquanto tentavam entrar em um ônibus, disseram à Folha que não eram consumidores, que não trabalhavam no Promocenter e que não carregavam eletroeletrônicos. Em seguida, atravessaram a rua e entraram rapidamente em um táxi.

"É a primeira vez que compro aqui. Realmente os preços são menores", afirma a consumidora A.R.P., 28, que veio de Fortaleza (CE) passar férias em São Paulo. Ela diz que comprou CDs, pilhas recarregáveis e mini-DVDs.

Paula, funcionária de uma loja de eletroeletrônicos do Promocenter, já não sentiu aumento de público. "O movimento está pior do que o do ano passado. O consumidor não tem dinheiro. Os cheques sem fundos foram tantos que agora só aceitamos cartão." Ela informou que há poucos meses a loja começou a vender produtos com nota fiscal.

A Folha procurou ontem o setor administrativo do Promocenter. Os telefones que constavam no site do centro comercial (www.promocenter.com.br) não atenderam das 14h às 18h. Às 18h16, um funcionário do setor administrativo, que se identificou como Gouveia, disse que estava em férias e que não podia fornecer informações.

Stand Center

O Stand Center conseguiu ontem autorização do Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis), ligado à Secretaria da Habitação da Prefeitura de São Paulo, para executar obras relacionadas à segurança do prédio. Na segunda-feira, o órgão interditou o local por entender que o estabelecimento oferece riscos.

"Representantes do Stand Center já estão com autorização para executar obras relacionadas à segurança do shopping. Depende só deles agora o prazo para as lojas reabrirem", disse Reinaldo Saccoman, da Subprefeitura da Sé.

Após dois dias de vistoria no Stand Center, quatro técnicos do Contru constataram problemas nas instalações elétricas do local, nos equipamentos para combater incêndios e nas rotas de fuga.

Pedro Mora Siqueira, advogado do Stand Center, diz que as "irregularidades apresentadas pelo Contru são pequenas" e que os reparos serão feitos "rapidamente".

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