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12/12/2005 - 11h18

Acionistas da Varig se reúnem hoje em Porto Alegre

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da Folha Online

Os acionistas da Varig vão se reunir hoje em assembléia em Porto Alegre (RS). Entre os assuntos que devem ser colocados em votação está mudança no comando da companhia, ocorrida no último dia 18 de novembro.

A Fundação Ruben Berta, que detém 87% do capital votante da Varig, determinou o afastamento de David Zylbersztajn e Omar Carneiro da Cunha da presidência do conselho e da companhia, respectivamente. Para seus lugares foram nomeados Humberto Rodrigues Filho e Marcelo Bottini.

A decisão da Fundação precisa ainda ser referendada pelos acionistas minoritários. O principal acionista minoritário é a Interunion Capitalização, com 7,6% das ações ordinárias da Varig. A Interunion pertence ao empresário Arthur Falk --o mesmo dos títulos de capitalização Papa-Tudo.

A reunião dos acionistas da Varig vai ocorrer um dia antes da assembléia de credores, marcada para terça-feira. No entanto, a Varig já analisa a possibilidade de adiar a assembléia para evitar que o plano seja rejeitado pelos credores.

Numa eventual rejeição, a Justiça pode decretar a falência da companhia. Para evitar essa situação, a Varig pretende esvaziar a assembléia, que, por falta de quórum, pode ser adiada para o dia 19.

O novo plano de recuperação da Varig prevê a criação de quatro FIPs (Fundos de Investimento e Participações). Os três primeiros agrupariam os créditos de cada uma das classes: trabalhistas, com garantia e quirografários. O quarto fundo concentraria a participação da Fundação Ruben Berta. Esse quarto fundo seria administrado por uma equipe indicado pelos credores.

Advogados que acompanham o caso disseram que esse plano --uma versão da velha proposta de transformação de créditos em ações-- é última tentativa da Varig de ganhar fôlego para encontrar um investidor interessado em comprar a companhia. A teoria da empresa para convencer os credores é que a proposta é melhor que a falência e evita que a Varig seja vendida a 'preço de banana'.

No entanto, os credores da classe 3 --representados pela Infraero, BR Distribuidora e Banco do Brasil-- já avisaram que vão rejeitar o plano da Varig. Na opinião deles, a Varig só terá salvação se a Fundação for afastada de seu controle.

Leilão da VarigLog

A estatal aérea portuguesa TAP deve ser informada hoje sobre as propostas feitas pelo fundo norte-americano Matlin Patterson e pelo grupo Docas para comprar a VarigLog (cargas) e VEM (manutenção).

As duas subsidiárias da Varig foram vendidas em novembro por US$ 62 milhões para a Aero-LB --sociedade de propósito específico liderada pela TAP-- com a condição que outros interessados poderiam apresentar ofertas de compra até sexta passada.

De acordo com executivos do setor, o Matlin Patterson teria oferecido US$ 117 milhões, sendo US$ 77 milhões pelos ativos e US$ 40 milhões por uma operação de antecipação de recebíveis. A proposta do grupo Docas chegaria a US$ 130 milhões.

A TAP tem até o dia 19 para responder se cobre ou não as ofertas. Se o negócio for desfeito, a TAP receberá US$ 12,5 milhões de indenização.

Essa condição foi imposta porque não havia uma avaliação de mercado da VarigLog e VEM quando a venda das subsidiárias foi aprovada pelos credores. A consultoria Deloitte, nomeada administradora judicial do processo de recuperação da Varig, entregou essa avaliação na sexta-feira para os juízes Luiz Roberto Ayoub e Márcia Cunha, das Varas Empresariais do Rio. Executivos que acompanham o caso dizem que a VarigLog e VEM teriam sido avaliadas em US$ 300 milhões.

Ao saber da avaliação, os sindicatos de aeroviários e aeronautas pediram para o juiz Ayoub prorrogar o prazo de entrega das propostas de compra da VarigLog e VEM. Mas o juiz indeferiu o pedido, pois considerou soberana a decisão da assembléia de credores, que estabeleceu a data limite para apresentação de ofertas.

Procurada pela reportagem, a Varig informou que não se pronunciaria sobre o assunto, pois precisa informar primeiramente a TAP sobre o resultado do leilão antes de divulgar qualquer coisa para a imprensa. A Deloitte também não comentou o caso.

Especial
  • Leia mais sobre a recuperação judicial da Varig
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