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25/12/2005
-
09h45
PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
Os aluguéis, que já foram uma importante fonte de renda para a economia brasileira, perdem a cada ano participação no PIB (Produto Interno Bruto) porque seus preços têm subido menos do que a inflação média.
Em 1999, eles representavam 14,2% de toda a produção de bens e serviços. Em 2004, o peso dos aluguéis caiu para 9,4%.
Com essa perda, o setor de serviços ficou menos pesado no PIB brasileiro, num movimento inverso ao das economias desenvolvidas, nas quais o setor ganha participação em detrimento da indústria e da agropecuária.
O peso do setor de serviços era de 55,7% em 2004 -- em 1999, estava em 60,9%.
A indústria, por sua vez, ganhou peso -- de 36,6% em 1999 para 38,9% em 2004. O mesmo ocorreu com a agropecuária, cujos desempenhos têm superado nos últimos anos os dos demais setores. Sua participação no PIB cresceu de 8,3% para 10,1%.
Segundo Roberto Olinto, coordenador das Contas Nacionais, a principal causa da perda de espaço dos aluguéis no PIB é a queda de preços. Sistematicamente, os aluguéis têm subido menos do que a inflação.
Tal fenômeno aconteceu em 2004, quando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 7,6% e os aluguéis registraram uma variação positiva bem menor -- 1,51%.
Em 2003, a distância foi ainda maior. O IPCA teve alta de 9,3%. Já os aluguéis tiveram aumento de 3,73%.
Neste ano, a situação é exatamente a mesma: os aluguéis sobem numa velocidade menor, embora a diferença tenha caído. Os aluguéis tiveram alta de 2,55% de janeiro a outubro. Já o IPCA registrou alta de 4,73%.
Segundo Olinto, os aluguéis subiram muito pouco antes e logo após o começo do Plano Real. Seus preços estavam defasados e foram corrigidos para cima. Passado esse período de ajuste, começaram a ceder.
Em 1999, por exemplo, quem alugou um apartamento pagou -- 2,41% menos, em média -- o IPCA naquela ano registrou alta de 8,94%, sob forte impacto da desvalorização cambial. "O que houve foi um realinhamento", afirma Olinto.
Os aluguéis foram determinantes para a redução de peso dos serviços na economia. É que todos os demais subsetores se mantiveram mais ou menos estáveis desde 1999, ganhando um pouco num ano e perdendo outro tanto em outro.
Foi o caso do comércio, cuja participação total na economia brasileira avançou de 7,1% para 7,8%. O peso do setor financeiro variou de 6,3% para 6,6%.
Com o avanço tecnológico e as privatizações, o subsetor de comunicações (que inclui telefonia) viu sua participação crescer de 2,4% para 3,1%.
Na indústria, o maior avanço ficou com a a extrativa mineral -- 1,5% para 4,2%.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre aluguéis
Aluguel sobe menos e perde peso no PIB
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da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
Os aluguéis, que já foram uma importante fonte de renda para a economia brasileira, perdem a cada ano participação no PIB (Produto Interno Bruto) porque seus preços têm subido menos do que a inflação média.
Em 1999, eles representavam 14,2% de toda a produção de bens e serviços. Em 2004, o peso dos aluguéis caiu para 9,4%.
Com essa perda, o setor de serviços ficou menos pesado no PIB brasileiro, num movimento inverso ao das economias desenvolvidas, nas quais o setor ganha participação em detrimento da indústria e da agropecuária.
O peso do setor de serviços era de 55,7% em 2004 -- em 1999, estava em 60,9%.
A indústria, por sua vez, ganhou peso -- de 36,6% em 1999 para 38,9% em 2004. O mesmo ocorreu com a agropecuária, cujos desempenhos têm superado nos últimos anos os dos demais setores. Sua participação no PIB cresceu de 8,3% para 10,1%.
Segundo Roberto Olinto, coordenador das Contas Nacionais, a principal causa da perda de espaço dos aluguéis no PIB é a queda de preços. Sistematicamente, os aluguéis têm subido menos do que a inflação.
Tal fenômeno aconteceu em 2004, quando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 7,6% e os aluguéis registraram uma variação positiva bem menor -- 1,51%.
Em 2003, a distância foi ainda maior. O IPCA teve alta de 9,3%. Já os aluguéis tiveram aumento de 3,73%.
Neste ano, a situação é exatamente a mesma: os aluguéis sobem numa velocidade menor, embora a diferença tenha caído. Os aluguéis tiveram alta de 2,55% de janeiro a outubro. Já o IPCA registrou alta de 4,73%.
Segundo Olinto, os aluguéis subiram muito pouco antes e logo após o começo do Plano Real. Seus preços estavam defasados e foram corrigidos para cima. Passado esse período de ajuste, começaram a ceder.
Em 1999, por exemplo, quem alugou um apartamento pagou -- 2,41% menos, em média -- o IPCA naquela ano registrou alta de 8,94%, sob forte impacto da desvalorização cambial. "O que houve foi um realinhamento", afirma Olinto.
Os aluguéis foram determinantes para a redução de peso dos serviços na economia. É que todos os demais subsetores se mantiveram mais ou menos estáveis desde 1999, ganhando um pouco num ano e perdendo outro tanto em outro.
Foi o caso do comércio, cuja participação total na economia brasileira avançou de 7,1% para 7,8%. O peso do setor financeiro variou de 6,3% para 6,6%.
Com o avanço tecnológico e as privatizações, o subsetor de comunicações (que inclui telefonia) viu sua participação crescer de 2,4% para 3,1%.
Na indústria, o maior avanço ficou com a a extrativa mineral -- 1,5% para 4,2%.
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