Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/12/2005 - 09h05

Após 13º salário, cai número de devedores

Publicidade

ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo

Pelo segundo dezembro consecutivo, a inadimplência líquida em São Paulo deve ser negativa --isso quer dizer que haverá uma saída de devedores da lista de maus pagadores superior à entrada de pessoas. O mesmo ocorreu em dezembro de 2004, e deve indicar uma mudança no comportamento do consumidor. Especialistas apontam uma maior maturidade na forma como os brasileiros estão gastando e alertam para uma possibilidade de isso ser uma tendência para os próximos anos.

Cálculos iniciais apontam para uma taxa de inadimplência líquida em dezembro que deve ficar no negativo, entre 0,5% e 1%, informou ontem a ACSP (Associação Comercial de São Paulo). Em dezembro de 2004, esse número já havia sido negativo em 3,4%.

Até o último mês do ano, esse indicador estava positivo e acumulava taxas superiores a 2004. Em setembro, outubro e novembro de 2005, por exemplo, a taxa de inadimplência mensal atingiu 4,9%, 4,6% e 4,7%, respectivamente --resultados superiores em 0,5 ponto percentual a 0,9 ponto percentual em relação ao apurado no mesmo mês de 2004.

Diversos fatores corroboram para essa redução de consumidores com débitos em aberto. Um deles está relacionado diretamente com o uso total do 13º salário para quitar pendências. "Passou-se a utilizar as duas parcelas dessa renda extra para limpar o nome na praça. Havia uma tendência passada de usar apenas a primeira parcela para isso, e a segunda iria para gastos. Esse cenário pode estar mudando", disse ontem Emílio Alfieri, economista da ACSP.

Além disso, boa parte dos gastos neste Natal de 2005 ficaram concentrados em produtos com baixo valor unitário.

Pesquisas mostram que o gasto médio do consumidor por presente foi até 30% menor em 2005 em relação ao ano anterior. Esse controle tende a reduzir o risco de um repique no calote no varejo já em dezembro.
Salário em medíocre processo de expansão --o rendimento real médio subiu 2% em 12 meses até novembro, o que dá R$ 20 a mais ao trabalhador em um ano-- ajudou também a "segurar" eventuais ímpetos consumistas, dizem os economistas. O aumento nas vendas a prazo, que não dependem de renda, mas de crédito, se deu em setores localizados. Nesse caso, a inadimplência pode surpreender, alertam eles.

O risco de maior calote para essa venda acontece no carnê das lojas e cheques pré-datados-o calote no cartão de crédito é baixo. No entanto, para a direção da Telecheque, empresa de análise de crédito, a probabilidade de insolvência cai pelo fato de uma maior parcela de consumidores terem elevado, em novembro, o volume de cheques para depósito em 120 dias (veja quadro acima).

"Isso irá alongar o endividamento, com um número maior de parcelas emitidas com valor unitário menor", diz o vice-presidente da Telecheque, José Antonio Praxedes Neto.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre inadimplência
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página