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03/01/2006
-
09h55
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
O porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, registrou, nos primeiros 11 meses de 2005, o maior nível dos últimos 20 anos da exportação de arroz a granel. Foram movimentadas 224.756 toneladas, contra 23.089 toneladas no mesmo período do ano passado, o que significa um aumento de 873,4%.
De acordo com o diretor-superintendente do complexo Termasa e Tergrasa, Guillermo Dawson Junior, isso se deve à alta na busca de novas cargas por parte dos terminais portuários, com o objetivo de amenizar a queda nas exportações de soja. O Rio Grande do Sul é o principal produtor nacional de arroz, com mais de 50% da área plantada.
Outra explicação é que, com altos estoques e sem preço para vender arroz no mercado interno, produtores gaúchos viram na exportação uma alternativa de escoamento da safra 2005.
O principal problema é a "invasão" do arroz uruguaio e argentino (somente nesta safra, ingressaram 125 mil toneladas de arroz de países membros do Mercosul) e a estagnação do consumo do grão em todo o país.
De acordo com o Irga (Instituto Riograndense do Arroz), o principal destino da exportação do produto é a África.
"A carga é comprada dos produtores rurais por tradings [empresas especializadas em importação e exportação de produtos] e comercializada com compradores no exterior", disse Dawson.
"Mesmo com a normalização da soja, pretendemos manter o mercado do arroz. Será preciso pelo menos três anos para que os prejuízos causados pela quebra da safra [da soja] com a estiagem sejam sanados."
O Rio Grande do Sul tem uma preocupação especial em relação ao escoamento do arroz. O governo do Estado, com a veiculação de anúncios em revistas nacionais e TVs locais e a um custo de R$ 2 milhões, desencadeou a Campanha de Incentivo ao Consumo de Arroz, que tenta amenizar os problemas de estoque.
Os produtores se queixam sobre gastar R$ 30 por saca de 50 quilos colhida e comercializar a produção a R$ 20 a saca --em flagrante prejuízo, o que os levou até a organizar manifestações com o fechamento de estradas nas fronteiras argentina e uruguaia.
O governador Germano Rigotto (PMDB) tem proposto o aumento da TEC (Tarifa Externa Comum) incidente sobre o arroz de 12% para 35%, para barrar a entrada de grãos de países que não fazem parte do bloco. O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, interessou-se pela idéia.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre exportação de grãos
RS faz maior exportação de arroz em 20 anos
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da Agência Folha, em Porto Alegre
O porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, registrou, nos primeiros 11 meses de 2005, o maior nível dos últimos 20 anos da exportação de arroz a granel. Foram movimentadas 224.756 toneladas, contra 23.089 toneladas no mesmo período do ano passado, o que significa um aumento de 873,4%.
De acordo com o diretor-superintendente do complexo Termasa e Tergrasa, Guillermo Dawson Junior, isso se deve à alta na busca de novas cargas por parte dos terminais portuários, com o objetivo de amenizar a queda nas exportações de soja. O Rio Grande do Sul é o principal produtor nacional de arroz, com mais de 50% da área plantada.
Outra explicação é que, com altos estoques e sem preço para vender arroz no mercado interno, produtores gaúchos viram na exportação uma alternativa de escoamento da safra 2005.
O principal problema é a "invasão" do arroz uruguaio e argentino (somente nesta safra, ingressaram 125 mil toneladas de arroz de países membros do Mercosul) e a estagnação do consumo do grão em todo o país.
De acordo com o Irga (Instituto Riograndense do Arroz), o principal destino da exportação do produto é a África.
"A carga é comprada dos produtores rurais por tradings [empresas especializadas em importação e exportação de produtos] e comercializada com compradores no exterior", disse Dawson.
"Mesmo com a normalização da soja, pretendemos manter o mercado do arroz. Será preciso pelo menos três anos para que os prejuízos causados pela quebra da safra [da soja] com a estiagem sejam sanados."
O Rio Grande do Sul tem uma preocupação especial em relação ao escoamento do arroz. O governo do Estado, com a veiculação de anúncios em revistas nacionais e TVs locais e a um custo de R$ 2 milhões, desencadeou a Campanha de Incentivo ao Consumo de Arroz, que tenta amenizar os problemas de estoque.
Os produtores se queixam sobre gastar R$ 30 por saca de 50 quilos colhida e comercializar a produção a R$ 20 a saca --em flagrante prejuízo, o que os levou até a organizar manifestações com o fechamento de estradas nas fronteiras argentina e uruguaia.
O governador Germano Rigotto (PMDB) tem proposto o aumento da TEC (Tarifa Externa Comum) incidente sobre o arroz de 12% para 35%, para barrar a entrada de grãos de países que não fazem parte do bloco. O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, interessou-se pela idéia.
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