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07/01/2006 - 09h15

País terá crescimento sustentado, diz Meirelles

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GUILHERME BARROS
Colunista da Folha

Em 2006, o Brasil tem todas as condições de iniciar, de fato, um novo ciclo de crescimento sustentado, ancorado em fundamentos cada vez mais sólidos.

A afirmação é do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, feita ontem à Folha numa clara defesa às críticas que a autoridade monetária vem sofrendo nos últimos meses, inclusive por integrantes do governo, de ter errado na dose na alta dos juros e comprometido o crescimento da economia em 2005.

Para Meirelles, o que garante sua previsão de um sólido crescimento neste ano são os fundamentos da economia, que foram construídos a partir da política macroeconômica do governo. "São esses fundamentos que darão condições de o país de sair do regime de arrancadas e freadas dos últimos anos", diz ele.

Meirelles tem sido alvo de duras críticas por causa dos juros altos, principalmente depois da queda de 1,2% do PIB no terceiro trimestre do ano passado. Os principais ataques à política econômica de dentro do governo partiram da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e do presidente do BNDES, Guido Mantega. As críticas suscitaram até dúvidas sobre a sua permanência no cargo, assim como a do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca ter deixado de manifestar apoio aos dois, pelo menos publicamente.

Mostrando bom humor e sinais de estar fortalecido dentro do governo, Meirelles conversou por telefone com a Folha sobre a viagem que iniciou ontem mesmo para a Basiléia, na Suíça, onde participa de reunião do BIS (Banco de Compensações Internacionais, na sigla em inglês), que acontece amanhã e segunda-feira.

Meirelles afirmou que irá participar de várias reuniões nesse encontro do BIS, e numa delas fará parte de um seleto grupo com a presença de só oito presidentes de bancos centrais. "Isso mostra o grau de relevância que o Brasil adquire cada vez mais no contexto internacional", disse.

Nessa reunião do BIS, Meirelles afirmou que irá principalmente ouvir as avaliações dos bancos centrais e das instituições privadas sobre o desempenho da economia brasileira.

Amanhã, Meirelles irá participar de uma reunião que ocorre uma vez por ano com a participação dos principais bancos centrais e também das maiores instituições financeiras privadas do planeta. "É muito importante para nós um retorno sobre a avaliação externa do que está se fazendo no Brasil", disse Meirelles.

Segundo ele, o Brasil, até pouco tempo atrás, era objeto freqüente de preocupação nas discussões durante as reuniões do BIS, e, agora, o país continua despertando o mesmo interesse, já que é considerada uma economia importante, mas por razões opostas. "O Brasil era motivo de preocupação e hoje é considerado um caso de sucesso", disse Meirelles, em tom de desabafo pelo fato de sofrer críticas dentro do país e ser elogiado externamente pelo êxito obtido no combate à inflação.

Em suas apresentações no BIS, Meirelles disse que irá basicamente repetir o que foi divulgado no último relatório de inflação do Banco Central. A autoridade monetária prevê um crescimento do PIB de 2,6% em 2005, bem inferior aos 4% projetados no início do ano, e aposta em 4% em 2006, acima das projeções do mercado. Já em relação à inflação, o BC prevê 5,7% para 2005, acima da meta de 5,1% e de 3,8% para 2006, abaixo do centro da meta (4,5%).

Para mostrar seu bom humor, Meirelles disse que passou o Réveillon no Rio, em sua casa em Ipanema, longe, porém, da multidão e dos fogos de Copacabana. Ele não deixou de alfinetar a governadora Rosinha Matheus (PMDB). "Enquanto a governadora do Rio passou o Réveillon em Mato Grosso, eu passei no Rio", disse Meirelles, que é de Goiás e chegou a se eleger deputado federal por seu Estado nas últimas eleições, mas foi obrigado a renunciar para assumir o BC.

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