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09/01/2006 - 15h37

Álcool só é mais vantajoso que gasolina em 11 Estados; veja lista

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CLARICE SPITZ
da Folha Online

Enquanto o governo não consegue baixar o preço do álcool, os donos de carros bicombustíveis perdem se preferirem o combustível na hora de abastecer na maior parte dos Estados brasileiros. Isso porque o álcool deve custar no máximo de 60% a 70% do valor da gasolina para ser vantajoso ao motorista, uma vez que é um combustível que rende menos -o percentual varia de acordo com o modelo do carro.

Pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP (campus Piracicaba), baseada em dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo) coletados na semana passada, mostra que encher o tanque de combustível com gasolina já é mais vantajoso em 15 Estados e no Distrito Federal.

Os Estados são: Acre, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Maranhão e Sergipe.

Com a alta do álcool, a opção só continua mais econômica em Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Os consumidores do Amapá, do Pará e do Rio Grande do Sul são os que mais perdem se optarem por abastecer com álcool. No Amapá, por exemplo, o álcool chega a custar 82% do preço da gasolina, o maior percentual entre os Estados. No Pará, custa 81% do preço da gasolina, e no Rio Grande do Sul, 80%.

São Paulo

Já em São Paulo, com a maior frota do país, o consumidor não precisa ter dúvidas: abastecer com álcool é mais vantajoso. No Estado, o litro do álcool custa 61,5% do preço médio da gasolina, o que significa a opção mais vantajosa entre todos os Estados.

São Paulo também tem a menor incidência da alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o álcool vendido na bomba: 12%. No país, o álcool sofre em média uma tributação de 17% desse imposto. Nesse Estado, na última semana, segundo a agência, o litro da gasolina era vendido em média a R$ 2,367, e o do álcool, a R$ 1,457.

Segundo a ANP, de janeiro a dezembro passados o preço do álcool na bomba subiu 8,8%.

A lógica da competitividade do álcool segue a proximidade com a lavoura da cana-de-açúcar e das usinas, segundo analistas. Quanto mais perto das regiões produtoras, mais barato, já que o custo do transporte é o principal aditivo.

Segundo o Sifreca (Sistema de Informações de Fretes para Cargas Agrícolas), da Esalq/USP, entre 5% e 10% do preço do litro do álcool se refere ao custo do transporte, que compreende todo o processo de carregamento e descarregamento do álcool.

Para Rafael Schechtman, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), neste início de ano, a perda de competitividade do álcool não surpreende. Segundo ele, a entressafra da cana-de-açúcar, medidas de combate à adulteração e a seca fizeram com que Estados em que a relação de preços entre os combustíveis estava muito próxima do limite passassem a ser mais rentáveis com a gasolina.

É o caso, por exemplo, do Rio Grande do Sul, em que o álcool era mais vantajoso financeiramente entre janeiro e setembro do ano passado, mas "mudou de lado", em razão da seca do ano passado que afetou a lavoura no sul do país.

No Rio de Janeiro, por exemplo, um dos Estados campeões de adulteração, também passou a ser mais rentável abastecer com gasolina em razão, entre outras coisas, das medidas de combate à fraudes da ANP, que têm o efeito "colateral" de pressionar os preços do álcool vendido na bomba para cima.

Segundo ele, o álcool pode voltar a ser vantajoso nesses Estados em que essa relação entre combustíveis é próxima a partir do início da safra de cana-de-açúcar, entre março e abril.

No entanto, Schechtman não tem dúvidas em dizer que a principal forma de tornar o álcool mais competitivo em diversas regiões do país seria a equalização dos ICMS nos Estados.

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