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10/01/2006
-
16h44
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
Petrobras e Vale do Rio Doce assinaram hoje memorando de entendimento para identificar e avaliar oportunidades de negócio em Moçambique nas áreas de exploração, produção e transporte de gás natural e geração de energia elétrica.
É a primeira vez que as duas companhias unem esforços para estudar e buscar oportunidades no continente africano. Moçambique já tem dois campos de exploração de gás, com a Sasol, empresa da África do Sul, como concessionária. Um gasoduto de 900 km de extensão leva o gás à África do Sul.
Ainda não existem definições quanto ao volume de investimentos necessários para desenvolver os estudos. Antes do fechamento do memorando de entendimento, as empresas levaram a medida ao conhecimento do presidente de Moçambique, Armando Guebuza, e do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.
A parceria terá caráter estratégico para as duas companhias. Segundo o presidente da Vale, Roger Agnelli, a medida pode ajudar a atrair investidores para projetos em Moçambique nas áreas de siderurgia, pelotização (aglomeração de partículas de minério para facilitar operações metalúrgicas subseqüentes) e processamento de minérios.
'A Vale do Rio Doce está na área de mineração, de logística, de energia,focada em geração hídrica, mas para verticalizar a produção mineral a gente precisa de energia', afirmou Agnelli.
Agnelli afirmou que a Vale está disposta até mesmo a estudar participação no transporte e na produção de gás para viabilizar o projeto. O processo deverá ser feito por licitação, mas o presidente da Petrobras não descarta a possibilidade de negociação direta com o governo por se tratar de área exploratória pioneira.
Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a parceria abre possibilidades de complementaridade de investimentos. A Petrobras tem interesse nas áreas de exploração e produção de gás e a Vale entra como um consumidor local para as reservas que vierem a ser descobertas.
'Já temos presença em atividades exploratórias na Tanzânia, ao norte de Moçambique. Temos a possibilidade de ampliar presença numa área potencial produtora de gás natural', afirmou Gabrielli.
Carvão de Moatize
Esta não é a primeira iniciativa de uma empresa brasileira em Moçambique. Desde novembro de 2004, a Vale do Rio Doce vem realizando estudos de viabilidade após vencer uma concorrência internacional para exploração de carvão em Moatize, na região central do país. O objetivo é desenvolver uma das maiores províncias carboníferas não exploradas do mundo.
Os estudos serão concluídos até julho, mas a Vale já identificou o tamanho da reserva em 2,4 bilhões de toneladas, um patamar que permite a extração de carvão coqueificável e carvão energético.
A Vale estuda a construção de uma usina termelétrica a carvão de 1.500 MW para o desenvolvimento das atividades, estimada em US$ 1,5 bilhão. A partir da geração de energia, a Vale prevê que seria possível instalar uma usina de alumínio e uma pelotizadora.
Outras hipóteses em estudo, além da construção de uma termelétrica a gás, são a criação de uma usina siderúrgica de redução direta ou a produção de pelotas. Caso opte pela termelétrica, a Vale deve procurar a Petrobras como parceira. A produção estimada em Moatize de carvão térmico e metalúrgico é de 14 milhões de toneladas/ano.
O escoamento da produção de carvão deverá ser feita por meio de ferrovia até o porto de Nacala, um porto de águas profundas ao norte de Moçambique considerado um dos três melhores do mundo em termos de operação. A Vale estima que serão necessários investimentos em infra-estrutura. A Vale vai conversar com o governo de Malawi, país em que fica localizada um trecho da ferrovia de 1.000 km. Deste total, 155 km precisam de melhorias e pouco mais de 200 km precisam ser construídos.
O representante do governo de Moçambique, Agostinho Timana, da embaixada do país africano, afirmou que a expectativa de Moçambique era de que a Vale servisse de motor para a atração de novos investimentos para o país.
A participação das empresas brasileiras no continente africano não se restringe ao carvão de Moçambique. A Vale observa oportunidades na África do Sul em manganês e minério de ferro, em Angola de cobre, potássio, fosfato e gás e na Guiné, em bauxita. A Petrobras atua na Nigéria, na Guiné Equatorial e na Líbia.
A Petrobras já fez estudos exploratórios em Moçambique há 15 anos, mas eles não resultaram em novos projetos à época em razão dos preços do gás.
No ano passado, Petrobras e Vale do Rio Doce já haviam acertado uma parceria na área de gás. Em outubro, a Petrobras assinou um contrato para fornecimento de gás natural para a Usina Siderúrgica do Ceará a partir de abril de 2008.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Vale e a Petrobras
Vale e Petrobras se unem para estudos na área de gás em Moçambique
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da Folha Online, no Rio
Petrobras e Vale do Rio Doce assinaram hoje memorando de entendimento para identificar e avaliar oportunidades de negócio em Moçambique nas áreas de exploração, produção e transporte de gás natural e geração de energia elétrica.
É a primeira vez que as duas companhias unem esforços para estudar e buscar oportunidades no continente africano. Moçambique já tem dois campos de exploração de gás, com a Sasol, empresa da África do Sul, como concessionária. Um gasoduto de 900 km de extensão leva o gás à África do Sul.
Ainda não existem definições quanto ao volume de investimentos necessários para desenvolver os estudos. Antes do fechamento do memorando de entendimento, as empresas levaram a medida ao conhecimento do presidente de Moçambique, Armando Guebuza, e do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.
A parceria terá caráter estratégico para as duas companhias. Segundo o presidente da Vale, Roger Agnelli, a medida pode ajudar a atrair investidores para projetos em Moçambique nas áreas de siderurgia, pelotização (aglomeração de partículas de minério para facilitar operações metalúrgicas subseqüentes) e processamento de minérios.
'A Vale do Rio Doce está na área de mineração, de logística, de energia,focada em geração hídrica, mas para verticalizar a produção mineral a gente precisa de energia', afirmou Agnelli.
Agnelli afirmou que a Vale está disposta até mesmo a estudar participação no transporte e na produção de gás para viabilizar o projeto. O processo deverá ser feito por licitação, mas o presidente da Petrobras não descarta a possibilidade de negociação direta com o governo por se tratar de área exploratória pioneira.
Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a parceria abre possibilidades de complementaridade de investimentos. A Petrobras tem interesse nas áreas de exploração e produção de gás e a Vale entra como um consumidor local para as reservas que vierem a ser descobertas.
'Já temos presença em atividades exploratórias na Tanzânia, ao norte de Moçambique. Temos a possibilidade de ampliar presença numa área potencial produtora de gás natural', afirmou Gabrielli.
Carvão de Moatize
Esta não é a primeira iniciativa de uma empresa brasileira em Moçambique. Desde novembro de 2004, a Vale do Rio Doce vem realizando estudos de viabilidade após vencer uma concorrência internacional para exploração de carvão em Moatize, na região central do país. O objetivo é desenvolver uma das maiores províncias carboníferas não exploradas do mundo.
Os estudos serão concluídos até julho, mas a Vale já identificou o tamanho da reserva em 2,4 bilhões de toneladas, um patamar que permite a extração de carvão coqueificável e carvão energético.
A Vale estuda a construção de uma usina termelétrica a carvão de 1.500 MW para o desenvolvimento das atividades, estimada em US$ 1,5 bilhão. A partir da geração de energia, a Vale prevê que seria possível instalar uma usina de alumínio e uma pelotizadora.
Outras hipóteses em estudo, além da construção de uma termelétrica a gás, são a criação de uma usina siderúrgica de redução direta ou a produção de pelotas. Caso opte pela termelétrica, a Vale deve procurar a Petrobras como parceira. A produção estimada em Moatize de carvão térmico e metalúrgico é de 14 milhões de toneladas/ano.
O escoamento da produção de carvão deverá ser feita por meio de ferrovia até o porto de Nacala, um porto de águas profundas ao norte de Moçambique considerado um dos três melhores do mundo em termos de operação. A Vale estima que serão necessários investimentos em infra-estrutura. A Vale vai conversar com o governo de Malawi, país em que fica localizada um trecho da ferrovia de 1.000 km. Deste total, 155 km precisam de melhorias e pouco mais de 200 km precisam ser construídos.
O representante do governo de Moçambique, Agostinho Timana, da embaixada do país africano, afirmou que a expectativa de Moçambique era de que a Vale servisse de motor para a atração de novos investimentos para o país.
A participação das empresas brasileiras no continente africano não se restringe ao carvão de Moçambique. A Vale observa oportunidades na África do Sul em manganês e minério de ferro, em Angola de cobre, potássio, fosfato e gás e na Guiné, em bauxita. A Petrobras atua na Nigéria, na Guiné Equatorial e na Líbia.
A Petrobras já fez estudos exploratórios em Moçambique há 15 anos, mas eles não resultaram em novos projetos à época em razão dos preços do gás.
No ano passado, Petrobras e Vale do Rio Doce já haviam acertado uma parceria na área de gás. Em outubro, a Petrobras assinou um contrato para fornecimento de gás natural para a Usina Siderúrgica do Ceará a partir de abril de 2008.
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