Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/01/2006 - 12h42

Tarifas e álcool devem pressionar a inflação em janeiro, diz IBGE

Publicidade

JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

O ano de 2006 começa com pressões de tarifas como ônibus urbano e água e esgoto e com a perspectiva de avanço do preço do álcool, na avaliação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo a gerente do Sistema de Índices de Preços, Eulina Nunes dos Santos, os aumentos de 12,5% na passagem de ônibus em Belo Horizonte e de 21,05% em Brasília deverão influenciar os resultados deste mês. Em Fortaleza, a pressão deve ficar por conta do reajuste de 9% na tarifa de água e esgoto.

O resultado de dezembro do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mostra que o álcool já subiu 4,53% para o consumidor em razão do repasse dos reajustes praticados pelas distribuidoras. "Provavelmente o álcool será um item de pressão em janeiro", afirmou Santos.

O índice deverá captar mais aumentos dos planos de saúde. Isto porque a Justiça autorizou no fim do ano passado reajustes nos contratos de pessoas que têm planos anteriores a 1999, uma cobrança que havia sido proibida anteriormente.

Cenário para 2006

Apesar das pressões de costume nos preços no início do ano, analistas identificam o primeiro semestre como uma 'janela de oportunidades' para o corte de juros. Isto porque os últimos resultados mostram que a economia teve uma desaceleração significativa no segundo semestre. Os dados foram confirmados pelo desempenho da produção industrial em novembro, que cresceu 0,6%, mas ficou abaixo das expectativas.

Segundo o último Relatório de Mercado do Banco Central, analistas estimam que o IPCA nos próximos 12 meses fique em 4,53%. Com a perspectiva de inflação sob controle e com a necessidade de estímulos ao setor produtivo para alavancar a economia, Agostini afirma que esse seria o momento ideal para realizar um corte mais significativo da taxa de juros.

Segundo João Carlos Gomes, economista da Fecomércio-RJ, a inflação pode se distanciar dos 4,5% projetados. "No primeiro trimestre, a inflação deve acelerar mais do que o previsto, não só pelas pressões tradicionais de início de ano, como mensalidades escolares e algumas tarifas, mas também por conta do aumento do álcool e dos produtos in natura, tendo em vista as condições climáticas menos favoráveis que estão prejudicando o desempenho das plantações, já evidenciadas no atacado", disse.

Para a economista chefe do BES Investimento, Sandra Utsumi, as pressões que têm acelerado os primeiros índices de inflação de 2006 são pontuais, como a alta do álcool em período de entressafra e os gastos de início de ano, como matrículas escolares.

Na avaliação da Austin Ratings, o segundo semestre, no entanto, pode trazer surpresas com o componente político de eleições presidenciais. 'Se o governo Lula chegar ao período pré-eleitoral com uma imagem fragilizada teremos outro concorrente a frente das pesquisas, o que pode gerar turbulência no mercado', afirmou.

Caso este cenário se confirme, o economista Alex Agostini, da Austin Ratings, projeta desvalorização do real e repasses pelos IGPs (Índices Gerais de Preços). 'O repasse é mais rápido em anos de crescimento e há ainda a expectativa de aumento dos preços de commodities, como café e minério de ferro.

Com a margem de tolerância menor em 2006, Agostini estima que o BC adote uma postura mais cautelosa com os juros para evitar que a inflação ultrapasse a meta de 4,5%.

Na avaliação de Gomes, as eleições terão efeito sobre a trajetória de preços com o aquecimento de alguns setores da atividade econômica, como a indústria de brindes e camisetas. Ele destaca ainda o aumento do salário mínimo, que deve ficar acima de 15%, e o crescimento da renda que podem impulsionar o valor cobrado pelos serviços.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o IPCA
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página