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22/01/2006
-
09h05
SANDRA BALBI
da Folha de S.Paulo
A expansão dos serviços de voz por internet e a grande competição no setor estão fazendo as operadoras de telefonia fixa perderem receitas nas chamadas de longa distância. Elas faturam R$ 12,5 bilhões por ano com essas ligações, mas essas entradas devem encolher 30% nos próximos quatro anos, segundo estimativa da consultoria IDC (International Data Corporation).
A perda de receitas é maior no mercado corporativo (em que o assinante é uma empresa). "No ano passado, as receitas com DDD e DDI devem ter caído 4%", estima Mauro Peres, diretor de consultoria da IDC.
O caminho das teles hoje, segundo ele, é deixar o VoIP crescer e depois comprar carteiras de clientes dos provedores maiores que sobreviverem à consolidação desse mercado. "Elas vão migrar lentamente para o VoIP para não matar o negócio de ligação de longa distância", observa Peres.
Compasso de espera
As grandes operadoras de telefonia fixa do país --Telemar, Telefônica, Brasil Telecom e Embratel-- adiaram ao máximo a entrada no VoIP e só há dois anos passaram a fornecê-lo às grandes empresas. "Elas oferecem o serviço ao mercado corporativo reativamente, quando o cliente ameaça trocá-las por um provedor virtual", afirma Peres.
No mercado residencial, elas vão oferecer o serviço aos clientes de banda larga, especialmente para aqueles que elas perceberem que estão diminuindo seus gastos com interurbano. Por enquanto, apenas a Brasil Telecom disponibiliza o produto para o consumidor residencial.
A Telefônica informou que deverá lançar o produto no primeiro trimestre deste ano. A Telemar e a Embratel, procuradas pela Folha, não se manifestaram.
O VoIPFone da Brasil Telecom foi lançado neste mês, "seletivamente", segundo Eugênio Pimenta, diretor de novos produtos da empresa. E com toda a discrição: apenas no site da empresa há informações sobre o novo produto, que ainda não mereceu uma campanha de mídia.
Segundo Pimenta, a venda de assinatura do VoIP será dirigida também às pequenas empresas situadas na área de operação da companhia (regiões Centro-Oeste e Sul), aliada à estratégia da empresa para a expansão da banda larga.
Até dezembro, a Brasil Telecom contava com 1 milhão de assinantes do Turbo (a internet banda larga da companhia). "Estamos dobrando o número de clientes do Turbo há dois anos, mas em 2006 vamos crescer menos, pois esse mercado já está praticamente atendido", observa Pimenta.
Tendência
A tendência das grandes operadoras de telefonia fixa é buscar aumento de receitas com serviços de transmissão de dados, expandir a clientela de internet banda larga e passar a oferecer conteúdo de maior valor agregado na rede, segundo analistas.
"Também deverão buscar uma elasticidade de preços na telefonia de longa e média distância, para que as pessoas falem mais tempo, evitando que a receita média por usuário caia muito", diz Peres.
Nesse caminho, vão trombar com as operadoras de TV a cabo, que trafegam no sentido inverso, mas com o mesmo objetivo: disputar o mercado de transmissão de voz e dados.
"Elas começaram com transmissão de imagem, viraram provedoras de internet e agora estão oferecendo serviços de voz sobre IP [VoIP]", diz Petrônio Nogueira, sócio-diretor da consultoria Accenture. "Os dois segmentos --telefonia fixa e TV a cabo-- buscam rentabilizar ao máximo suas estruturas", diz Nogueira.
Segundo ele, as receitas não-provenientes de vídeo das TVs a cabo dos EUA cresceram 50% entre 2000 e 2004. "As assinaturas de VoIP das operadoras de TV a cabo americanas devem saltar de 1,5 milhão, em 2004, para 17,5 milhões, em 2008", diz ele.
No Brasil, a operadora de TV a cabo TVA lançou o seu serviço de VoIP em 2005 para clientes residenciais. Desde 2004, o serviço é fornecido a clientes empresariais.
Sua concorrente Net fechou em novembro passado contratos com a Embratel que permitirão a utilização da rede de cabos bidirecionais da maior operadora de TV paga do país para a oferta de telefonia sobre Protocolo Internet (VoIP).
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o VoIP
Teles já perdem receita na longa distância
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da Folha de S.Paulo
A expansão dos serviços de voz por internet e a grande competição no setor estão fazendo as operadoras de telefonia fixa perderem receitas nas chamadas de longa distância. Elas faturam R$ 12,5 bilhões por ano com essas ligações, mas essas entradas devem encolher 30% nos próximos quatro anos, segundo estimativa da consultoria IDC (International Data Corporation).
A perda de receitas é maior no mercado corporativo (em que o assinante é uma empresa). "No ano passado, as receitas com DDD e DDI devem ter caído 4%", estima Mauro Peres, diretor de consultoria da IDC.
O caminho das teles hoje, segundo ele, é deixar o VoIP crescer e depois comprar carteiras de clientes dos provedores maiores que sobreviverem à consolidação desse mercado. "Elas vão migrar lentamente para o VoIP para não matar o negócio de ligação de longa distância", observa Peres.
Compasso de espera
As grandes operadoras de telefonia fixa do país --Telemar, Telefônica, Brasil Telecom e Embratel-- adiaram ao máximo a entrada no VoIP e só há dois anos passaram a fornecê-lo às grandes empresas. "Elas oferecem o serviço ao mercado corporativo reativamente, quando o cliente ameaça trocá-las por um provedor virtual", afirma Peres.
No mercado residencial, elas vão oferecer o serviço aos clientes de banda larga, especialmente para aqueles que elas perceberem que estão diminuindo seus gastos com interurbano. Por enquanto, apenas a Brasil Telecom disponibiliza o produto para o consumidor residencial.
A Telefônica informou que deverá lançar o produto no primeiro trimestre deste ano. A Telemar e a Embratel, procuradas pela Folha, não se manifestaram.
O VoIPFone da Brasil Telecom foi lançado neste mês, "seletivamente", segundo Eugênio Pimenta, diretor de novos produtos da empresa. E com toda a discrição: apenas no site da empresa há informações sobre o novo produto, que ainda não mereceu uma campanha de mídia.
Segundo Pimenta, a venda de assinatura do VoIP será dirigida também às pequenas empresas situadas na área de operação da companhia (regiões Centro-Oeste e Sul), aliada à estratégia da empresa para a expansão da banda larga.
Até dezembro, a Brasil Telecom contava com 1 milhão de assinantes do Turbo (a internet banda larga da companhia). "Estamos dobrando o número de clientes do Turbo há dois anos, mas em 2006 vamos crescer menos, pois esse mercado já está praticamente atendido", observa Pimenta.
Tendência
A tendência das grandes operadoras de telefonia fixa é buscar aumento de receitas com serviços de transmissão de dados, expandir a clientela de internet banda larga e passar a oferecer conteúdo de maior valor agregado na rede, segundo analistas.
"Também deverão buscar uma elasticidade de preços na telefonia de longa e média distância, para que as pessoas falem mais tempo, evitando que a receita média por usuário caia muito", diz Peres.
Nesse caminho, vão trombar com as operadoras de TV a cabo, que trafegam no sentido inverso, mas com o mesmo objetivo: disputar o mercado de transmissão de voz e dados.
"Elas começaram com transmissão de imagem, viraram provedoras de internet e agora estão oferecendo serviços de voz sobre IP [VoIP]", diz Petrônio Nogueira, sócio-diretor da consultoria Accenture. "Os dois segmentos --telefonia fixa e TV a cabo-- buscam rentabilizar ao máximo suas estruturas", diz Nogueira.
Segundo ele, as receitas não-provenientes de vídeo das TVs a cabo dos EUA cresceram 50% entre 2000 e 2004. "As assinaturas de VoIP das operadoras de TV a cabo americanas devem saltar de 1,5 milhão, em 2004, para 17,5 milhões, em 2008", diz ele.
No Brasil, a operadora de TV a cabo TVA lançou o seu serviço de VoIP em 2005 para clientes residenciais. Desde 2004, o serviço é fornecido a clientes empresariais.
Sua concorrente Net fechou em novembro passado contratos com a Embratel que permitirão a utilização da rede de cabos bidirecionais da maior operadora de TV paga do país para a oferta de telefonia sobre Protocolo Internet (VoIP).
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