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23/01/2006 - 15h32

Brasileiro economizaria com padrão americano de TV digital, diz fórum

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

Apesar dos sinais do governo de que tende a acolher a sugestão das redes de TV e adotar a tecnologia japonesa (ISDB) para a TV Digital, o Fórum ATSC, que representa o padrão tecnológico americano, está disposto a reverter essa tendência.

Com uma série de demonstrações para a imprensa, para técnicos do governo, parlamentares e para a indústria ao longo desta semana, os representantes do padrão americano vão tentar provar que não estão atrasados em relação ao japonês, nem mesmo no que diz respeito à mobilidade da transmissão digital.

A ausência de aplicativos de mobilidade e de portabilidade da transmissão digital foi um dos pontos negativos do padrão americano apontados no relatório técnico do CPqD (Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento) entregue ao governo na semana passada.

Segundo o presidente do Fórum ATSC, Robert Graves, que veio pessoalmente ao Brasil para as apresentações nesta reta final de definições do governo brasileiro sobre que padrão adotar para a TV Digital, não há ainda no mundo transmissão comercial que ofereça mobilidade. No padrão japonês, a mobilidade estará disponível a partir de abril.

Ele informou que quatro empresas estão trabalhando para apresentarem a partir de junho um aplicativo que permita a mobilidade no sistema americano de TV Digital. Graves considerou, no entanto, que a mobilidade não é uma característica mais importante da TV Digital, ficando atrás da alta definição e da interatividade, que vai permitir acesso a conteúdos hoje disponíveis na internet e a instrumentos de inclusão digital.

Preço

'Minha leitura do que o governo tem dito é que é mais importante a alta definição, a interatividade e o conversor de baixo custo', disse Graves ao comentar que o padrão americano teria condições de atender bem a esses requisitos além de ter hoje preços menores de conversor e de aparelhos de TV, se comparados aos padrões Europeu (DVB) e Japonês (ISDB), em análise no Brasil.

A possibilidade de integração tecnológica nas Américas e de aumento da escala de produção, segundo ele, também seriam pontos a favor do padrão americano, na avaliação do presidente do Fórum ATSC. 'Vamos ter preços mais baixos se tivermos um único padrão no hemisfério', disse

O padrão ATSC conta hoje com 28 milhões de equipamentos digitais nos países em que opera (EUA, Coréia, México, entre outros).

Enquanto uma TV Digital (com definição padrão) no padrão americano custa em média US$ 300, o modelo japonês custa cerca de US$ 800, segundo Graves. Já o conversor da tecnologia digital para recepção nos atuais televisores analógicos custaria cerca de US$ 200, com promoções de até US$ 89 o que, segundo ele, seria mais barato que os equipamentos japoneses.

Questionado por que, diante de tantas vantagens apontadas pelo Fórum ATSC, as emissoras de TV estariam defendendo o padrão japonês, Graves afirmou que essa é uma opção principalmente da Rede Globo, e que as demais redes nacionais estariam mais receptivas à discussão com outros padrões tecnológicos.

Contrapartidas

Além do ganho de escala, principal argumento dos representantes do Fórum ATSC, os americanos apontam como vantagens econômicas para o Brasil a possibilidade de ampliar as exportações de televisores inclusive para os Estados Unidos, oportunidade de participar do desenvolvimento da tecnologia que vai permitir a transmissão da TV Digital com mobilidade e também de aplicativos de interatividade.

Uma agência do governo americano também disponibilizou US$ 150 milhões para investir em projetos de pesquisa de tecnologia da informação e TV Digital no Brasil, e o Banco de Exportações e Importações dos EUA estaria disposto a financiar os investimentos das redes de TV para que elas possam se reaparelhar comprando equipamentos nos Estados Unidos. Nos dois primeiros anos, as empresas pagariam apenas os juros, e o empréstimo seria pago entre cinco e sete anos.

'Se o Brasil adotar o padrão japonês, é difícil enxergar exportações brasileiras de TVs para outros países', avaliou. Segundo Graves, por isso, uma possível escolha do padrão japonês não agrada aos fabricantes de TVs que estão no Brasil.
 

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