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24/01/2006 - 09h33

México passa o Brasil em destino de investimentos

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CÍNTIA CARDOSO
da Folha de S.Paulo

O Brasil perdeu para o México a liderança do ranking de principal destino de investimentos estrangeiros diretos na América Latina em 2005.
De acordo com dados preliminares divulgados ontem pela Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), o volume de investimentos para o Brasil caiu de US$ 18,2 bilhões, em 2004, para US$ 15,5 bilhões no ano passado. Isso representou uma queda de 15%. No mesmo período, o México também registrou queda (4%), mas, mesmo assim, conseguiu ultrapassar o Brasil, ficando com US$ 17,2 bilhões em 2005.

"Essas oscilações na troca de posições no ranking de um ano para o outro são normais. Muitas vezes essas alterações acontecem por grandes investimentos pontuais", disse Antonio Manfredini, professor da FGV-SP. "O que é mais preocupante é a posição que o Brasil está assumindo a longo prazo. Estamos fazendo reformas de maneira muito mais lenta que os demais. O mundo não vai esperar por nós", argumentou. Na avaliação do professor, os investidores internacionais continuam a esperar por reformas nas esferas trabalhista e política antes de aumentar o volume de recursos destinados para o Brasil.

A queda no nível de investimentos no Brasil contrasta com o desempenho da América Latina. No total, a região conseguiu manter mais um ano de expansão nos fluxos de investimento, com uma alta de 5%. "Foi um crescimento medíocre, mas pelo menos é uma consolidação da volta dos investimentos. De 2000 a 2003, só houve queda", diz Fernando Ribeiro, do Núcleo de Estudos de Negócios Internacionais da Universidade Mackenzie. A Argentina teve um crescimento modesto de 3% entre 2004 e 2005, atingindo US$ 4,2 bilhões. Entre os latino-americanos, a Colômbia foi o país que registrou a maior elevação no volume de investimentos --48%-- e encerrou 2005 com US$ 4,5 bilhões.

Ricos x pobres

O relatório da Unctad mostra que, na média, o fluxo de investimentos no mundo cresceu 29%, chegando a US$ 896,7 bilhões. A novidade no ano passado foi que a expansão global foi puxada pelos investimentos nos países desenvolvidos. A taxa de crescimento dos ricos foi de 38% contra 13% daquela registrada nos países em desenvolvimento.

Essa retomada do fôlego dos países ricos no ano passado aconteceu depois de quatro anos de retração e foi sustentada pelo Reino Unido que recebeu US$ 219 bilhões em 2005. Esse foi o maior volume de ingresso de investimentos já alcançado por um país europeu e é praticamente o dobro do total de investimentos nos EUA (US$ 106 bilhões). "Essa alta foi creditada em boa medida à fusão da Shell Transporte e Trading Co. com a Royal Dutch Petroleum", diz trecho do relatório de ontem. Ainda segundo a Unctad, o aquecimento do mercado de fusões e aquisições também impulsionou o fluxo de investimentos em países como França, Alemanha e Estados Unidos.

Ainda que com uma taxa menor, os países mais pobres viveram crescimento em todas as regiões. Ásia e Oceania receberam US$ 172,7 bilhões. A China, mais uma vez, foi o país em desenvolvimento com o maior ingresso de recursos --US$ 60,3 bilhões.

Especial
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