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24/01/2006 - 09h42

Argentina tenta congelar preço da carne por um ano

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FLÁVIA MARREIRO
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires

Diante da expectativa de uma inflação de janeiro maior que 1%, o governo Néstor Kirchner fechou um acordo para congelar, por um ano, o preço da carne, de produtos de limpeza e higiene e itens alimentícios na Argentina.

O mais esperado desses acordos era o da carne. A queda-de-braço do governo com o setor frigorífico é ponto chave na questionada estratégia de Kirchner de combater a inflação com controles de preço. O produto foi um dos impulsores da alta de preços em 2005: subiu 21,3%, enquanto o índice geral foi de 12,3% no ano passado -a mais alta taxa dos últimos três anos no país. Além de impacto no consumo interno, a carne é símbolo e item principal na pauta exportadora.

Para arrancar da cadeia da carne o acordo, o governo prometeu diminuir os impostos hoje cobrados dos exportadores do produto --nenhuma redução imediata, porém, foi anunciada.

Em novembro, ainda sob a gestão do ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, o governo aumentou esses impostos de 5% para 15% por volume exportado. Também cortou as devoluções de tributos feitas como incentivo à venda no exterior. Tudo para forçar uma maior oferta no mercado interno e gerar queda de preços. A alta não cedeu. Em dezembro, as carnes subiram 3,2%. Agora, a intenção é diminuir reduzir sobre a importação e reforçar linhas de crédito barato a produtores.

Apesar do ceticismo da maioria dos economistas, o presidente Néstor Kirchner continua apostando nos acordos de preço para segurar a inflação e se recusa a alterar o câmbio ou subir taxas de juros --"medidas ortodoxas" que podem "esfriar a economia", segundo ele. O presidente tem se reunido pessoalmente com empresários para negociar.

A expectativa de inflação para janeiro é de 1,3%. No ano, segundo consultoras privadas, se espera algo entre 11% e até 14,5%.

Ontem, a multinacional da área de limpeza e higiene Procter & Gamble anunciou, na Casa Rosada, depois de se reunir com Kirchner, que manterá congelado o preço de 31 itens por um ano. Na semana passada, acordo do mesmo tipo foi fechado com a Danone. Na pauta de negociações dos próximos dias, estão os supermercados, cujo acordo para manter o preço de 255 produtos termina no próximo dia 31.

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