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30/01/2006 - 16h03

Começa seleção de jurados para julgamento de ex-executivos da Enron

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VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online

Os jurados que forem escolhidos para participar do julgamento do fundador da Enron, Kenneth Lay, e o ex-executivo-chefe da empresa Jeffrey Skilling devem ter em mente que seu trabalho não é buscar vingança contra os dois, disse o juiz distrital da corte de Houston (Texas), Sim Lake.

Cerca de 100 pessoas estavam na sala do tribunal para serem questionados pelo juiz Lake, que irá escolher 12 jurados e quatro substitutos. Se a seleção for concluída hoje, o julgamento dos dois executivos da Enron pode começar amanhã (31).

A recomendação do juiz é apropriada, uma vez que o julgamento de Lay e Skilling irá acontecer em uma cidade que sofreu o impacto da perda de milhares de empregos em decorrência do escândalo da Enron.

Os ex-chefes da empresa chegaram hoje à corte para acompanhar a escolha dos jurados. O advogado de Skilling, Daniel Petrocelli, estava otimista. "Estamos ansiosos por isso. Estamos prontos", disse o advogado. Seu cliente, no entanto, não quis fazer comentários. Lay foi econômico em seu comentário: "Vou bem, e você?", disse, quando questionado sobre como se sentia.

Questionado sobre se acreditava que seu cliente poderia ter um julgamento justo em uma corte de Houston, Petrocelli disse: "Tenho esperança de que sim". As tentativas da defesa de ambos os réus na semana passada para tentar mudar o local do julgamento não foram bem-sucedidas.

"Não estamos procurando por pessoas que queiram corrigir um mal ou dar remédio àqueles que sofreram com o colapso da Enron", disse Lake.

A Enron, que já foi considerada uma das principais empresas da chamada "nova economia", é a protagonista de um dos maiores escândalos corporativos já registrados nos EUA. O colapso da empresa deixou milhares de desempregados e causou perdas de bilhões de dólares nos mercados financeiros americanos. A corte onde serão julgados fica a pouca distância da antiga sede da empresa.

Skilling, 52, enfrenta 31 acusações de fraude, informação privilegiada e de mentir para auditores sobre a situação financeira da empresa. Lay, 63, enfrenta sete acusações de fraude e de continuar o esquema iniciado por Skilling depois que este renunciou ao cargo, em agosto de 2001.

A quebra da Enron levou a um endurecimento das penas para crimes do colarinho branco e elevou os critérios de controle sobre empresas de capital aberto.

Outro caso de fraude foi o da operadora americana de telefonia WorldCom. O ex-presidente WorldCom, Bernard Ebbers, 63, foi condenado a 25 anos de prisão pelo caso. Ebbers ordenava a subordinados que inflassem as receitas e escondessem dívidas da empresa. Ao maquiar os balanços em US$ 11 bilhões durante mais de dois anos, a empresa enganou acionistas e investidores.

FBI

Lay se entregou em 2004 ao FBI (polícia federal dos EUA) para enfrentar o processo criminal. Ele renunciou ao cargo de presidente da empresa pouco antes da quebra da empresa. Skilling sucedeu Lay no cargo em fevereiro de 2001 e renunciou inesperadamente em agosto do mesmo ano.

"Kenny Boy"

Lay, um dos maiores executivos dos EUA e um dos amigos mais próximos do presidente norte-americano, George W. Bush --que tratava Lay por "Kenny Boy"--, realizou em 1985 a operação que criou a Enron e permaneceu à frente da empresa na maior parte de sua história, cedendo o cargo a Jeffrey Skilling em fevereiro de 2001.

Lay chegou a pedir ajuda ao Secretário de Comércio dos EUA, Donald Evans, quando a empresa se aproximava do colapso, mas foi ignorado.

Com agências internacionais

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