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31/01/2006
-
11h57
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
Os juros em alta e o dólar em baixa fizeram a indústria de transformação paulista fechar 2005 com uma expansão do nível de atividade de 1,8% em relação a 2004. Esse resultado foi menor que o esperado pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que no começo de dezembro reduziram a projeção de crescimento da atividade para 2%.
A indústria chegou a prever uma expansão de 4% no nível de atividade de 2005. Em 2004, a atividade industrial cresceu 9,2%. O pior resultado da série --iniciada em 2003-- foi registrado em 2003, quando a atividade caiu 3,4%.
"O resultado acabou sendo mais fraco que o esperado porque a atividade no último trimestre foi praticamente nula", disse o diretor do departamento de economia do Ciesp, Boris Tabacof.
Para o industrial, o resultado de 2005 "deixou a desejar". "Fatores que permitiriam um crescimento econômico maior não foram bem aproveitados pelo país, como a demanda por produtos brasileiros, o aquecimento do comércio internacional, a disponibilidade de capital e liquidez."
A indústria responsabiliza a política de juros altos e câmbio desfavorável às exportações pela desaceleração do ritmo de atividade, que acaba prejudicando a geração de emprego. "De um lado, os juros levam parte substancial do crescimento econômico. Do outro, o câmbio não remunera adequadamente os produtores industrial e agrícola. Esse câmbio nefasto começa a produzir resultados negativos para as exportações", disse Tabacof.
Em dezembro, o nível de atividade da indústria de transformação paulista caiu 5% em relação a novembro, segundo dados sem ajustes sazonais divulgados hoje pelo Ciesp e pela Fiesp. Considerando as características sazonais de dezembro, o INA (Indicador de Nível de Atividade) registrou uma alta de 1,4% frente a novembro. Na comparação com dezembro de 2004, o INA registrou um avanço de 1%.
O resultado de dezembro já havia sido medido pela pesquisa de emprego industrial do Ciesp, que apontou para o fechamento de 18.420 vagas, que representou numa queda do nível de emprego do setor de 0,96% no último mês de 2005. Foi o pior desempenho já registrado para o mês de dezembro desde 2000, quando a pesquisa do Ciesp começou a ser feita.
Com o tombo recorde, a indústria de transformação do Estado de São Paulo fechou 2005 com um aumento de 0,97% no nível de emprego, o equivalente à abertura de 18.112 postos de trabalho. O resultado ficou bem abaixo de 2004, quando o emprego cresceu 5,02% com a criação de 91.862 vagas. Foi o segundo pior desempenho anual da série do Ciesp, à frente somente de 2003, quando houve uma queda de 0,24%.
A pesquisa mostrou que o setor com melhor desempenho em 2005 foi o de minerais não-metálicos, com alta de 12,6% no nível de atividade. No lado oposto, o setor de alimentos e bebidas fechou o ano com queda de 9,9% na atividade.
O nível de utilização da capacidade instalada recuou de 80,4% em novembro para 78,5% em dezembro. Em dezembro de 2004, o nível de utilização da capacidade instalada da indústria paulista era de 79,7%.
Projeções
Para 2006, Tabacof prevê uma ligeira melhora no nível de atividade da indústria de transformação paulista. Ele espera que o INA de 2006 aponte um avanço de 2,5%.
Segundo ele, esse resultado deve ser alcançado graças à projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3% neste ano. O PIB da indústria deve registrar um resultado um pouco melhor, de 3,5%.
Tabacof disse que suas previsões são sustentadas pela "expectativa de queda mais rápida dos juros e diminuição do constrangimento fiscal". "Outros fatores devem beneficiar o crescimento econômico, como a melhora do consumo das famílias, a expansão do crédito, o reaquecimento da construção civil e uma política de incentivo para o financiamento habitacional."
Vendas
A pesquisa mostra ainda que as vendas reais de 2005 (descontada a inflação do período) aumentaram 13,1% em relação a 2004. Em dezembro, as vendas caíram 3% frente a novembro. Na comparação com dezembro de 2004, houve um incremento de 14,2% nas vendas reais da indústria paulista.
De acordo com o levantamento, as horas trabalhadas na produção subiram 7,6% em 2005. Em dezembro, houve uma queda de 3,8% na comparação com novembro. Em relação a dezembro de 2004, as horas trabalhadas tiveram um acréscimo de 4,2%.
A pesquisa mostrou ainda que o salário real médio pago pela indústria paulista subiu 6,7% em 2005. Em dezembro, entretanto, o salário real médio caiu 0,1% frente a novembro. Na comparação com igual mês de 2004, houve um avanço de 8,1%.
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Indústria de SP fecha 2005 com expansão menor que a esperada
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Os juros em alta e o dólar em baixa fizeram a indústria de transformação paulista fechar 2005 com uma expansão do nível de atividade de 1,8% em relação a 2004. Esse resultado foi menor que o esperado pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que no começo de dezembro reduziram a projeção de crescimento da atividade para 2%.
A indústria chegou a prever uma expansão de 4% no nível de atividade de 2005. Em 2004, a atividade industrial cresceu 9,2%. O pior resultado da série --iniciada em 2003-- foi registrado em 2003, quando a atividade caiu 3,4%.
"O resultado acabou sendo mais fraco que o esperado porque a atividade no último trimestre foi praticamente nula", disse o diretor do departamento de economia do Ciesp, Boris Tabacof.
Para o industrial, o resultado de 2005 "deixou a desejar". "Fatores que permitiriam um crescimento econômico maior não foram bem aproveitados pelo país, como a demanda por produtos brasileiros, o aquecimento do comércio internacional, a disponibilidade de capital e liquidez."
A indústria responsabiliza a política de juros altos e câmbio desfavorável às exportações pela desaceleração do ritmo de atividade, que acaba prejudicando a geração de emprego. "De um lado, os juros levam parte substancial do crescimento econômico. Do outro, o câmbio não remunera adequadamente os produtores industrial e agrícola. Esse câmbio nefasto começa a produzir resultados negativos para as exportações", disse Tabacof.
Em dezembro, o nível de atividade da indústria de transformação paulista caiu 5% em relação a novembro, segundo dados sem ajustes sazonais divulgados hoje pelo Ciesp e pela Fiesp. Considerando as características sazonais de dezembro, o INA (Indicador de Nível de Atividade) registrou uma alta de 1,4% frente a novembro. Na comparação com dezembro de 2004, o INA registrou um avanço de 1%.
O resultado de dezembro já havia sido medido pela pesquisa de emprego industrial do Ciesp, que apontou para o fechamento de 18.420 vagas, que representou numa queda do nível de emprego do setor de 0,96% no último mês de 2005. Foi o pior desempenho já registrado para o mês de dezembro desde 2000, quando a pesquisa do Ciesp começou a ser feita.
Com o tombo recorde, a indústria de transformação do Estado de São Paulo fechou 2005 com um aumento de 0,97% no nível de emprego, o equivalente à abertura de 18.112 postos de trabalho. O resultado ficou bem abaixo de 2004, quando o emprego cresceu 5,02% com a criação de 91.862 vagas. Foi o segundo pior desempenho anual da série do Ciesp, à frente somente de 2003, quando houve uma queda de 0,24%.
A pesquisa mostrou que o setor com melhor desempenho em 2005 foi o de minerais não-metálicos, com alta de 12,6% no nível de atividade. No lado oposto, o setor de alimentos e bebidas fechou o ano com queda de 9,9% na atividade.
O nível de utilização da capacidade instalada recuou de 80,4% em novembro para 78,5% em dezembro. Em dezembro de 2004, o nível de utilização da capacidade instalada da indústria paulista era de 79,7%.
Projeções
Para 2006, Tabacof prevê uma ligeira melhora no nível de atividade da indústria de transformação paulista. Ele espera que o INA de 2006 aponte um avanço de 2,5%.
Segundo ele, esse resultado deve ser alcançado graças à projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3% neste ano. O PIB da indústria deve registrar um resultado um pouco melhor, de 3,5%.
Tabacof disse que suas previsões são sustentadas pela "expectativa de queda mais rápida dos juros e diminuição do constrangimento fiscal". "Outros fatores devem beneficiar o crescimento econômico, como a melhora do consumo das famílias, a expansão do crédito, o reaquecimento da construção civil e uma política de incentivo para o financiamento habitacional."
Vendas
A pesquisa mostra ainda que as vendas reais de 2005 (descontada a inflação do período) aumentaram 13,1% em relação a 2004. Em dezembro, as vendas caíram 3% frente a novembro. Na comparação com dezembro de 2004, houve um incremento de 14,2% nas vendas reais da indústria paulista.
De acordo com o levantamento, as horas trabalhadas na produção subiram 7,6% em 2005. Em dezembro, houve uma queda de 3,8% na comparação com novembro. Em relação a dezembro de 2004, as horas trabalhadas tiveram um acréscimo de 4,2%.
A pesquisa mostrou ainda que o salário real médio pago pela indústria paulista subiu 6,7% em 2005. Em dezembro, entretanto, o salário real médio caiu 0,1% frente a novembro. Na comparação com igual mês de 2004, houve um avanço de 8,1%.
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