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15/02/2006 - 09h17

Banco Mundial faz elogio ao Bolsa-Família

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IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo, em Washington

Depois de décadas pregando o crescimento econômico como motor para a redução da pobreza, o Banco Mundial adicionou o efeito inverso ontem à receita: combater a pobreza e proporcionar mais oportunidades para a população de baixa renda pode auxiliar os países da América Latina a crescer mais e aumentar a competitividade no cenário internacional, a ponto de alcançar o leste asiático.

"O essencial desse relatório é não apenas que crescimento é chave para aliviar a pobreza, o banco já vem dizendo há anos. Mas o que achamos agora é que pobreza, por si mesma, vem arrastando para baixo o crescimento na região. Não é apenas que o crescimento é bom para reduzir a pobreza, mas a pobreza é ruim para aumentar as taxas de crescimento", explicou Pamela Cox, vice-presidente do banco para América Latina e Caribe.

De acordo com o relatório "Redução da Pobreza e Crescimento: ciclos virtuosos e viciosos", cada ponto percentual de crescimento econômico nos países da América Latina causa uma queda em média de 1,25% na pobreza. No caso brasileiro, a redução da desigualdade social é tanto ou mais importante para auxiliar no crescimento.

O relatório também aponta que o crescimento da pobreza se relaciona à queda de investimentos na economia de um determinado país. Segundo os autores do estudo, a um aumento de 10% da pobreza corresponde a perda de 6% a 8% em investimentos. "Essa descoberta sugere uma potencial explicação para o efeito negativo da pobreza no crescimento: uma maior taxa de pobreza leva a uma menor taxa de investimento, o que resulta em menor crescimento", diz o texto do estudo.

Bolsa-Família

Especificamente sobre o Brasil, a equipe do Banco Mundial elogiou a iniciativa do Bolsa-Família, como um programa direcionado para uma população pobre e que causa, ainda, resultados com a obrigatoriedade da freqüência escolar e acompanhamento médico. A crítica do Bird se concentrou na composição das transferências de renda públicas. A grande maioria dos valores se refere à Previdência, extremamente desigual e alimentadora das disparidades do país.

Causas

Indagado sobre por que os países da América Latina perderam a dianteira econômica que mantinham sobre a Ásia nas últimas décadas, o economista-chefe do Banco Mundial para a região, Guillermo Perry, apresentou uma "hipótese" elaborada pelo banco. Na sua teoria, os países latino-americanos não cresceram tudo o que poderiam durante as décadas de 1960 e 1970, não investiram tanto quando os "tigres asiáticos" em educação e relaxaram a disciplina fiscal com déficits durante aquele período.

Segundo Cox, no Brasil o problema se agravou porque as elites "capturaram" o Estado, privilegiando seus pares em vez de democratizar oportunidades. Algo que vem se modificando, sempre na avaliação de Cox, com os mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1994 a 2002) e de Luiz Inácio Lula da Silva.

Como solução, Perry sugere que os países adotem "pacotes de políticas". Por exemplo: enquanto adotam abertura comercial, devem dar apoio a pequenos agricultores e oferecer educação e oportunidades aos mais pobres.

Especial
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