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22/02/2006 - 13h16

Setor calçadista estima 25 mil demissões em 2006 com dólar barato

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da Folha Online

O setor calçadista projeta um cenário sombrio para 2006 devido ao real valorizado. Pelas estimativas da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), 2006 deve terminar com 25 mil demissões e 85 milhões de pares a menos na produção.

A perda de competitividade nas exportações fez com que o setor calçadista brasileiro terminasse o ano de 2005 com menos 20 mil postos de trabalho.

Só a indústria de calçados de Franca, principal pólo produtor de sapatos masculinos do país, informa ter terminado o ano com menos 4.500 empregos ou uma queda de 22,87% sobre o ano anterior.

Segundo o presidente da Abicalçados, Elcio Jacometti, os dados de janeiro já mostram que o faturamento com as exportações caiu 7%. No mês passado, o setor calçadista nacional obteve US$ 141 milhões com as exportações, enquanto que no ano anterior as divisas foram na ordem de US$ 151 milhões.

"Até dezembro ainda registrávamos receita positiva, mas este quadro está mudando e os empresários não têm mais fôlego."

De acordo com o presidente do Sindifranca, Jorge Donadelli, o setor calçadista tem encontrado dificuldade de elevar o preço médio do par porque os importadores já não aceitam qualquer tentativa de reajuste de preços. "Os números não estão fechados, mas estima-se que, após dezembro de 2005, outros 4.000 trabalhadores francanos ficaram desempregados", afirma.

Queixas

Os representantes dos calçadistas se queixam, sobretudo, da condução do governo diante da perda de competitividade do setor. "Nós estamos desapontados e frustrados com a falta de reação por parte dos órgãos de governo aos nossos apelos de ajuda", afirma Jacometti.

Ele lembra que no fim do ano passado, foram propostas oito medidas emergenciais, entre elas, a agilização restituição desses créditos de PIS, Cofins e IPI e/ou a compensação dos mesmos com as contribuições previdenciárias e a criação de uma nova linha de crédito o setor coureiro calçadista. "Até agora nada foi feito", diz Jacometti.

O descontentamento do setor se acentuou quando o BNDES decidiu liberar recursos para pequenas e médias empresas apenas para a compra de máquinas e equipamentos, visando à inovação tecnológica.

"Não queremos importar equipamento, precisamos de dinheiro para produzir".

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