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13/03/2006 - 20h52

Europeus pressionam e esquentam disputa por TV digital com japoneses

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

Diante da decisão do governo de adiar por mais alguns dias a escolha do padrão da TV digital brasileira, os europeus decidiram entrar com força na disputa. Os embaixadores de cinco países (França, Áustria, Alemanha, Finlândia e Itália) e um representante da Comunidade Européia estiveram reunidos com o comitê e ministros que negocia as contrapartidas da TV digital no Palácio do Planalto.

Eles foram recebidos pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), e os ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento).

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, que tem defendido abertamente a escolha do padrão japonês e criticado a pressão daqueles que defendem o padrão europeu, como as teles, estava em Belo Horizonte (MG), e não participou do encontro, apesar de também participar do grupo de negociação.

A pressão dos europeus esquentou a disputa pela TV digital brasileira nos últimos dias com os japoneses, que já davam como certa a opção do governo, após a sinalização de que poderiam estudar a produção de chips (semicondutores) no país.

Segundo reportagem publicada pela Folha na semana passada, a escolha pelo sistema japonês já teria sido feita pelo governo. Entretanto, diante do interesse reforçado dos europeus, o governo decidiu negociar mais para obter propostas mais concretas para a indústria nacional.

Ainda nesta semana, provavelmente na quarta-feira, os ministros que negociam as contrapartidas da TV digital deverão receber no Planalto representantes da ST Microeletronics.

Assim como os japoneses, a indústria franco-italiana também teria entregue ao governo um documento manifestando seu interesse em discutir a possibilidade de produção de chips.

Na última sexta-feira o governo, quando era esperada uma decisão sobre o padrão da TV digital, o Comitê de Desenvolvimento da TV Digital, decidiu pedir mais prazo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para apontar uma escolha e negociar compromissos formais sobre as contrapartidas.

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