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15/03/2006 - 10h55

Dívida interna do governo cresce 2,6% e ultrapassa R$ 1 trilhão

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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

A dívida pública do governo em títulos ultrapassou R$ 1 trilhão pela primeira vez. Os débitos tiveram um crescimento de 2,6% no mês passado em relação a janeiro devido principalmente à emissão líquida de R$ 14,8 bilhões em novos títulos e do efeito dos juros sobre o estoque da dívida. Com isso, o total de títulos do governo negociados dentro do Brasil chegou a R$ 1,01 trilhão, segundo nota conjunta do Tesouro Nacional e Banco Central.

A dívida total do governo, o que inclui os débitos externos, já havia ultrapassado R$ 1 trilhão. Além disso, o PAF (Plano Anual de Financiamento, divulgado pelo Tesouro) já prevê que o estoque da dívida encerre este ano entre R$ 1,130 trilhão e R$ 1,200 trilhão.

Além dos juros altos pagos pelo governo, a dívida interna tem crescido em ritmo acelerado devido à estratégia adotada pelo Tesouro de cancelar antecipadamente débitos no exterior. Para isso, entretanto, precisa emitir papéis no mercado doméstico para ter o dinheiro necessário para a compra dos dólares que serão usados no pagamento da dívida externa.

Nos últimos meses, as principais ações para reduzir a dívida externa incluíram o pagamento de todos os débitos com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e com o Clube de Paris. Juntos esses pagamentos superaram US$ 18 bilhões.

Além disso, até o dia 15 de abril o governo planeja recomprar US$ 6,6 bilhões em 'bradies' --papéis da dívida externa renegociada após a moratória da década de 80.

Composição da dívida

A dívida atrelada à Selic, taxa de juros que hoje está em 16,5% ao ano, alcançou R$ 514,72 bilhões, ou 50,95% do total dos débitos. Essa é a parcela da dívida chamada de pós-fixada porque seus flutuam junto com a Selic.

Já a parcela da dívida prefixada ficou em 27,88% em fevereiro, contra 26,70%. Para o governo, quando maior a participação desses títulos, melhor, já que se sabe antes o quanto se vai pagar por eles.
Em relação à dívida indexada a índices de preços, o total ficou em 20,46%, contra 19,15% em janeiro.

O montante da dívida atrelado ao dólar agora está negativo em 1,37%, levando em conta as operações de "swap reverso" --o governo paga juros e, em troca, recebe a variação do dólar. Com isso, o governo tem créditos a receber em dólar.

Prazos

A administração da dívida pública conseguiu em fevereiro elevar para 55 meses o prazo médio das emissões. Em janeiro, esse prazo era de 36,4 meses. Segundo a nota, esse aumento foi possível pela emissão de títulos indexados a índices de preços com prazos mais longos. O prazo médio do estoque passou de 28,8 meses para 29,5 meses.

Já a parcela da dívida que vence no curto prazo --em até 12 meses-- passou de 40,6% para 38,4%.

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