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23/03/2006 - 18h12

Confira a íntegra do bate-papo com Cláudia Trevisan

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da Folha Online

Confira abaixo a íntegra do bate-papo com a jornalista Cláudia Trevisan, ex-correspondente da Folha em Pequim, com 320 internautas. O texto abaixo reflete a forma como os participantes digitaram.

Bem-vindo ao Bate-papo com Convidados do UOL. Converse agora com a jornalista Cláudia Trevisan sobre o crescimento econômico da China. Para enviar sua pergunta, selecione o nome da convidada no menu de participantes. É o primeiro da lista.
Folha Imagem
A repórter Claudia Trevisan, que participa de bate-papo
A repórter Claudia Trevisan, que participou de bate-papo



(05:15:01) Lully fala para Cláudia Trevisan: Claudia, boa tarde. Vc acredita que o mundo será "engolido" pelos produtos chineses? Porque a faciliade de tramitação desses produtos no mercado?


(05:16:29) Cláudia Trevisan: Não sei se seremos "engolidos" pelos produtos chineses, mas não há dúvida de que eles representam uma ameaça ao setor industrial de todo o mundo. O que os torna tão atrativos é o baixo preço, resultado do baixo valor da mão-de-obra e da manutenção da moeda chinesa, o yuan, em um patamar desvalorizado em relação ao dólar.
Reprodução
Capa do livro "China - O Renascimento do Império", lançado na última quarta
Capa do livro "China - O Renascimento do Império", lançado na última quarta



(05:16:45) Lyn pergunta para Cláudia Trevisan: Olá. Algumas pessoas acreditam que a China será a próxima potência mundial, você acredita nisso?

(05:18:11) Cláudia Trevisan: acredito que tudo aponta nesta direção. A China é o país mais populoso do mundo e o que mais cresce, há pelo menos 25 anos. A China já ultrapassou a Itália, a França e a Inglaterra e assumiu o posto de quarta maior economia do mundo. Se mantiver o ritmo atual, em cerca de duas a três décadas, terá ultrapassado os Estados Unidos.
Cláudia Trevisan/Folha Imagem
Carneiros são transportados por motocicleta em Pequim
Carneiros são transportados por motocicleta em Pequim



(05:18:23) atordeeatro fala para Cláudia Trevisan: Cláudia, o que é necessário para seu um jornalista não repetitivo?


(05:19:00) Cláudia Trevisan: Que os fatos te ajudem. O jornalista vive da notícia e, se há notícia, não é necessário ser repetitivo.


(05:19:14) MANFIO fala para Cláudia Trevisan: Olá. Grandes Impérios foram feitos com base no trabalho escravo. A China tem um passado recente de ditadura, falta de eleições, falta de sindicatos e trabalho escravo. Até que ponto o sucesso da economia chinesa está baseado nesses elementos?
Cláudia Trevisan/Folha Imagem
Vaso sanitário em banheiro público de Pequim, na China
Vaso sanitário em banheiro público de Pequim, na China



(05:19:50) Vinicius fala para MANFIO: a america é um grande imperio e foi formado baseado na liberdade


(05:20:42) Cláudia Trevisan: Manfio, a China continua a ser um Estado autoritário, no qual não há liberdade de imprensa nem pluralidade partidária. Eu sou um pouco cautelosa em falar de trabalho escravo. Com certeza, os salários são muito baixos, mas a renda per capita dos chineses como um todo melhorou desde que o país iniciou o processo de reformas econômicas, em 1979.
Cláudia Trevisan/Folha Imagem
Comprador escolhe gafanhoto em feira de animais em Pequim
Comprador escolhe gafanhoto em feira de animais em Pequim



(05:20:48) Vinicius fala para Cláudia Trevisan: olá claudia Adam smith disse que o imperio chines jah estava declinando isso no sec 18 em a riqueza das nações, vc cha que o dragão chines vai voltar a voar mais alto do que já está voando ?


(05:21:13) Vinicius fala para MANFIO: esse crescimento da china e a abertura da economia poderá gerar a independencia de estados cmo Hong kong?


(05:22:24) Cláudia Trevisan: Vinicius, o império chinês declinou a partir do século 19 e o país mergulhou em um período no qual foi invadido e humilhado por potências estrangeiras e depois correu o risco da fragmentação em uma guerra civil. acredito que os dirigentes atuais da China estão determinados a resgatar o esplendor e a prosperidade que o país teve durante grande parte dos 2.000 anos de império. Daí o nome do meu livro.
Cláudia Trevisan/Folha Imagem
Chineses cantam no Templo do Céu, em Pequim
Chineses cantam no Templo do Céu, em Pequim



(05:22:33) atordeeatro fala para Cláudia Trevisan: Também eles trabalham em condições severas, o que acha disto?


(05:23:59) Cláudia Trevisan: atordeteatro, muitos dos operários chineses trabalham em condições severas e, obviamente, não vejo isso com bons olhos. Mas para a maioria, a possibilidade de sair do campo e trabalhar em uma fábrica na cidade representa uma melhoria na qualidade de vida. Se compararmos a China com outros países, a situação é ruim. Mas se compararmos a China de hoje com a China de 30 anos atrás, o cenário é bem melhor hoje.


(05:24:09) Erlon fala para Cláudia Trevisan: Vc poderia explicar para nós as conseuências de o Brasil considerar a China como economia de mercado? E se, na sua opinião, há contradição nisso?


(05:25:57) Cláudia Trevisan: Erlon, ao reconhecer a China como economia de mercado o Brasil abriu mão de facilidades que teria para aplicar medidas anti-dumping contra produtos daquele país. Anti-dumping é um sobrepreço colocado a produtos que estariam sendo importados abaixo do seu preço de custo. Mas é importante dizer que até agora o governo brasileiro não regulamentou o reconhecimento da China como economia de mercado. Só houve uma declaração política. Isso significa que, na prática, nada mudou.


(05:26:04) Tato fala para Cláudia Trevisan: Qual a opinião da senhora em relação a um país que se diz comunista sendo que é um dos grandes capitalistas do mercado global?
Cláudia Trevisan/Folha Imagem
Casais dançam no Salsa Caribe, um dos clubes de música latina de Pequim
Casais dançam no Salsa Caribe, um dos clubes de música latina de Pequim



(05:27:57) Cláudia Trevisan: Tato, o que o Partido Comunista está tentando fazer na China é usar os mecanismos de mercado próprios do capitalismo sem adotar as instituições políticas que acompanham esses mecanismos nos países ocidentais (eleições livres, separação de poderes, imprensa livre etc). Eles chamam seu sistema de "economia de mercado socialista".


(05:28:15) JUNIOR/CPS fala para Cláudia Trevisan: COMO FOI SUA ADAPTAÇÃO PESSOAL EM UM PAÍS A PRINCÍPIO TÃO DIFERENTE DO NOSSO


(05:29:24) Cláudia Trevisan: Junior, minha adaptação foi muito mais fácil do que eu esperava. as grandes cidades chinesas estão bastante ocidentalizadas e dá para ter uma vida muito parecida à que eu tinha aqui. O maior problema é a barreira da língua, mas eu trabalhava com uma intérprete. Sem ela, minha vida teria sido bem mais difícil.


(05:29:24) a-curiosa fala para Cláudia Trevisan: O que nosso país poderia se espelhar na China?


(05:30:26) Cláudia Trevisan: a-curiosa, creio que a lição mais importante da China é ter um projeto de crescimento para o país e executá-lo com determinação. Os dirigentes chineses sabem onde querem chegar e tomam as decisões necessárias para tanto.


(05:30:32) dede pergunta para Cláudia Trevisan: como estão os serviços de saude,são pagos?



(05:31:33) Cláudia Trevisan: dede, a maioria dos usuários do sistema de saúde da China tem de pagar pelos serviços e eles não são baratos. Isso foi uma das coisas que mais me surpreendeu no país, teoricamente comunista.


(05:31:39) Vinicius fala para Cláudia Trevisan: a india tem populaçao proxima da da china , e crescimento alto tambem , mas as pessoas falam mais da china como futura potencia, no entanto a china hoje produz mais serviços- como computação- do que a China , e hj serviços eh uam das areas mais promissoras par o desenvolvimento e não a fabricação e montagem , vc não acha que talvez estajam tdos olhando para o lado errado e que sim a India poderá ser a potencia maxima ?



(05:33:44) Cláudia Trevisan: Vinicius, sem dúvida a Índia será uma das estrelas do século 21. Mas é bom notar que a China está bastante avançada na produção de bens de tecnologia da informação (se bem que não na exportação de serviços). Em 2004, a China ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior exportador de bens de tecnologia da informação do mundo. Não creio que haja uma dicotomia China ou Índia. Os dois países têm condições de continuarem a crescer e colocarão desafios enormes para o restante do mundo.


(05:34:03) Tuca fala para Cláudia Trevisan: Claudia, quando a China vai desvalorizar o Yuan???


(05:35:21) Cláudia Trevisan: Tuca, em meados do ano passado eles permitiram a primeira valorização do yuan em uma década, mas ela foi de apenas 2,1%. Eles vão continuar a tratar desse assunto com cautela e fazer ajustes graduais. Não creio que haverá uma megadesvalorização.


(05:35:25) portuga fala para Cláudia Trevisan: Tenho acompanhado através de algumas publicações que já estaria ocorrendo serior problemas com relação custo mão de obra, dad escassez de m.o.qualificadas. Agora não há risco de uma furua explosão social, face forma de regime vigente, visto que ja estariam ocorrendo moviemtnos de constestação principalmente no interior do pais?o


(05:37:05) Cláudia Trevisan: portuga, há casos de falta de mão-de-obra qualificada no sul da China, o que é uma ironia em razão do tamanho da população economicamente ativa do país, de mais de 700 milhões de pessoas. As revoltas têm se multiplicado no interior e cifras oficiais mostram que houve cerca de 80 mil protestos em todo o país no ano passado. O governo está preocupado, mas a situação parece longe de sair de controle.


(05:37:11) Erlon fala para Cláudia Trevisan: Quais são as transgressões relacionadas a direitos humanos na China e de que forma o país asiático as encara no cenário internacional?


(05:38:44) Cláudia Trevisan: erlon, a China é criticada pelo violação de uma série de direitos humanos. Há prisões arbitrárias, envio de pessoas para campos de trabalho forçado, uso de hospitais psiquiátricos para presos políticos etc. O país também é criticado pelo amplo uso da pena de morte. A cada ano, a China executa um número de priosioneiros maior que os que são executados no restante do mundo.


(05:38:56) danifabicaetano fala para Cláudia Trevisan: Claúdia, como os chineses veêm o mundo ocidental, eles são como os japoneses que assimilaram a cultura consumista, mas ao mesmo tempo mantém a tradição cultural?


(05:40:53) Cláudia Trevisan: danifavicaetano, eles são bastante curiosos em relação à cultura ocidental e já assimilaram vários hábitos. Os jovens de classe média vão a danceterias onde há música eletrônica, usam calça jeans e aprendem inglês. Mas há uma série de tradições que ainda sobrevivem, como ter grilos de estimação, soltar pipas nas praças, dançar ao ar livre e reunir-se com os amigos para dançar ou cantar ao ar livre.


(05:40:59) visitante da china fala para Cláudia Trevisan: Bom dia dona Claudia. A senhora ve algum paralelo entre a china e o Brasil e o que poderia o Brasil fazer para poder ter o mesmo crescimento que a china?


(05:43:00) Cláudia Trevisan: visitante da china, acho que o paralelo pode existir pelas diferenças. O Brasil carece de um projeto claro de desenvolvimento, uma das razões pelas quais o país não tem crescimento expressivo. também optou por ter uma moeda valorizada em relação ao dólar, enquanto a China resiste às pressões para valorizar o yuan.


(05:43:32) Engenheiro fala para Cláudia Trevisan: Boa tarde Claudia, como sou engenheiro agricola tenho especial interesse sobre a agricultura e agronegocio chines. O que voce sabe sobre isso?


(05:45:32) Cláudia Trevisan: Engenheiro, confesso que sei pouco. O que mais me impressionou foi saber que a China tem uma produção agrícola de cerca de 400 milhões de toneladas de grãos, quase quatro vezes a mais que o Brasil, em um território dominado por desertos e montanhas. Nas vezes em que viajei pelo interior, vi que quase todos os pedaços de terra disponíveis estavam ocupados por plantações. também vi que a utilização de máquinas é mínima (só vi alguns tratores), em razão da necessidade de garantir emprego a todos.


(05:45:45) MODERADOR (reservadamente) fala para Tuca: Sua mensagem foi enviada para o moderador UOL. Caso seja selecionada será publicada sobre um fundo amarelo. Obrigado.


(05:45:45) jrlondres fala para Cláudia Trevisan: quantos anos ainda vai demorar para a china ultrapassar os EUA e passar a ser o País dominante, ou seja, ficar no lugar dos EUA


(05:47:39) Cláudia Trevisan: jrlondres, a expectativa é que em algum momento entre 2030 e 2040 a economia chinesa ultrapasse a norte-americana. Isso não significará necessariamente que a China passará a ser a maior potência do mundo. É bom lembrar que parte da prosperidade da China decorre de investimentos de empresas estrangeiras, que se beneficiam com o crescimento de sua economia. Além disso, como tem a maior população do mundo, a China poderá ter o maior PIB, mas não necessariamente a maior renda per capita do mundo.


(05:47:51) INTERESSADO fala para Cláudia Trevisan: Cláudia, boa tarde. A proposta do seu livro é a análise econômica, cultural ou histórica da atual China?


(05:48:34) Cláudia Trevisan: interessado, o livro tem um pouco de tudo. A idéia é dar ao leitor brasileiro um panorama das transformações nas quais a China está mergulhada e os problemas que o país tem em seu caminho.


(05:48:46) caco pergunta para Cláudia Trevisan: Voc e nao acha que a politica internacional da China e muito egoista? Parece que eles so querem vantagens e nao oferecem nenhuma concessao.


(05:49:39) Cláudia Trevisan: caco, creio que é muito difícil negociar com os chineses, mas também é difícil negociar com os norte-americanos. Os dois países costumam defender com afinco seus interesses nacionais.


(05:49:45) guilherme fala para Cláudia Trevisan: É verdade que Shangai já tem mais prédios que NYC ?


(05:50:15) Cláudia Trevisan: guilherme, segundo o New York Times, Shanghai já tem mais arranha-céus que Nova York.


(05:50:15) uel_ad, fala para Cláudia Trevisan: Estava assistindo a uma máteria no Jornal Hoje e vi que o desemprego na China está crescendo. O que está causando isso?


(05:51:57) Cláudia Trevisan: uel_ad, o governo chinês tem um desafio enorme de criar milhões de postos de trabalho a cada ano. Por isso, existe uma obsessão por manter o ritmo de crescimento da economia. Os dados sobre desemprego não são muito confiáveis e não creio que esteja havendo um movimento preocupante de aumento (além do que já existe).


(05:52:03) Beto fala para Cláudia Trevisan: Não acha que é mais fácil crescer num local como a China que ao contrário do Brasil tem índices de corrupção alarmantes?


(05:53:46) Cláudia Trevisan: Beto, a China tem índices de corrupção muito mais alarmantes que os do Brasil, com o agravante de que não há imprensa livre, Ministério Público nem Judiciário independente para coibir abusos. O próprio Partido Comunista reconhece que o grau de corrupção de seus integrantes é uma das principais ameaças à sua continuidade no poder. Várias dinastinas chinesas caíram pela corrupção de seus dirigentes e o mesmo destino pode acometer os comunistas.


(05:53:52) Erlon fala para Cláudia Trevisan: De que maneira o Brasil pode tirar proveito do excepcional crescimento da China?


(05:55:51) Cláudia Trevisan: erlon, o Brasil já se beneficiou com o aumento das exportações de minério de ferro e soja para a China, que hoje é o principal mercado para esses dois produtos. O grande risco para o Brasil é se tornar um exportador apenas de matérias-primas e alimentos não elaborados, enquanto compra quantidades cada vez maiores de produtos industrializados da China.


(05:55:57) cassio fala para Cláudia Trevisan: em quanto a senhora acha que a china vai se tornar uma democracia de fato??


(05:56:29) Cláudia Trevisan: cassio, a adoção de uma democracia nos moldes ocidentais não está nos planos do Partido Comunista da China.


(05:56:59) CURIOSO fala para Cláudia Trevisan: Vc tem idéia de quanto tempo a China vai aguentar este crescimento extraordinário?


(05:58:04) Cláudia Trevisan: curioso, não tenho idéia, mas sei que há limites para a manutenção do atual modelo de crescimento. A intenção do governo é continuar crescendo algo entre 8% e 9% ao ano, mas mudar o motor deste crescimento. Hoje o motor são os investimentos. O governo quer que o motor passe a ser o consumo.


(05:58:10) Artur fala para Cláudia Trevisan: Oi, boa tarde Cláudia. Alguma mudança no processo Educacional, no aspecto Pedagógico do país, sofreu influência durante o esse processo de transformação da China?


(05:59:16) Cláudia Trevisan: Artur, a China investiu muito em educação nas duas últimas décadas, principalmente em áreas ligadas a tecnologia e pesquisa. A China já forma mais engenheiros que os Estados Unidos e têm ótimos cientistas, que custam muito menos que os de países desenvolvidos.


(05:59:22) Bruno Flora fala para Cláudia Trevisan: A quase ausencia dos direitos humanos conquistados no ocidente faz com que a China tenha um baixíssimo valor de mão de obra uma vez que não existe a obrigação para o pagamento de encargos trabalhistas, e como já foi citado acima o baixíssimo preço. Se considerarmos que a India que tem como pilastra o hinduísmo e o regime de castas, o que faz os valores ocidentais de direitos trabalhistas não serem respeitados, estamos gerando um terço da população sem nenhum parâmetro. Dentro do capitalismo, podemos esperar que isso venha nos influenciar e haver um retrocesso no ocidente devido a pressão desses países?!


(06:01:42) Cláudia Trevisan: Bruno Flora, a entrada de quase 3 bilhões de pessoas no mercado global terá um impacto enorme sobre o restante do mundo. Uma delas, com certeza, será o desafio a valores consagrados no ocidente, como os direitos trabalhistas. Mas também pode haver a incorporação, pela Índica e a China, de ao menos parte da cultura econômica ocidental. Só o tempo responderá.


(06:03:06) Cláudia Trevisan: Obrigada a todos pela perguntas! espero ter dado respostas satisfatórias. Cláudia


(06:03:12) UOL Moderador: O Bate-papo UOL agradece a presença de Cláudia Trevisan e a participação de todos os internautas. Até o próximo!

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