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11/04/2006
-
09h48
ELVIRA LOBATO
da Folha de s.Paulo, no Rio
Enquanto a comitiva de ministros seguia para o Japão para discutir TV digital com o governo e com empresas daquele país, os dirigentes das grandes redes de televisão reuniram-se, ontem à tarde, em São Paulo, para analisar o nó em que se transformou a discussão da TV digital no Brasil.
Globo, Record, Bandeirantes, SBT e RedeTV!, segundo a Folha apurou, avaliam que o processo está muito mais arrastado do que previam. Existe, na Globo, receio de que não haja mais condição política para um anúncio da decisão neste ano.
A Folha publicou, em março, que o governo já se definiu pela escolha do padrão japonês. Até um mês atrás, era dada como certo o anúncio da escolha do padrão ISDB, do Japão, mas houve ofensiva dos fabricantes europeus que prolongou a disputa.
Os ministros Hélio Costa (Comunicações) e Celso Amorim (Relações Exteriores) viajaram para Tóquio, onde se juntarão ao ministro Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento. Na agenda, há encontros com fabricantes de equipamentos, com uma operadora de telefonia celular e com uma emissora de televisão, além das reuniões com o governo local.
Dirigentes de duas redes de TV disseram à Folha que os radiodifusores estão sem informação de dentro do governo.
"Cessou completamente a informação", disse Antonio Teles, vice-presidente da Rede Bandeirantes. Segundo ele, a reunião (realizada na Globo) não foi conclusiva e os os dirigentes avaliaram que terão de esperar o retorno dos ministros para uma nova avaliação. "O consenso é que precisamos ficar atentos", resumiu.
O diretor do SBT Guilherme Stoliar, um dos participantes da reunião de ontem, disse que a definição da tecnologia da TV digital conseguiu o fato de unir as grandes emissoras em torno de um propósito. Elas sempre tiveram posições divergentes, a ponto de não conseguirem conviver dentro da mesma entidade classista.
A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), por exemplo, representa a Globo e suas afiliadas, mas não a Bandeirantes, a Record e o SBT.
Na avaliação de Guilherme Stoliar, há mais gente no governo opinando sobre a escolha da TV digital do que deveria. Ele diz que as emissoras defendem o sistema japonês porque entendem que é o único que permitiria a transmissão de TV em alta definição e a recepção gratuita dos sinais por aparelhos móveis, como o telefone celular.
O ministro Hélio Costa já se declarou favorável à escolha do sistema japonês, mas, segundo Stoliar, haveria resistência por parte de outros ministros.
As TVs receiam que governo Lula deixe a decisão para a próxima administração, como ocorreu na segunda gestão de FHC. Em 2002, o governo chegou a discutir as contrapartidas comerciais para a escolha da tecnologia de televisão digital, que seriam exigidas dos fornecedores.
Já naquela ocasião, as emissoras de TV defendiam o sistema japonês. A decisão acabou adiada em razão da grande pressão dos fornecedores, que cobravam mais discussão.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre TV digital
Redes já temem que definição de TV digital não saia neste ano
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da Folha de s.Paulo, no Rio
Enquanto a comitiva de ministros seguia para o Japão para discutir TV digital com o governo e com empresas daquele país, os dirigentes das grandes redes de televisão reuniram-se, ontem à tarde, em São Paulo, para analisar o nó em que se transformou a discussão da TV digital no Brasil.
Globo, Record, Bandeirantes, SBT e RedeTV!, segundo a Folha apurou, avaliam que o processo está muito mais arrastado do que previam. Existe, na Globo, receio de que não haja mais condição política para um anúncio da decisão neste ano.
A Folha publicou, em março, que o governo já se definiu pela escolha do padrão japonês. Até um mês atrás, era dada como certo o anúncio da escolha do padrão ISDB, do Japão, mas houve ofensiva dos fabricantes europeus que prolongou a disputa.
Os ministros Hélio Costa (Comunicações) e Celso Amorim (Relações Exteriores) viajaram para Tóquio, onde se juntarão ao ministro Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento. Na agenda, há encontros com fabricantes de equipamentos, com uma operadora de telefonia celular e com uma emissora de televisão, além das reuniões com o governo local.
Dirigentes de duas redes de TV disseram à Folha que os radiodifusores estão sem informação de dentro do governo.
"Cessou completamente a informação", disse Antonio Teles, vice-presidente da Rede Bandeirantes. Segundo ele, a reunião (realizada na Globo) não foi conclusiva e os os dirigentes avaliaram que terão de esperar o retorno dos ministros para uma nova avaliação. "O consenso é que precisamos ficar atentos", resumiu.
O diretor do SBT Guilherme Stoliar, um dos participantes da reunião de ontem, disse que a definição da tecnologia da TV digital conseguiu o fato de unir as grandes emissoras em torno de um propósito. Elas sempre tiveram posições divergentes, a ponto de não conseguirem conviver dentro da mesma entidade classista.
A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), por exemplo, representa a Globo e suas afiliadas, mas não a Bandeirantes, a Record e o SBT.
Na avaliação de Guilherme Stoliar, há mais gente no governo opinando sobre a escolha da TV digital do que deveria. Ele diz que as emissoras defendem o sistema japonês porque entendem que é o único que permitiria a transmissão de TV em alta definição e a recepção gratuita dos sinais por aparelhos móveis, como o telefone celular.
O ministro Hélio Costa já se declarou favorável à escolha do sistema japonês, mas, segundo Stoliar, haveria resistência por parte de outros ministros.
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