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11/04/2006
-
21h11
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
Os funcionários da Varig fizeram hoje uma maratona em Brasília na tentativa de buscar apoio para um plano que garanta a sobrevivência da companhia aérea. No entanto, nem todos os credores se mostraram tão sensíveis à situação da companhia. Além disso, as propostas apresentadas hoje por funcionários e sindicatos foram diferentes.
A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziela Baggio, defende que os credores do governo --BR Distribuidora e Infraero-- dêem a Varig uma carência de três meses. O gasto mensal da empresa aérea com a Infraero é de R$ 9 milhões. Já com combustível chega a US$ 40 milhões.
Segundo Baggio, a Infraero se mostrou sensibilizada com a situação da Varig. O mesmo não aconteceu com a BR Distribuidora. À tarde, ela esteve reunida com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que cobrou uma proposta unificada dos sindicatos e trabalhadores.
Já a proposta da TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) prevê também a carência --dois meses no caso da BR e de cinco meses para a Infraero.
Esse prazo faz parte do plano desenvolvido pela Alvarez & Marsal [consultoria contratada recentemente pela Varig para implementar seu plano de recuperação]. Junto com a carência, esse grupo de trabalhadores quer retirar R$ 300 milhões do fundo de pensão Aerus para ajudar a recuperar a empresa.
No entanto, a SPC (Secretaria de Previdência Complementar) se manifestou contra essa solução. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, não é possível a utilização do dinheiro de um fundo de pensão para outra finalidade que não seja o pagamento previdenciário. Isso está previsto na lei 109 e na resolução 3121 do CMN (Conselho Monetário Nacional).
Para o presidente da Associação de Pilotos da Varig, Rodrigo Marocco, é preciso encontrar uma solução dentro da lei, mas é preciso recuperar a empresa "de qualquer maneira".
"Então é possível quebrar a Varig e quebrar o fundo de pensão? Se nós não tivermos hoje propostas criativas para resolver o problema da Varig, vamos embora para casa. Se uma lei apenas está embarreirando o processo de que o funcionário possa participar da recuperação, temos que arranjar outras maneiras", disse.
Hoje, os representantes da TGV, da Força Sindical e do Sindicato dos Aeroviários de São estiveram reunidos no final do dia com os ministros Luiz Marinho (Trabalho) e Waldir Pires (Defesa). Antes, fizeram manifestações no Congresso Nacional e entregaram no Palácio do Planalto a proposta de recuperação da Varig.
Segundo Marocco, eles foram bem recebidos e deverão fazer uma nova rodada de reuniões amanhã. Ele acredita em uma solução até o final da semana. "Permaneceremos em vigília e só sairemos daqui com a Varig salva."
Segundo Uébio José da Silva, presidente do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, o governo cobrou dos trabalhadores uma proposta unitária, e que isso já está sendo feito.
"Os trabalhadores voltam a ter esperança para que a companhia não tenha o mesmo fim da companhia Vasp e Transbrasil. Sabemos perfeitamente que o paciente é um paciente terminal, que está na UTI. A medicação que vai ser adotada, que vai ser prescrita, tem seus efeitos colaterais, que passa às vezes por demissão de trabalhadores", disse.
O plano da Alvarez & Marsal prevê a demissão de 2900 funcionários. A empresa tem mais de 10 mil funcionários e um dívida estimada em R$ 7 bilhões.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a proposta de acordo da Varig com a OceanAir
Funcionários fazem maratona para reunir apoios para a Varig em Brasília
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da Folha Online, em Brasília
Os funcionários da Varig fizeram hoje uma maratona em Brasília na tentativa de buscar apoio para um plano que garanta a sobrevivência da companhia aérea. No entanto, nem todos os credores se mostraram tão sensíveis à situação da companhia. Além disso, as propostas apresentadas hoje por funcionários e sindicatos foram diferentes.
A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziela Baggio, defende que os credores do governo --BR Distribuidora e Infraero-- dêem a Varig uma carência de três meses. O gasto mensal da empresa aérea com a Infraero é de R$ 9 milhões. Já com combustível chega a US$ 40 milhões.
Segundo Baggio, a Infraero se mostrou sensibilizada com a situação da Varig. O mesmo não aconteceu com a BR Distribuidora. À tarde, ela esteve reunida com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que cobrou uma proposta unificada dos sindicatos e trabalhadores.
Já a proposta da TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) prevê também a carência --dois meses no caso da BR e de cinco meses para a Infraero.
Esse prazo faz parte do plano desenvolvido pela Alvarez & Marsal [consultoria contratada recentemente pela Varig para implementar seu plano de recuperação]. Junto com a carência, esse grupo de trabalhadores quer retirar R$ 300 milhões do fundo de pensão Aerus para ajudar a recuperar a empresa.
No entanto, a SPC (Secretaria de Previdência Complementar) se manifestou contra essa solução. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, não é possível a utilização do dinheiro de um fundo de pensão para outra finalidade que não seja o pagamento previdenciário. Isso está previsto na lei 109 e na resolução 3121 do CMN (Conselho Monetário Nacional).
Para o presidente da Associação de Pilotos da Varig, Rodrigo Marocco, é preciso encontrar uma solução dentro da lei, mas é preciso recuperar a empresa "de qualquer maneira".
"Então é possível quebrar a Varig e quebrar o fundo de pensão? Se nós não tivermos hoje propostas criativas para resolver o problema da Varig, vamos embora para casa. Se uma lei apenas está embarreirando o processo de que o funcionário possa participar da recuperação, temos que arranjar outras maneiras", disse.
Hoje, os representantes da TGV, da Força Sindical e do Sindicato dos Aeroviários de São estiveram reunidos no final do dia com os ministros Luiz Marinho (Trabalho) e Waldir Pires (Defesa). Antes, fizeram manifestações no Congresso Nacional e entregaram no Palácio do Planalto a proposta de recuperação da Varig.
Segundo Marocco, eles foram bem recebidos e deverão fazer uma nova rodada de reuniões amanhã. Ele acredita em uma solução até o final da semana. "Permaneceremos em vigília e só sairemos daqui com a Varig salva."
Segundo Uébio José da Silva, presidente do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, o governo cobrou dos trabalhadores uma proposta unitária, e que isso já está sendo feito.
"Os trabalhadores voltam a ter esperança para que a companhia não tenha o mesmo fim da companhia Vasp e Transbrasil. Sabemos perfeitamente que o paciente é um paciente terminal, que está na UTI. A medicação que vai ser adotada, que vai ser prescrita, tem seus efeitos colaterais, que passa às vezes por demissão de trabalhadores", disse.
O plano da Alvarez & Marsal prevê a demissão de 2900 funcionários. A empresa tem mais de 10 mil funcionários e um dívida estimada em R$ 7 bilhões.
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