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12/04/2006
-
09h54
ELVIRA LOBATO
da Folha de S.Paulo, no Rio
As indústrias européias prometem criar 9.000 empregos diretos no Brasil, no horizonte de dez anos, se o governo escolher a tecnologia de televisão digital DVB, concorrente do sistema japonês. O número refere-se ao conjunto das indústrias envolvidas e inclui a produção de celulares adaptados a captar programação de TV.
A oferta consta de carta enviada à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, há duas semanas, pelas empresas da frente ""Coalizão DVB", que faz o lobby da tecnologia européia.
Segundo os diretores de Tecnologia e de Relações Externas da Philips, respectivamente, Walter Duran e Manoel Corrêa, há compromisso também, pelo conjunto das indústrias, de criação de 23 mil empregos indiretos e de aumento de US$ 26 bilhões nas exportações do setor, em dez anos.
As seis empresas que formam a ""Coalizão DVB" --Siemens (alemã), Philips (holandesa), Thales (francesa), Nokia (finlandesa), Rohde & Schwarz (alemã) e ST Microelectronics (franco-italiana)-- firmaram também compromissos individuais.
A Philips prometeu reinvestir em pesquisas o royalty a que teria direito na fabricação dos televisores digitais, da ordem de US$ 0,75 por unidade. Segundo os diretores, é a primeira vez que a empresa faz tal proposta a um país.
A discussão da TV digital no Brasil desencadeou uma guerra comercial entre os fabricantes das tecnologias européia (DVB) e japonesa (ISDB).
A disputa começou a partir do momento em que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, manifestou-se favorável ao sistema japonês, em meados do segundo semestre.
A Folha divulgou, em março, que o governo já se definiu pelo sistema japonês -falta anunciar.
Segundo os diretores da Philips, as projeções de empregos e de exportações foram feitas considerando que a América Latina (à exceção do México, que optou pela tecnologia norte-americana) acompanhará a decisão do Brasil.
Um capítulo à parte na disputa entre os fornecedores é a implantação de uma indústria de semicondutores. Os primeiros a se manifestarem nesse sentido foram os japoneses. Como o governo encampou a idéia, os europeus acompanharam a proposta.
Além da ST Microelectronics, a Philips afirma estar disposta a estudar a implantação da fábrica.
Japoneses e europeus oferecem linhas de crédito de US$ 500 milhões para financiar as emissoras de TV na implantação das redes digitais e abrem mão de royalties.
O consultor do padrão japonês ISDB de TV digital Yasutoshi Miyoshi diz que a linha de crédito já está aprovada pelo JBIC (Banco Japonês de Cooperação Internacional) e poderá ser ampliada.
Os dois sistemas concorrentes prometem transferir tecnologia aos brasileiros e incorporar os aplicativos para a TV digital que foram desenvolvidos pelas universidades brasileiras.
De todas as promessas, a mais incerta é a da fábrica de semicondutores.
"A fábrica é apenas uma possibilidade, porque ninguém assina um cheque US$ 2 bilhões [valor estimado do investimento] com apenas dois meses de discussão", resume Miyoshi.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre TV digital
Europa promete empregos com TV digital
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da Folha de S.Paulo, no Rio
As indústrias européias prometem criar 9.000 empregos diretos no Brasil, no horizonte de dez anos, se o governo escolher a tecnologia de televisão digital DVB, concorrente do sistema japonês. O número refere-se ao conjunto das indústrias envolvidas e inclui a produção de celulares adaptados a captar programação de TV.
A oferta consta de carta enviada à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, há duas semanas, pelas empresas da frente ""Coalizão DVB", que faz o lobby da tecnologia européia.
Segundo os diretores de Tecnologia e de Relações Externas da Philips, respectivamente, Walter Duran e Manoel Corrêa, há compromisso também, pelo conjunto das indústrias, de criação de 23 mil empregos indiretos e de aumento de US$ 26 bilhões nas exportações do setor, em dez anos.
As seis empresas que formam a ""Coalizão DVB" --Siemens (alemã), Philips (holandesa), Thales (francesa), Nokia (finlandesa), Rohde & Schwarz (alemã) e ST Microelectronics (franco-italiana)-- firmaram também compromissos individuais.
A Philips prometeu reinvestir em pesquisas o royalty a que teria direito na fabricação dos televisores digitais, da ordem de US$ 0,75 por unidade. Segundo os diretores, é a primeira vez que a empresa faz tal proposta a um país.
A discussão da TV digital no Brasil desencadeou uma guerra comercial entre os fabricantes das tecnologias européia (DVB) e japonesa (ISDB).
A disputa começou a partir do momento em que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, manifestou-se favorável ao sistema japonês, em meados do segundo semestre.
A Folha divulgou, em março, que o governo já se definiu pelo sistema japonês -falta anunciar.
Segundo os diretores da Philips, as projeções de empregos e de exportações foram feitas considerando que a América Latina (à exceção do México, que optou pela tecnologia norte-americana) acompanhará a decisão do Brasil.
Um capítulo à parte na disputa entre os fornecedores é a implantação de uma indústria de semicondutores. Os primeiros a se manifestarem nesse sentido foram os japoneses. Como o governo encampou a idéia, os europeus acompanharam a proposta.
Além da ST Microelectronics, a Philips afirma estar disposta a estudar a implantação da fábrica.
Japoneses e europeus oferecem linhas de crédito de US$ 500 milhões para financiar as emissoras de TV na implantação das redes digitais e abrem mão de royalties.
O consultor do padrão japonês ISDB de TV digital Yasutoshi Miyoshi diz que a linha de crédito já está aprovada pelo JBIC (Banco Japonês de Cooperação Internacional) e poderá ser ampliada.
Os dois sistemas concorrentes prometem transferir tecnologia aos brasileiros e incorporar os aplicativos para a TV digital que foram desenvolvidos pelas universidades brasileiras.
De todas as promessas, a mais incerta é a da fábrica de semicondutores.
"A fábrica é apenas uma possibilidade, porque ninguém assina um cheque US$ 2 bilhões [valor estimado do investimento] com apenas dois meses de discussão", resume Miyoshi.
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