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02/05/2006
-
00h46
da Efe, em Montevidéu
O anúncio do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, de que seu país se prepara para deixar o Mercosul, gerou nesta segunda-feira um clima de incerteza, apesar de não surpreender os uruguaios.
Vázquez anunciou a decisão pela TV, de Washington, onde está em visita oficial. Ele explicou que está estudando uma renúncia à condição de membro pleno do bloco, fundado há 15 anos com Brasil, Argentina e Paraguai. Ele pretende adotar o status de país associado, como Chile, Bolívia e Peru, além da Venezuela, que está em processo de integração plena.
O presidente adiantou que, quando voltar para Montevidéu, vai se reunir com todas as forças políticas do país, para que a saída seja resultado de um amplo consenso. Câmaras empresariais e sindicatos de trabalhadores também serão ouvidos, segundo ele.
Vázquez anunciou a saída numa entrevista ao enviado do Canal 10 de Montevidéu a Washington. No entanto, outros meios disseram que membros da delegação presidencial foram mais cautelosos ao comentar a retirada do Mercosul.
Por outro lado, ninguém no país parece se surpreender. Governo, oposição, imprensa, industriais, exportadores e importadores concordam que o Mercosul "não funciona", "não serve" e que só existe para que "Argentina e Brasil o usem como bem entendem".
O próprio Vázquez disse hoje ao Canal 10 que o Mercosul "é um problema, e não uma solução para o Uruguai".
O conflito com a Argentina por causa das fábricas de celulose e o fato de que o governo de Néstor Kirchner, que preside temporariamente o bloco, não tenha atendido a um pedido uruguaio para tratar o assunto no Mercosul, contribuíram para uma visão negativa.
O Uruguai pediu a convocação do Conselho do Mercosul, mas a Argentina decidiu que o assunto era "bilateral". Na última reunião do Mercosul, os representantes uruguaios receberam o apoio dos outros membros para que o conflito fosse resolvido pelo bloco.
A Argentina desmentiu o Uruguai e disse que brasileiros e paraguaios rejeitaram a proposta. O governo de Vázquez contestou com a publicação da ata da reunião. No documento, Brasil e Paraguai aprovam a convocação do Conselho.
Uma semana depois, uma reunião dos presidentes da Argentina, Brasil e Venezuela, em São Paulo, levou a uma mudança da posição brasileira, o que incomodou o Uruguai.
Os bloqueios das pontes que unem o Uruguai e a Argentina, em protestos de manifestantes argentinos contrários à construção das fábricas de celulose, têm sido denunciados como violações do princípio da livre circulação, exposto nos tratados do Mercosul.
O Uruguai calcula suas perdas no conflito em US$ 400 milhões.
Assim, foi com naturalidade que o país recebeu as declarações de Vázquez. Ele disse ao Canal 10 que as relações no Mercosul "são permanentes fontes de problemas" e que o país tem o "leque de oportunidades representado pelo resto do mundo".
Segundo Vázquez, o modelo para o Uruguai no futuro "é o do Chile, um país moderno e aberto ao mundo".
O presidente uruguaio elogiou o Tratado de Livre-Comércio assinado com o México em 2004. Agora, ele pretende chegar a um bom acordo também com os Estados Unidos. Na quinta-feira (5), ele vai se reunir com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush e espera conseguir "os melhores resultados possíveis".
Vázquez revelou sua intenção de assinar acordos de livre-comércio com qualquer país que se interessar. Depois de um tratado comercial com a União Européia, os próximos alvos seriam países árabes, como o Marrocos e os Emirados Árabes Unidos.
Além disso, para 2007 ele prepara uma viagem pela Ásia, onde, disse que "há um enorme mercado para os produtos uruguaios".
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Saída do Mercosul era esperada mas provoca incerteza no Uruguai
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O anúncio do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, de que seu país se prepara para deixar o Mercosul, gerou nesta segunda-feira um clima de incerteza, apesar de não surpreender os uruguaios.
Vázquez anunciou a decisão pela TV, de Washington, onde está em visita oficial. Ele explicou que está estudando uma renúncia à condição de membro pleno do bloco, fundado há 15 anos com Brasil, Argentina e Paraguai. Ele pretende adotar o status de país associado, como Chile, Bolívia e Peru, além da Venezuela, que está em processo de integração plena.
O presidente adiantou que, quando voltar para Montevidéu, vai se reunir com todas as forças políticas do país, para que a saída seja resultado de um amplo consenso. Câmaras empresariais e sindicatos de trabalhadores também serão ouvidos, segundo ele.
Vázquez anunciou a saída numa entrevista ao enviado do Canal 10 de Montevidéu a Washington. No entanto, outros meios disseram que membros da delegação presidencial foram mais cautelosos ao comentar a retirada do Mercosul.
Por outro lado, ninguém no país parece se surpreender. Governo, oposição, imprensa, industriais, exportadores e importadores concordam que o Mercosul "não funciona", "não serve" e que só existe para que "Argentina e Brasil o usem como bem entendem".
O próprio Vázquez disse hoje ao Canal 10 que o Mercosul "é um problema, e não uma solução para o Uruguai".
O conflito com a Argentina por causa das fábricas de celulose e o fato de que o governo de Néstor Kirchner, que preside temporariamente o bloco, não tenha atendido a um pedido uruguaio para tratar o assunto no Mercosul, contribuíram para uma visão negativa.
O Uruguai pediu a convocação do Conselho do Mercosul, mas a Argentina decidiu que o assunto era "bilateral". Na última reunião do Mercosul, os representantes uruguaios receberam o apoio dos outros membros para que o conflito fosse resolvido pelo bloco.
A Argentina desmentiu o Uruguai e disse que brasileiros e paraguaios rejeitaram a proposta. O governo de Vázquez contestou com a publicação da ata da reunião. No documento, Brasil e Paraguai aprovam a convocação do Conselho.
Uma semana depois, uma reunião dos presidentes da Argentina, Brasil e Venezuela, em São Paulo, levou a uma mudança da posição brasileira, o que incomodou o Uruguai.
Os bloqueios das pontes que unem o Uruguai e a Argentina, em protestos de manifestantes argentinos contrários à construção das fábricas de celulose, têm sido denunciados como violações do princípio da livre circulação, exposto nos tratados do Mercosul.
O Uruguai calcula suas perdas no conflito em US$ 400 milhões.
Assim, foi com naturalidade que o país recebeu as declarações de Vázquez. Ele disse ao Canal 10 que as relações no Mercosul "são permanentes fontes de problemas" e que o país tem o "leque de oportunidades representado pelo resto do mundo".
Segundo Vázquez, o modelo para o Uruguai no futuro "é o do Chile, um país moderno e aberto ao mundo".
O presidente uruguaio elogiou o Tratado de Livre-Comércio assinado com o México em 2004. Agora, ele pretende chegar a um bom acordo também com os Estados Unidos. Na quinta-feira (5), ele vai se reunir com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush e espera conseguir "os melhores resultados possíveis".
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