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06/05/2006
-
09h30
JANAINA LAGE
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
MAELI PRADO
da Folha de S.Paulo
A Varig Log retirou a proposta de compra da Varig por US$ 400 milhões. A ex-subsidiária da Varig, que tem como acionista o fundo de investimento norte-americano Matlin Patterson, pretendia assumir a parcela saudável da Varig, mas desistiu por entender que a proposta já estava na mesa havia muito tempo e que nada tinha sido feito. Segundo a empresa, a Varig Log vai se dedicar exclusivamente ao segmento de logística. A retirada da oferta fortaleceu a proposta do governo, que ganhou mais fôlego entre os credores.
A oferta da Varig Log foi alvo de críticas desde o início pela maioria dos credores, por prever manter apenas metade dos funcionários da companhia e não assumir as dívidas com o Aerus, fundo de pensão dos funcionários. Para Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal, a desistência da Varig Log no negócio já era prevista. "A proposta dela tinha algumas dificuldades na parte legal e com os credores, mas não descarto que a Varig Log possa ser uma das interessadas na Varig doméstica."
Com a mudança no cenário, os credores vão avaliar, em assembléia na próxima segunda-feira, a proposta da Alvarez & Marsal, a do consultor Jayme Toscano, de US$ 1,9 bilhão, mas sem a comprovação da origem dos recursos, e a do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), de R$ 2,5 bilhões.
O detalhamento da proposta do governo foi apresentado a trabalhadores, empresas de leasing e estatais ontem em reunião na sede da companhia. De acordo com os credores ouvidos pela Folha, a tendência é a de que esta alternativa de recuperação seja aprovada na assembléia marcada para a próxima segunda-feira. "O clima da reunião foi muito bom, dificilmente esse plano deixa de ser aprovado na assembléia", disse a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino.
Segundo Gomes, o diferencial da proposta é permitir a separação da Varig em duas companhias com potencial de crescimento. Segundo o executivo, mais de dez grupos, entre companhias aéreas e fundos de investimento já procuraram o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para obter informações sobre o leilão. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) já qualificou 27 empresas. Credores afirmam que TAM, Webjet, Gol e OceanAir já manifestaram interesse.
Empréstimo
Caso a proposta seja aprovada pelos credores, o BNDES vai apresentar na terça-feira as condições para um empréstimo-ponte de US$ 100 milhões. O banco vai antecipar cerca de 15% do valor mínimo do leilão a uma empresa intermediária, que vai repassar o valor à Varig. A intermediária poderá ser uma das empresas interessadas em participar do leilão.
A principal resistência à proposta do governo deve partir do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), que ganhou na Justiça o direito de representar os trabalhadores. Segundo Rodrigo Marocco, presidente da Apvar (Associação dos Pilotos da Varig), o grupo é contrário à cisão da Varig em segmentos nacional e internacional. "Defendemos o leilão dos ativos operacionais da empresa como um todo e estamos construindo essa proposta de consenso com a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] e com setores do governo", disse.
Segundo o modelo de segregação da Varig em duas, a fatia doméstica deve ficar com 30 aeronaves e a internacional, com 25. Nesse cenário, a Varig Internacional poderá operar rotas domésticas de maior procura e fundamentais para a alimentação da malha internacional.
A Varig Internacional não vai se voltar para o segmento de baixo custo e baixa tarifa. Segundo o estudo da Alvarez & Marsal, a análise dos resultados financeiros da empresa mostra maior rentabilidade nos produtos com foco em passageiros executivos, mais opções noturnas, freqüências diárias e menor utilização das aeronaves.
Segundo Balbino, deve haver mais demissões porque será necessário adequar o perfil da Varig Doméstica ao das concorrentes.
Especial
Confira a cobertura completa da crise da Varig
Ex-subsidiária desiste de comprar a Varig
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da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
MAELI PRADO
da Folha de S.Paulo
A Varig Log retirou a proposta de compra da Varig por US$ 400 milhões. A ex-subsidiária da Varig, que tem como acionista o fundo de investimento norte-americano Matlin Patterson, pretendia assumir a parcela saudável da Varig, mas desistiu por entender que a proposta já estava na mesa havia muito tempo e que nada tinha sido feito. Segundo a empresa, a Varig Log vai se dedicar exclusivamente ao segmento de logística. A retirada da oferta fortaleceu a proposta do governo, que ganhou mais fôlego entre os credores.
A oferta da Varig Log foi alvo de críticas desde o início pela maioria dos credores, por prever manter apenas metade dos funcionários da companhia e não assumir as dívidas com o Aerus, fundo de pensão dos funcionários. Para Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal, a desistência da Varig Log no negócio já era prevista. "A proposta dela tinha algumas dificuldades na parte legal e com os credores, mas não descarto que a Varig Log possa ser uma das interessadas na Varig doméstica."
Com a mudança no cenário, os credores vão avaliar, em assembléia na próxima segunda-feira, a proposta da Alvarez & Marsal, a do consultor Jayme Toscano, de US$ 1,9 bilhão, mas sem a comprovação da origem dos recursos, e a do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), de R$ 2,5 bilhões.
O detalhamento da proposta do governo foi apresentado a trabalhadores, empresas de leasing e estatais ontem em reunião na sede da companhia. De acordo com os credores ouvidos pela Folha, a tendência é a de que esta alternativa de recuperação seja aprovada na assembléia marcada para a próxima segunda-feira. "O clima da reunião foi muito bom, dificilmente esse plano deixa de ser aprovado na assembléia", disse a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino.
Segundo Gomes, o diferencial da proposta é permitir a separação da Varig em duas companhias com potencial de crescimento. Segundo o executivo, mais de dez grupos, entre companhias aéreas e fundos de investimento já procuraram o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para obter informações sobre o leilão. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) já qualificou 27 empresas. Credores afirmam que TAM, Webjet, Gol e OceanAir já manifestaram interesse.
Empréstimo
Caso a proposta seja aprovada pelos credores, o BNDES vai apresentar na terça-feira as condições para um empréstimo-ponte de US$ 100 milhões. O banco vai antecipar cerca de 15% do valor mínimo do leilão a uma empresa intermediária, que vai repassar o valor à Varig. A intermediária poderá ser uma das empresas interessadas em participar do leilão.
A principal resistência à proposta do governo deve partir do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), que ganhou na Justiça o direito de representar os trabalhadores. Segundo Rodrigo Marocco, presidente da Apvar (Associação dos Pilotos da Varig), o grupo é contrário à cisão da Varig em segmentos nacional e internacional. "Defendemos o leilão dos ativos operacionais da empresa como um todo e estamos construindo essa proposta de consenso com a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] e com setores do governo", disse.
Segundo o modelo de segregação da Varig em duas, a fatia doméstica deve ficar com 30 aeronaves e a internacional, com 25. Nesse cenário, a Varig Internacional poderá operar rotas domésticas de maior procura e fundamentais para a alimentação da malha internacional.
A Varig Internacional não vai se voltar para o segmento de baixo custo e baixa tarifa. Segundo o estudo da Alvarez & Marsal, a análise dos resultados financeiros da empresa mostra maior rentabilidade nos produtos com foco em passageiros executivos, mais opções noturnas, freqüências diárias e menor utilização das aeronaves.
Segundo Balbino, deve haver mais demissões porque será necessário adequar o perfil da Varig Doméstica ao das concorrentes.
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