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26/05/2006
-
08h59
JULIANNA SOFIA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, lamentou que o real tenha voltado a se valorizar em relação ao dólar ontem. Segundo ele, embora o governo não tenha meta para o câmbio, a alta do dólar --que chegou a R$ 2,40 anteontem-- era melhor do que o patamar registrado ontem, quando fechou a R$ 2,29.
"Estamos caminhando para a normalidade. Isso [turbulência] foi mais um teste para o Brasil, com a demonstração de que o Brasil está um país sólido. A única pena é que o dólar já está caindo", afirmou o ministro, entre risos, em rápida entrevista na portaria do Ministério da Fazenda.
Os jornalistas questionaram o ministro sobre qual seria o patamar ideal para a cotação da moeda americana, mas ele disse que não há meta para o governo. "Não existe patamar ideal porque vocês iriam dizer que o ministro da Fazenda está mirando uma meta. Não temos meta para o dólar.
É aquilo que resulta das relações de mercado. Mas, é claro, que há alguns dias estava melhor do que está hoje [ontem]", disse o ministro da Fazenda, que assumiu o cargo no final de março.
Turbulência passageira
Ele reafirmou que desde o começo da volatilidade nos mercados globais ele sabia que se tratava de uma turbulência passageira. Na avaliação dele, o superávit nas transações correntes permitiu ao Brasil atravessar o nervosismo sem ser afetado de forma importante. "Quem tem que se preocupar nesses momentos é quem tem falta de moeda forte. Nós temos sobra", disse Mantega.
Pressionado por exportadores, Mantega anunciou na Fiesp, na sexta passada, que o governo estava elaborando um pacote cambial para atenuar a valorização do real. Alguns analistas o criticaram nesta semana, argumentando que o ministro da Fazenda não deveria ter posição sobre o câmbio.
Para o ministro, o comportamento do mercado financeiro ontem mostrou que a conjuntura está "acalmando". "Eu particularmente não estava preocupado com isso. Sabia que era passageiro. Não há problemas estruturais que indiquem uma crise nacional. Muito pelo contrário", afirmou.
Desoneração
Questionado sobre a possibilidade de novas desonerações de tributos para alimentos, Mantega disse que isso já aconteceu para a cesta básica e afirmou: "Hoje, o brasileiro pode comer filé mignon mesmo nas famílias com poucos recursos", disse o ministro.
De acordo com Mantega, a equipe econômica está analisando se recomendará ou não ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetar o projeto de lei aprovado pelo Congresso que cria o Refis 3 (novo programa de parcelamento dívidas federais). O projeto foi apreciado pela Câmara na terça-feira e agora depende de sanção presidencial.
A sinalização do ministro, no entanto, foi no sentido de vetar a proposta aprovada pelos parlamentares. "Eu não gosto do Refis porque parece que você vai reforçando a possibilidade de os empresários não pagarem tributos porque sempre vai ter uma saída no futuro. Mas, evidentemente, vamos analisar", declarou Mantega.
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre política cambial
Mantega lamenta recuperação do real
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, lamentou que o real tenha voltado a se valorizar em relação ao dólar ontem. Segundo ele, embora o governo não tenha meta para o câmbio, a alta do dólar --que chegou a R$ 2,40 anteontem-- era melhor do que o patamar registrado ontem, quando fechou a R$ 2,29.
"Estamos caminhando para a normalidade. Isso [turbulência] foi mais um teste para o Brasil, com a demonstração de que o Brasil está um país sólido. A única pena é que o dólar já está caindo", afirmou o ministro, entre risos, em rápida entrevista na portaria do Ministério da Fazenda.
Os jornalistas questionaram o ministro sobre qual seria o patamar ideal para a cotação da moeda americana, mas ele disse que não há meta para o governo. "Não existe patamar ideal porque vocês iriam dizer que o ministro da Fazenda está mirando uma meta. Não temos meta para o dólar.
É aquilo que resulta das relações de mercado. Mas, é claro, que há alguns dias estava melhor do que está hoje [ontem]", disse o ministro da Fazenda, que assumiu o cargo no final de março.
Turbulência passageira
Ele reafirmou que desde o começo da volatilidade nos mercados globais ele sabia que se tratava de uma turbulência passageira. Na avaliação dele, o superávit nas transações correntes permitiu ao Brasil atravessar o nervosismo sem ser afetado de forma importante. "Quem tem que se preocupar nesses momentos é quem tem falta de moeda forte. Nós temos sobra", disse Mantega.
Pressionado por exportadores, Mantega anunciou na Fiesp, na sexta passada, que o governo estava elaborando um pacote cambial para atenuar a valorização do real. Alguns analistas o criticaram nesta semana, argumentando que o ministro da Fazenda não deveria ter posição sobre o câmbio.
Para o ministro, o comportamento do mercado financeiro ontem mostrou que a conjuntura está "acalmando". "Eu particularmente não estava preocupado com isso. Sabia que era passageiro. Não há problemas estruturais que indiquem uma crise nacional. Muito pelo contrário", afirmou.
Desoneração
Questionado sobre a possibilidade de novas desonerações de tributos para alimentos, Mantega disse que isso já aconteceu para a cesta básica e afirmou: "Hoje, o brasileiro pode comer filé mignon mesmo nas famílias com poucos recursos", disse o ministro.
De acordo com Mantega, a equipe econômica está analisando se recomendará ou não ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetar o projeto de lei aprovado pelo Congresso que cria o Refis 3 (novo programa de parcelamento dívidas federais). O projeto foi apreciado pela Câmara na terça-feira e agora depende de sanção presidencial.
A sinalização do ministro, no entanto, foi no sentido de vetar a proposta aprovada pelos parlamentares. "Eu não gosto do Refis porque parece que você vai reforçando a possibilidade de os empresários não pagarem tributos porque sempre vai ter uma saída no futuro. Mas, evidentemente, vamos analisar", declarou Mantega.
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