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26/05/2006 - 17h57

Justiça mandou prender Edemar por ocultação de obras de arte

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da Folha Online

A Justiça Federal de São Paulo justificou a prisão do ex-dono do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, com indícios de que ele estaria se esforçando para obstruir as investigações e retardar o processo contra ele que corre na 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

O juiz Fausto Martin de Sanctis, responsável pelo processo em que o ex-banqueiro é acusado por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta, que teriam levado à quebra do Banco Santos, atendeu ao pedido do Ministério Público e decretou a prisão porque o ex-banqueiro teria supostamente ocultado obras de arte seqüestradas pela Justiça, desobedecido ordem judicial para a apresentação dessas peças, difundido informações sigilosas para beneficiar sua defesa, fornecido endereço inexistente de testemunha com o objetivo de atrasar os trabalhos de apuração e atribuído o desaparecimento de obras a estranhos sem qualquer fundamento, entre outros motivos.

Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal, ao menos sete obras que comprovadamente pertenciam à Cid Collection não foram encontradas até o momento apesar de fazerem parte de seu acervo segundo a perícia realizada em seus próprios computadores. Até mesmo obras da coleção já fotografadas e publicadas em jornais teriam sumido da Cid Collection.

Preso hoje em sua mansão no Morumbi (zona oeste de São Paulo) por quinze agentes da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, Cid Ferreira foi encaminhado para a Superintendência da PF em São Paulo. Ele deve ficar preso por tempo indeterminado.

O juiz também decidiu acolher denúncia contra a mulher de Cid Ferreira, Marcia, cujo processo foi apensado ao do marido e deve tramitar também na 6ª Vara.

Bancos Santos

O Ministério Público estima que a instituição financeira deixou um rombo de mais de R$ 1 bilhão. No ano passado, a Justiça decretou a falência do Banco Santos.

O processo que levou à falência começou em 12 de novembro de 2004, quando o Banco Central decretou a intervenção na instituição financeira.

Após descobrir que a situação financeira do banco vinha se deteriorando rapidamente, o BC afastou Edemar Cid Ferreira e os então diretores do controle da instituição e nomeou Vanio César Aguiar como interventor.

Sua responsabilidade seria apurar possíveis irregularidades cometidas por dirigentes da instituição e levantar informações necessárias para que fosse decidido seu futuro.

Na época, os correntistas do banco tiveram saques limitados a R$ 20 mil para contas à vista e cadernetas de poupança. Os demais recursos ficariam bloqueados à espera de que fosse encontrada uma solução para a instituição financeira.

O interventor e representantes dos antigos controladores do Banco Santos não foram capazes de elaborar um plano que permitisse sua reabertura --que poderia incluir a venda de seus ativos e agências para outra instituição financeira, por exemplo. Com isso, o BC decidiu decretar a liquidação da instituição em 4 de maio de 2005.

Outro lado

O advogado Arnaldo Malheiros Filho, que representa Cid Ferreira, anunciou que entrará com pedido de habeas corpus em favor de seu cliente.

Para a defesa, a afirmação do juiz, de que em liberdade Cid Ferreira ameaça a ordem pública não se sustenta. "Meu cliente foi preso em sua casa, onde sempre esteve à disposição da Justiça", afirma o advogado

Ele também negou que o ex-banqueiro tivesse tentado atrapalhar o andamento do processo.

Além do pedido de habeas corpus, a defesa também vai questionar a parcialidade do juiz De Sanctis com uma argüição de suspeição.

O juiz chegou a confiscar a residência do empresário, determinando que o imóvel deveria ser transformado em museu. A decisão foi considerada indevida pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), que suspendeu seus efeitos.

Especial
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