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29/05/2006
-
09h18
FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo
A turbulência que tem sacudido o mercado financeiro nas últimas duas semanas não deve deter o forte ritmo de captações de recursos que as empresas brasileiras têm demandado desde 2005. Na avaliação de analistas, o mercado de capitais brasileiro só interromperá o forte fluxo de emissões se a volatilidade atual acabar aprofundada e prolongada.
Neste ano, já foram registrados R$ 23,18 bilhões em emissões primárias e secundárias, considerando todas as formas de se captar recursos --como ações, debêntures e FIDCs.
Outros R$ 14,60 bilhões estão em análise na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) --fora os 31 pedidos de lançamento de ações que não têm seus valores computados, mas estimados em R$ 20 bilhões.
Como as ofertas em análise na CVM costumam ser liberadas em algumas semanas e dificilmente são negadas, o mercado de capitais pode bater os R$ 50 bilhões em emissões neste primeiro semestre. Em todo 2005, quando o mercado de capitais atingiu seu recorde de emissões, foram captados pelas empresas R$ 71,38 bilhões.
"Em momentos de turbulências e incertezas, é esperado que as empresas dêem uma parada e esperem o pior passar, antes de oferecer papéis no mercado", diz Alex Agostini, economista da Austin Rating. "Mas as empresas seguem trabalhando com o mesmo cenário macroeconômico até o momento. Assim, não vejo motivos para que as emissões sofram uma interrupção", afirma.
Quando uma empresa abre seu capital e lança ações na Bolsa de Valores há uma emissão primária. Segundo analistas, o ideal para as empresas, especialmente as menos conhecidas que planejam entrar no mercado, o ideal é esperar um pouco para ver se o pior momento de volatilidade já passou.
O que poderia ocorrer é uma empresa ver fracassar o lançamento de seus papéis devido ao fato de os investidores estarem mais cautelosos e ariscos.
Com a elevação do risco-país brasileiro, que se aproximou dos 300 pontos na semana passada, pioram as expectativas para se captar no mercado internacional, o que pode ajudar o mercado doméstico a bater um novo recorde.
Isso acontece porque o risco-país é um indicador de quanto os investidores estrangeiros estão exigindo para aceitar comprar títulos públicos e privados brasileiros. Se o risco sobe, indica que os investidores querem juros maiores para ficar com os papéis, o que acaba por desestimular novas emissões no exterior. Emitir no mercado interno também traz para as empresas o benefício de anular o risco da variação cambial.
Quando o dólar atingiu os R$ 4,00, em 2002, muitas empresas viram suas dívidas no exterior crescerem vertiginosamente. Esse trauma acabou por ajudar a estimular e fortalecer o mercado doméstico.
"É claro que a recente turbulência tem efeitos negativos, mas entendo que são passageiros. É esperado que uma empresa que queria emitir agora aguarde um pouco. Mas não creio que o atual momento prejudique o balanço de emissões do ano", diz Jason Vieira, economista da consultoria GRC Visão.
Ações
Desde 2004, quando a Natura estreou no pregão da Bovespa, interrompendo um jejum de dois anos sem lançamentos de ações, esse segmento tem se fortalecido. Em 2005, foram nove as empresas que estrearam na Bovespa.
Dos R$ 23,18 bilhões captados no mercado neste ano, 45,5% vieram de emissões de ações. Em 2002, as captações por meio de ações representaram 23,24% do total.
Os bancos e as empresas vão ao mercado de capitais para conseguir recursos para ampliar sua produção ou seu parque industrial, por exemplo. Há instituições financeiras que também captam para repassar os recursos para terceiros.
Além das mais tradicionais formas de se captar recursos, que são as ações e as debêntures, cresceu no ano passado uma outra modalidade, chamada de FIDC (Fundo de Investimento em Direito Creditório).
Esses fundos são formados da seguinte forma: uma empresa repassa a investidores seus créditos futuros que tem direito a receber.
Quem entra em um FIDC recebe uma taxa de juros. Neste ano, já foram captados R$ 3,08 bilhões por meio de FIDCs. Em 2005, foram outros R$ 8,58 bilhões.
Turbulência não deverá contaminar as emissões
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da Folha de S.Paulo
A turbulência que tem sacudido o mercado financeiro nas últimas duas semanas não deve deter o forte ritmo de captações de recursos que as empresas brasileiras têm demandado desde 2005. Na avaliação de analistas, o mercado de capitais brasileiro só interromperá o forte fluxo de emissões se a volatilidade atual acabar aprofundada e prolongada.
Neste ano, já foram registrados R$ 23,18 bilhões em emissões primárias e secundárias, considerando todas as formas de se captar recursos --como ações, debêntures e FIDCs.
Outros R$ 14,60 bilhões estão em análise na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) --fora os 31 pedidos de lançamento de ações que não têm seus valores computados, mas estimados em R$ 20 bilhões.
Como as ofertas em análise na CVM costumam ser liberadas em algumas semanas e dificilmente são negadas, o mercado de capitais pode bater os R$ 50 bilhões em emissões neste primeiro semestre. Em todo 2005, quando o mercado de capitais atingiu seu recorde de emissões, foram captados pelas empresas R$ 71,38 bilhões.
"Em momentos de turbulências e incertezas, é esperado que as empresas dêem uma parada e esperem o pior passar, antes de oferecer papéis no mercado", diz Alex Agostini, economista da Austin Rating. "Mas as empresas seguem trabalhando com o mesmo cenário macroeconômico até o momento. Assim, não vejo motivos para que as emissões sofram uma interrupção", afirma.
Quando uma empresa abre seu capital e lança ações na Bolsa de Valores há uma emissão primária. Segundo analistas, o ideal para as empresas, especialmente as menos conhecidas que planejam entrar no mercado, o ideal é esperar um pouco para ver se o pior momento de volatilidade já passou.
O que poderia ocorrer é uma empresa ver fracassar o lançamento de seus papéis devido ao fato de os investidores estarem mais cautelosos e ariscos.
Com a elevação do risco-país brasileiro, que se aproximou dos 300 pontos na semana passada, pioram as expectativas para se captar no mercado internacional, o que pode ajudar o mercado doméstico a bater um novo recorde.
Isso acontece porque o risco-país é um indicador de quanto os investidores estrangeiros estão exigindo para aceitar comprar títulos públicos e privados brasileiros. Se o risco sobe, indica que os investidores querem juros maiores para ficar com os papéis, o que acaba por desestimular novas emissões no exterior. Emitir no mercado interno também traz para as empresas o benefício de anular o risco da variação cambial.
Quando o dólar atingiu os R$ 4,00, em 2002, muitas empresas viram suas dívidas no exterior crescerem vertiginosamente. Esse trauma acabou por ajudar a estimular e fortalecer o mercado doméstico.
"É claro que a recente turbulência tem efeitos negativos, mas entendo que são passageiros. É esperado que uma empresa que queria emitir agora aguarde um pouco. Mas não creio que o atual momento prejudique o balanço de emissões do ano", diz Jason Vieira, economista da consultoria GRC Visão.
Ações
Desde 2004, quando a Natura estreou no pregão da Bovespa, interrompendo um jejum de dois anos sem lançamentos de ações, esse segmento tem se fortalecido. Em 2005, foram nove as empresas que estrearam na Bovespa.
Dos R$ 23,18 bilhões captados no mercado neste ano, 45,5% vieram de emissões de ações. Em 2002, as captações por meio de ações representaram 23,24% do total.
Os bancos e as empresas vão ao mercado de capitais para conseguir recursos para ampliar sua produção ou seu parque industrial, por exemplo. Há instituições financeiras que também captam para repassar os recursos para terceiros.
Além das mais tradicionais formas de se captar recursos, que são as ações e as debêntures, cresceu no ano passado uma outra modalidade, chamada de FIDC (Fundo de Investimento em Direito Creditório).
Esses fundos são formados da seguinte forma: uma empresa repassa a investidores seus créditos futuros que tem direito a receber.
Quem entra em um FIDC recebe uma taxa de juros. Neste ano, já foram captados R$ 3,08 bilhões por meio de FIDCs. Em 2005, foram outros R$ 8,58 bilhões.
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