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29/05/2006 - 15h59

Edemar é levado para centro de detenção provisória em Guarulhos

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da Folha Online

O ex-dono do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, vai ficar preso no centro de detenção provisória de Guarulhos, para onde foi transferido por volta das 14h30. Ele estava desde sexta-feira na Superintendência da PF em São Paulo, localizada na Lapa.

Ele deve aguardar seu julgamento na prisão porque teve seu pedido de habeas corpus negado pela desembargadora Anna Maria Pimentel, do Tribunal Regional Federal em São Paulo.

O ex-banqueiro teve sua prisão preventiva decretada e foi preso na última sexta-feira em sua casa no Morumbi (zona oeste de São Paulo) porque haveria indícios de que estaria se esforçando para obstruir as investigações e retardar o processo que corre contra ele na 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

O juiz Fausto Martin de Sanctis, responsável pelo processo em que o ex-banqueiro é acusado por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta, que teriam levado à quebra do Banco Santos, atendeu ao pedido do Ministério Público ao decretar a prisão.

O Ministério Público coletou indícios de que o ex-banqueiro teria supostamente ocultado obras de arte seqüestradas pela Justiça, desobedecido ordem judicial para a apresentação dessas peças, difundido informações sigilosas para beneficiar sua defesa, fornecido endereço inexistente de testemunha com o objetivo de atrasar os trabalhos de apuração e atribuído o desaparecimento de obras a estranhos sem qualquer fundamento, entre outros motivos.

No habeas corpus, o advogado Arnaldo Malheiros Filho, que representa Cid Ferreira, argumenta que a afirmação do juiz de que em liberdade seu cliente ameaçaria a ordem pública não se sustenta. 'Meu cliente foi preso em sua casa, onde sempre esteve à disposição da Justiça', afirma o advogado

Além do pedido de habeas corpus, a defesa também vai questionar a parcialidade do juiz De Sanctis com uma argüição de suspeição.

O juiz também decidiu acolher denúncia contra a mulher de Cid Ferreira, Marcia, cujo processo foi apensado ao do marido e deve tramitar também na 6ª Vara.

Segundo a assessoria de imprensa do TRF, o pedido de habeas corpus negado pela desembargadora deverá agora ser redistribuído para um novo magistrado, que voltará a analisá-lo.

Caberá ao desembargador Johonson Di Salvo verificar se já existe algum processo no TRF que envolva Edemar Cid Ferreira. Em caso positivo, o pedido de habeas corpus será encaminhado ao magistrado responsável por esse processo.

Do contrário, haverá um sorteio para a distribuição da ação. O magistrado escolhido poderá então tomar uma decisão sobre o recurso apresentado por Malheiros ou então encaminhar o habeas corpus para o julgamento em alguma turma do tribunal.

Bancos Santos

O Ministério Público estima que a instituição financeira deixou um rombo de mais de R$ 1 bilhão. No ano passado, a Justiça decretou a falência do Banco Santos.

O processo que levou à falência começou em 12 de novembro de 2004, quando o Banco Central decretou a intervenção na instituição financeira.

Após descobrir que a situação financeira do banco vinha se deteriorando rapidamente, o BC afastou Edemar Cid Ferreira e os então diretores do controle da instituição e nomeou Vanio César Aguiar como interventor.

Sua responsabilidade seria apurar possíveis irregularidades cometidas por dirigentes da instituição e levantar informações necessárias para que fosse decidido seu futuro.

Na época, os correntistas do banco tiveram saques limitados a R$ 20 mil para contas à vista e cadernetas de poupança. Os demais recursos ficariam bloqueados à espera de que fosse encontrada uma solução para a instituição financeira.

O interventor e representantes dos antigos controladores do Banco Santos não foram capazes de elaborar um plano que permitisse sua reabertura --que poderia incluir a venda de seus ativos e agências para outra instituição financeira, por exemplo. Com isso, o BC decidiu decretar a liquidação da instituição em 4 de maio de 2005.

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