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30/05/2006
-
12h44
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Rodrígues Zapatero, disse nesta terça-feira que o governo do país "defenderá seus interesses legítimos" na América Latina.
Zapatero disse que o governo espanhol segue "ativamente e com prudência" as mudanças que ocorrem nos países latino-americanos atualmente e alertou para medidas como a que foi decretada na Bolívia neste mês, de nacionalizar as reservas de hidrocarbonetos do país.
"Seguimos ativamente e com prudência, mas também com a determinação de defender nossos interesses legítimos com a exigência de que seja respeitada a plena segurança jurídica", destacou Zapatero, segundo a agência de notícias France Presse.
Segundo ele, desde que assumiu o cargo (em abril de 2004), a Espanha reforçou suas relações com a maioria dos países da América Latina, em particular com "aqueles que têm um caráter estratégico", e citou o Brasil, a Argentina, o Chile e o Uruguai.
Ele destacou também que o esforço de seu governo foi saudado pelas organizações de empresários espanhóis e latino-americanos e lembrou que a Espanha "contribuiu para a articulação de nossa comunidade política" com a Cúpula Ibero-americana de Salamanca e a criação da Segib (Secretaria-Geral Ibero-Americana).
O primeiro-ministro informou que neste ano a ajuda espanhola ao desenvolvimento da América Latina deve ficar em 3,2 bilhões de euros. Um dos objetivos principais de seu governo, acrescentou, é "construir uma ordem internacional que dê mais segurança e mais confiança, com a luta contra as desigualdades e a pobreza".
Bolívia
As relações entre a Espanha e a Bolívia passaram por atritos nos últimos meses. No último dia 1º, o presidente boliviano, Evo Morales, decretou a nacionalização das reservas de petróleo e gás natural no país, o que afetou as operações da Repsol-YPF.
Um outro decreto, assinado também neste mês, desta vez pelo vice-presidente boliviano, Alvaro Garcia Linera, nacionalizou também as ações de empresas de petróleo e gás que estão sob controle de fundos de pensão do país. Morales disse que "não há o que indenizar", no caso da nacionalização das ações.
"Não há o que indenizar porque não estamos expulsando ninguém, não estamos expropriando. Apenas estamos recuperando o que corresponde ao povo boliviano. Isso é do Estado e vai ser administrado pelo Estado", acrescentou.
O ministro espanhol da Economia, Pedro Solbes, respondeu que tal nacionalização sem uma compensação ao banco espanhol BBVA e à seguradora suíça Zurich Financial, que administram dois fundos de pensão na Bolívia, é "inaceitável".
Em março, os executivos Julio Gavito (espanhol), e Pedro Sánchez (argentino), ambos da Andina, que é a subsidiária da Repsol na Bolívia, foram presos, acusados de envolvimento em caso de contrabando de petróleo. Os dois foram libertados após pagarem 40 mil euros de fiança, cada um.
Com agências internacionais
Especial
Confira a cobertura completa da nacionalização na Bolívia
Espanha defenderá "interesses legítimos" na América Latina, diz Zapatero
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da Folha Online
O primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Rodrígues Zapatero, disse nesta terça-feira que o governo do país "defenderá seus interesses legítimos" na América Latina.
Zapatero disse que o governo espanhol segue "ativamente e com prudência" as mudanças que ocorrem nos países latino-americanos atualmente e alertou para medidas como a que foi decretada na Bolívia neste mês, de nacionalizar as reservas de hidrocarbonetos do país.
"Seguimos ativamente e com prudência, mas também com a determinação de defender nossos interesses legítimos com a exigência de que seja respeitada a plena segurança jurídica", destacou Zapatero, segundo a agência de notícias France Presse.
Segundo ele, desde que assumiu o cargo (em abril de 2004), a Espanha reforçou suas relações com a maioria dos países da América Latina, em particular com "aqueles que têm um caráter estratégico", e citou o Brasil, a Argentina, o Chile e o Uruguai.
Ele destacou também que o esforço de seu governo foi saudado pelas organizações de empresários espanhóis e latino-americanos e lembrou que a Espanha "contribuiu para a articulação de nossa comunidade política" com a Cúpula Ibero-americana de Salamanca e a criação da Segib (Secretaria-Geral Ibero-Americana).
O primeiro-ministro informou que neste ano a ajuda espanhola ao desenvolvimento da América Latina deve ficar em 3,2 bilhões de euros. Um dos objetivos principais de seu governo, acrescentou, é "construir uma ordem internacional que dê mais segurança e mais confiança, com a luta contra as desigualdades e a pobreza".
Bolívia
As relações entre a Espanha e a Bolívia passaram por atritos nos últimos meses. No último dia 1º, o presidente boliviano, Evo Morales, decretou a nacionalização das reservas de petróleo e gás natural no país, o que afetou as operações da Repsol-YPF.
Um outro decreto, assinado também neste mês, desta vez pelo vice-presidente boliviano, Alvaro Garcia Linera, nacionalizou também as ações de empresas de petróleo e gás que estão sob controle de fundos de pensão do país. Morales disse que "não há o que indenizar", no caso da nacionalização das ações.
"Não há o que indenizar porque não estamos expulsando ninguém, não estamos expropriando. Apenas estamos recuperando o que corresponde ao povo boliviano. Isso é do Estado e vai ser administrado pelo Estado", acrescentou.
O ministro espanhol da Economia, Pedro Solbes, respondeu que tal nacionalização sem uma compensação ao banco espanhol BBVA e à seguradora suíça Zurich Financial, que administram dois fundos de pensão na Bolívia, é "inaceitável".
Em março, os executivos Julio Gavito (espanhol), e Pedro Sánchez (argentino), ambos da Andina, que é a subsidiária da Repsol na Bolívia, foram presos, acusados de envolvimento em caso de contrabando de petróleo. Os dois foram libertados após pagarem 40 mil euros de fiança, cada um.
Com agências internacionais
Especial
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