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31/05/2006 - 09h10

Rico quer carro novo, e pobre, celular e televisão

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ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo

O grupo de consumidores mais abastados, no topo da pirâmide social, pretende comprar em 2006 o computador para casa, trocar de carro e adquirir novos móveis --os itens de maior desejo de compra para esse público neste ano. Já aquela turma com renda magra, das classes D e E, vai por outro caminho: tentará financiar a moto, comprar a televisão e o telefone celular.

É o que mostra relatório de 59 páginas elaborado pela consultoria Ipsos e pela Cetelem, empresa francesa de crédito, parceira de redes de varejo como Submarino, Telha Norte e Carrefour.

O levantamento foi divulgado ontem com uma série de conclusões sobre hábitos de consumo do brasileiro e desigualdades no poder de compra.
Segundo entrevistas com 1.200 pessoas no país em novembro e dezembro --selecionadas de acordo com metodologia utilizada pelo IBGE na Pnad, a pesquisa de amostra de domicílios--, 85% dos entrevistados das classes D e E querem comprar uma moto. Nesse grupo, 84% pretendem adquirir eletrônicos (como TV e vídeo) e 79% preferem trocar ou comprar celulares. Aí está a população com renda média mensal familiar em R$ 544,72. Estima-se que 92,9 milhões de brasileiros façam parte das classes D e E, calcula o relatório.

No grupo dos mais endinheirados, com renda familiar média mensal em R$ 2.484,01 (classes A e B, que somam 26,4 milhões de brasileiros), a lista de compras para 2006, por ordem de múltipla escolha, inclui: móveis (81%), computador (78%), eletrodomésticos (73%) e carro (71%).

No vermelho

Um dado interessante nessa comparação é que as classes de menor renda têm intenção maior de compra nos produtos de preços baixos. Por exemplo: ferramentas (55% de interesse) e itens para decoração (60%). Isso acontece não só pela demanda reprimida como pela dificuldade de acesso a crédito barato e pela ampliação lenta do poder de compra --leia-se renda-- nos últimos anos.

"As classes A e B, até mesmo a C, têm espaço para se endividar. Mas as classes D e E estão correndo atrás do prejuízo", diz Clifford Young, diretor da Ipsos Public Affairs, responsável pela pesquisa. "O que acontece é que essa turma de renda mais baixa compra, se endivida, começa a cortar gastos para pagar essa dívida e, depois, volta a comprar e a se endividar novamente", afirma ele.

Com base na informação dos entrevistados, a pesquisa concluiu que, para as classes A e B, de uma renda média mensal de R$ 2.484.01, os gastos fixos somam R$ 1.852,23 --sobrando R$ 631,79. Desse volume, R$ 204 (média) vão para o pagamento de uma prestação mensal -8% da renda. Mas, no grupo D e E, o comprometimento com o crédito é maior: de 15%. Na classe C, atinge 14%. "Os de menor renda [D e E] fecham o mês com um gasto que supera em R$ 16 a renda mensal" diz Franck Vignard Rose, diretor de marketing da Cetelem.

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