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31/05/2006 - 15h21

Fed manifesta incerteza sobre necessidade de novos aumentos de juros

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VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online

Os membros do Federal Reserve (Fed, o BC americano) manifestaram incerteza sobre o quanto, e se, terão de continuar com o aperto monetário nos EUA, depois de elevar sua taxa de juros no dia 10 deste mês para 5% ao ano, diz a ata da reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) do Fed, divulgada nesta quarta-feira.

"Dados o risco ao crescimento e a inflação, os membros do comitê manifestaram incerteza sobre quanto, e se, seria necessário um maior aperto [monetário]", diz o documento.

O banco, no entanto, diz que, "em vista do risco de que o cenário para a inflação possa piorar, o comitê decidiu repetir a indicação do comunicado divulgado após a reunião de março, de que mais da política de aperto monetário pode ser necessária".

O texto da ata diz ainda que as discussões em torno da taxa de juros variaram desde opiniões a favor de manter a taxa em 4,75% a efetuar um aumento de 0,50 ponto percentual (o que teria levado a taxa a 5,25%). A opinião foi a de manter o ritmo adotado desde junho de 2004: uma elevação de 0,25 ponto percentual.

"Os recentes desenvolvimentos de preços pediam um novo aperto. O núcleo da inflação tem ficado um pouco acima do esperado e diversos membros destacaram que o núcleo dos preços agora está na extremidade superior do que consideram como nível aceitável", diz a ata.

Os aumentos de juros vieram como estratégia do banco para conter as altas de preços, no momento em que a economia dos EUA começava a ganhar fôlego.

Sinais contrastantes

A sensação de incerteza entre investidores e economistas, que fez com que os mercados financeiros registrassem quedas acentuadas nas últimas semanas, ficou mais evidente depois das opiniões aparentemente contrastantes vindas do Fed.

No dia 18 de abril, a ata da reunião do Fomc dos dias 27 e 28 de março informou que "a maioria dos membros julgou que o fim do processo de aperto monetário provavelmente está próximo" --ainda que alguns dos membros do comitê tenham expressado "preocupação sobre os riscos de um aperto muito forte, dados os efeitos de longo prazo da política [de juros altos]".

No dia 27 do mesmo mês, no entanto, o que parecia ter sido um sinal claro de interrupção no ciclo de altas de juros do Fed no futuro próximo foi colocado mais uma vez no território das possibilidades não tão próximas. Em seu testemunho apresentado ao Comitê Conjunto de Economia do Congresso, Bernanke disse que "algum momento no futuro o comitê poderá decidir se não irá agir em um ou mais encontros sobre os juros para aguardar a chegada de mais informações relevantes para o cenário".

Bernanke fez ainda um novo alerta sobre os movimentos da inflação nos EUA: "Para apoiar um ritmo saudável contínuo da economia, a vigilância sobre o ritmo da inflação é essencial", disse lembrando que a alta dos preços da energia põe em risco o atual desempenho sólido da economia americana --o que abriria as portas para mais altas de juros.

Nos comunicados divulgados após as duas reuniões de política monetária do Fed sob o comando de Bernanke (em março e neste mês), o Fomc informou que "mais rigor", ou "mais da política de aperto monetário" seriam necessários para manter os riscos de inflação a uma distância segura.

Os analistas financeiros trabalham com a hipótese de o Fed vir a manter sua taxa de juros em 5% ao ano na próxima reunião, em junho, interrompendo assim o ciclo de altas iniciado em junho de 2004.

O temor de que os juros subam além disso fez com que os investidores vendessem ações, provocando quedas acentuadas nos mercados financeiros no mundo todo e buscassem papéis de menor risco, como os "treasuries" (títulos do governo americano).

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