Publicidade
Publicidade
01/06/2006
-
09h41
CLÓVIS ROSSI
enviado especial da Folha de S.Paulo a Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu sobrevida à tímida expectativa da União Européia de conseguir que o Brasil adote o padrão europeu de TV digital, em vez do japonês.
Foi durante a reunião de Lula com o presidente da Comissão Européia, o português José Manuel Durão Barroso, que foi logo ao ponto: perguntou se era verdade o que lera nos jornais, ou seja, que o governo brasileiro anunciaria muito em breve que adotaria o modelo japonês.
Lula negou e disse que ainda havia algumas etapas a cumprir. "O presidente me disse que o assunto ainda não estava resolvido e eu não tenho nenhuma razão para duvidar dele, como é óbvio", diria depois à Folha o chefe do braço executivo do conglomerado de 25 países europeus.
Na verdade, a União Européia confia mais em uma divergência visível entre ministros para manter alguma expectativa a respeito de ainda poder conseguir a adoção pelo Brasil de seu padrão, já que todos os sinais apontam para a escolha do japonês, conforme, aliás, a Folha já antecipou há tempos.
Ministros
De um lado, está o ministro das Comunicações, Hélio Costa, plenamente embarcado no padrão japonês, o preferido das emissoras de televisão. De outro, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), que tem dúvidas sobre a melhor escolha.
Mesmo assim, a comitiva européia desembarcou em Brasília com a sensação de que o jogo já estava decidido em favor dos japoneses.
Foi a negativa de Lula que embalou Durão Barroso e levou-o a fazer a defesa do seu modelo, mas não pelo lado comercial.
Enfatizou, ao contrário, as razões de ordem política e principalmente cultural que tornam, segundo ele, o padrão mais adequado para o Brasil.
Mencionou também o fato de que 50 países adotam o padrão europeu sem problemas ao passo que o japonês está limitado ao Japão.
Flutuou também no ar, durante a conversa, o fato de que o padrão europeu abre espaço para atingir 500 milhões de consumidores, o maior mercado consumidor do planeta.
Mas Durão Barroso comprometeu-se com Lula a não transformar a questão da TV digital no eixo da visita ao Brasil, a primeira oficial (já veio em férias e, antes, como primeiro-ministro português).
O tema, aliás, nem figurou no caudaloso comunicado de 19 itens emitido após a reunião entre os dois líderes.
A explicação é simples: TV digital é uma questão acima de tudo de negócios, de interesse principalmente do setor privado. Não fica bem para o presidente da Comissão Européia funcionar como uma espécie de vendedor de um dado sistema de TV, assim como não fica bem para um presidente da República aparecer como comprador do que quer que seja.
Por isso, toda a ênfase foi deslocada para a importância e o bom nível do relacionamento entre o Brasil e a União Européia, em termos políticos e institucionais.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre TV digital
Veja o que muda para o telespectador com a TV digital
Lula dá sobrevida à União Européia sobre escolha do padrão de TV digital
Publicidade
enviado especial da Folha de S.Paulo a Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu sobrevida à tímida expectativa da União Européia de conseguir que o Brasil adote o padrão europeu de TV digital, em vez do japonês.
Foi durante a reunião de Lula com o presidente da Comissão Européia, o português José Manuel Durão Barroso, que foi logo ao ponto: perguntou se era verdade o que lera nos jornais, ou seja, que o governo brasileiro anunciaria muito em breve que adotaria o modelo japonês.
Lula negou e disse que ainda havia algumas etapas a cumprir. "O presidente me disse que o assunto ainda não estava resolvido e eu não tenho nenhuma razão para duvidar dele, como é óbvio", diria depois à Folha o chefe do braço executivo do conglomerado de 25 países europeus.
Na verdade, a União Européia confia mais em uma divergência visível entre ministros para manter alguma expectativa a respeito de ainda poder conseguir a adoção pelo Brasil de seu padrão, já que todos os sinais apontam para a escolha do japonês, conforme, aliás, a Folha já antecipou há tempos.
Ministros
De um lado, está o ministro das Comunicações, Hélio Costa, plenamente embarcado no padrão japonês, o preferido das emissoras de televisão. De outro, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), que tem dúvidas sobre a melhor escolha.
Mesmo assim, a comitiva européia desembarcou em Brasília com a sensação de que o jogo já estava decidido em favor dos japoneses.
Foi a negativa de Lula que embalou Durão Barroso e levou-o a fazer a defesa do seu modelo, mas não pelo lado comercial.
Enfatizou, ao contrário, as razões de ordem política e principalmente cultural que tornam, segundo ele, o padrão mais adequado para o Brasil.
Mencionou também o fato de que 50 países adotam o padrão europeu sem problemas ao passo que o japonês está limitado ao Japão.
Flutuou também no ar, durante a conversa, o fato de que o padrão europeu abre espaço para atingir 500 milhões de consumidores, o maior mercado consumidor do planeta.
Mas Durão Barroso comprometeu-se com Lula a não transformar a questão da TV digital no eixo da visita ao Brasil, a primeira oficial (já veio em férias e, antes, como primeiro-ministro português).
O tema, aliás, nem figurou no caudaloso comunicado de 19 itens emitido após a reunião entre os dois líderes.
A explicação é simples: TV digital é uma questão acima de tudo de negócios, de interesse principalmente do setor privado. Não fica bem para o presidente da Comissão Européia funcionar como uma espécie de vendedor de um dado sistema de TV, assim como não fica bem para um presidente da República aparecer como comprador do que quer que seja.
Por isso, toda a ênfase foi deslocada para a importância e o bom nível do relacionamento entre o Brasil e a União Européia, em termos políticos e institucionais.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice