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01/06/2006
-
10h40
da Folha Online
A Polícia Federal confirmou que prendeu hoje Antonio Carlos Piva de Albuquerque, irmão de Eliana Tranchesi, dona da butique de luxo Daslu. Ele também trabalha na empresa, onde ocupa o cargo de diretor financeiro.
O mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça Federal a pedido do Ministério Público foi cumprido pela Delegacia de Crimes Institucionais da PF na manhã de hoje. Piva de Albuquerque foi preso em casa e chegou à Superintendência da Polícia Federal na Lapa (zona oeste de São Paulo) por volta das 9h30. No final da manhã, ele foi transferido para o centro de detenção provisória de Guarulhos (SP).
A crise da Daslu começou em julho do ano passado com a megaoperação da Polícia Federal e da Receita Federal, que resultou na detenção, por 12 horas, de Eliana Tranchesi e na apreensão de documentos. Na época, Piva de Albuquerque ficou preso por cinco dias.
A maior butique de luxo do país é acusada de importação irregular pelo Ministério Público Federal. A empresa teria construído um esquema para subfaturar importações com o objetivo de sonegar impostos.
Eliana, Piva de Albuquerque e mais cinco pessoas respondem a processo na 2ª Vara de Justiça Federal de Guarulhos (SP) sob a responsabilidade da juíza Maria Isabel do Prado, que decretou a prisão.
O mandado de prisão deve-se a indícios coletados pelo procurador Matheus Baraldi Magnani de que a butique continuaria a trazer mercadorias de forma irregular ao país por meio da Columbia Trading.
Em dezembro do ano passado, a Receita Federal apreendeu R$ 1,7 milhão em bolsas das marcas Chanel e Gucci importadas pela Columbia. Etiquetas da trading estariam sobrepostas às da Daslu no conteiner que foi fiscalizado pela Receita.
Ao ocultar o nome da Daslu, a loja deixaria de ser contribuinte de IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados), de 10% sobre o valor da venda do produto ao consumidor. Segundo o procurador, a sonegação alcança ao menos R$ 330 mil.
O Ministério Público também afirmou que Piva de Albuquerque tenta comprometer o andamento do processo e se oculta para não receber intimações.
Processo
Eliana é acusada de formação de quadrilha, descaminho aéreo consumado --importação de produtos lícitos feita de maneira irregular-, descaminho aéreo tentado --tentou fazer a fraude, mas não conseguiu e falsidade ideológica e, caso seja condenada, pode pegar 21 anos de prisão.
Os procuradores da República Matheus Baraldi Magnani e Jefferson Aparecido Dias também denunciaram Piva Albuquerque; o diretor-financeiro da Daslu, Celso de Lima (ex-contador da butique e proprietário da importadora Multimport); André de Moura Beukers (dono da trading Kinsberg e responsável por implementar um setor de importação na Daslu); Christian Polo (importadora By Brasil) e Rodrigo Nardy Figueiredo e Roberto Fakhouri Junior (sócios da importadora Todos os Santos e ex-funcionários da loja).
A crise enfrentada pela Daslu já afeta também seus resultados financeiros. Quase um ano após a inauguração do novo espaço de 17 mil metros quadrados, na Vila Olímpia, o centro comercial já perdeu ao menos uma loja, o faturamento está em queda e o aluguel, atrasado.
Outro lado
Procurada, a assessoria de imprensa da Daslu afirmou que deve se manifestar sobre a prisão de Piva de Albuquerque nas próximas horas.
A empresa sempre nega todas as acusações e também rejeita a versão apresentada por lojistas que trabalham na Daslu de que seu faturamento tenha caído desde a operação da PF.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Daslu
PF prende irmão de Eliana Tranchesi, dona da Daslu
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A Polícia Federal confirmou que prendeu hoje Antonio Carlos Piva de Albuquerque, irmão de Eliana Tranchesi, dona da butique de luxo Daslu. Ele também trabalha na empresa, onde ocupa o cargo de diretor financeiro.
O mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça Federal a pedido do Ministério Público foi cumprido pela Delegacia de Crimes Institucionais da PF na manhã de hoje. Piva de Albuquerque foi preso em casa e chegou à Superintendência da Polícia Federal na Lapa (zona oeste de São Paulo) por volta das 9h30. No final da manhã, ele foi transferido para o centro de detenção provisória de Guarulhos (SP).
A crise da Daslu começou em julho do ano passado com a megaoperação da Polícia Federal e da Receita Federal, que resultou na detenção, por 12 horas, de Eliana Tranchesi e na apreensão de documentos. Na época, Piva de Albuquerque ficou preso por cinco dias.
A maior butique de luxo do país é acusada de importação irregular pelo Ministério Público Federal. A empresa teria construído um esquema para subfaturar importações com o objetivo de sonegar impostos.
Eliana, Piva de Albuquerque e mais cinco pessoas respondem a processo na 2ª Vara de Justiça Federal de Guarulhos (SP) sob a responsabilidade da juíza Maria Isabel do Prado, que decretou a prisão.
O mandado de prisão deve-se a indícios coletados pelo procurador Matheus Baraldi Magnani de que a butique continuaria a trazer mercadorias de forma irregular ao país por meio da Columbia Trading.
Em dezembro do ano passado, a Receita Federal apreendeu R$ 1,7 milhão em bolsas das marcas Chanel e Gucci importadas pela Columbia. Etiquetas da trading estariam sobrepostas às da Daslu no conteiner que foi fiscalizado pela Receita.
Ao ocultar o nome da Daslu, a loja deixaria de ser contribuinte de IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados), de 10% sobre o valor da venda do produto ao consumidor. Segundo o procurador, a sonegação alcança ao menos R$ 330 mil.
O Ministério Público também afirmou que Piva de Albuquerque tenta comprometer o andamento do processo e se oculta para não receber intimações.
Processo
Eliana é acusada de formação de quadrilha, descaminho aéreo consumado --importação de produtos lícitos feita de maneira irregular-, descaminho aéreo tentado --tentou fazer a fraude, mas não conseguiu e falsidade ideológica e, caso seja condenada, pode pegar 21 anos de prisão.
Os procuradores da República Matheus Baraldi Magnani e Jefferson Aparecido Dias também denunciaram Piva Albuquerque; o diretor-financeiro da Daslu, Celso de Lima (ex-contador da butique e proprietário da importadora Multimport); André de Moura Beukers (dono da trading Kinsberg e responsável por implementar um setor de importação na Daslu); Christian Polo (importadora By Brasil) e Rodrigo Nardy Figueiredo e Roberto Fakhouri Junior (sócios da importadora Todos os Santos e ex-funcionários da loja).
A crise enfrentada pela Daslu já afeta também seus resultados financeiros. Quase um ano após a inauguração do novo espaço de 17 mil metros quadrados, na Vila Olímpia, o centro comercial já perdeu ao menos uma loja, o faturamento está em queda e o aluguel, atrasado.
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Procurada, a assessoria de imprensa da Daslu afirmou que deve se manifestar sobre a prisão de Piva de Albuquerque nas próximas horas.
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