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11/06/2006
-
11h01
MAELI PRADO
da Folha de S.Paulo
PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio
Em caso de colapso da Varig, TAM e Gol passariam a voar com 87% de seus assentos ocupados em média, uma taxa considerada alta. Para especialistas, os trechos mais demandados poderiam ficar muito congestionados no curto prazo.
A taxa de ocupação média das três companhias em maio foi de 72%, segundo calcula o consultor do setor Paulo Sampaio. Ele avalia que entre as rotas nas quais pode haver problemas, se a Varig parar, estão Congonhas/Curitiba e Congonhas/ Brasília, cujo percentual de ocupação é maior.
"No caso da ponte aérea Rio/São Paulo, por incrível que pareça, não haveria muitos problemas, pois é um trecho em que a Varig está com uma taxa de ocupação baixa", diz.
"Com certeza, haveria problemas em alguns trechos", concorda o analista Carlos Albano, do Unibanco. "Agora, o tempo e a intensidade do problema dependem do quão rápido as companhias conseguirão colocar mais aviões nas rotas sobrecarregadas."
De forma geral, entretanto, o principal desafio não está nos vôos domésticos, mas, sim, nos internacionais, principalmente nas linhas para a Europa. "Com a Copa do Mundo, as férias de julho e o câmbio favorável, seria um caos se a Varig parasse", afirma Sampaio. Ele lembra que as companhias aéreas européias estão com vôos lotados.
De acordo com o consultor, em maio, a participação de mercado da Varig caiu mais de dois pontos percentuais ante abril (de 16,5% para 14,3%). A TAM subiu seu "market share" de 44,3% para 46,3%, e a Gol, de 33,3% para 33,8%.
Amanhã, a Justiça do Rio de Janeiro define o futuro da Varig. O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial, que cuida do caso, decidirá se aceita ou não uma proposta do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) para comprar a empresa.
A proposta foi a única apresentada no leilão da Varig da última quinta-feira. Mesmo assim, a Justiça fluminense já acenou com a possibilidade de receber novas propostas de empresas que se cadastraram no leilão mas não deram lances.
Entre as companhias aéreas, a Ocean Air é a que está mais disposta a, de fato, comprar a Varig. É que, em caso de falência, a empresa teme ser prejudicada num eventual rateio das rotas e slots (espaços nos aeroportos e horários), já que a Gol e a TAM têm maior participação no mercado e vão disputar uma redistribuição proporcional do espólio da Varig.
A empresa, no entanto, não está disposta a pagar nem um centavo a mais do que seu lance máximo idealizado para o leilão --US$ 150 milhões.
Em conversas reservadas, o controlador da companhia, German Efromovich, diz que a cada dia a Varig perde "milhões" de seu valor e que, se tivesse obtido sucesso na investida de comprar a companhia em fevereiro, quando formalizou sua proposta inicial, poderia ter desembolsado um valor maior.
Dinheiro, para a Ocean Air, não é problema. Ela faz parte do grupo Sinergy, que controla a empresa de exploração e produção de petróleo e prestação de serviços Marítima. A Folha de S.Paulo apurou que a Ocean Air estaria insatisfeita com a suposta pressão de outras concorrentes para que a Varig vá à falência e o governo redistribua suas linhas de modo proporcional.
Neste ano, depois que a Varig abandonou algumas rotas no Rio Grande do Sul, a Ocean Air se credenciou a operá-las, mas não foi autorizada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
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da Folha de S.Paulo
PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio
Em caso de colapso da Varig, TAM e Gol passariam a voar com 87% de seus assentos ocupados em média, uma taxa considerada alta. Para especialistas, os trechos mais demandados poderiam ficar muito congestionados no curto prazo.
A taxa de ocupação média das três companhias em maio foi de 72%, segundo calcula o consultor do setor Paulo Sampaio. Ele avalia que entre as rotas nas quais pode haver problemas, se a Varig parar, estão Congonhas/Curitiba e Congonhas/ Brasília, cujo percentual de ocupação é maior.
"No caso da ponte aérea Rio/São Paulo, por incrível que pareça, não haveria muitos problemas, pois é um trecho em que a Varig está com uma taxa de ocupação baixa", diz.
"Com certeza, haveria problemas em alguns trechos", concorda o analista Carlos Albano, do Unibanco. "Agora, o tempo e a intensidade do problema dependem do quão rápido as companhias conseguirão colocar mais aviões nas rotas sobrecarregadas."
De forma geral, entretanto, o principal desafio não está nos vôos domésticos, mas, sim, nos internacionais, principalmente nas linhas para a Europa. "Com a Copa do Mundo, as férias de julho e o câmbio favorável, seria um caos se a Varig parasse", afirma Sampaio. Ele lembra que as companhias aéreas européias estão com vôos lotados.
De acordo com o consultor, em maio, a participação de mercado da Varig caiu mais de dois pontos percentuais ante abril (de 16,5% para 14,3%). A TAM subiu seu "market share" de 44,3% para 46,3%, e a Gol, de 33,3% para 33,8%.
Amanhã, a Justiça do Rio de Janeiro define o futuro da Varig. O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial, que cuida do caso, decidirá se aceita ou não uma proposta do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) para comprar a empresa.
A proposta foi a única apresentada no leilão da Varig da última quinta-feira. Mesmo assim, a Justiça fluminense já acenou com a possibilidade de receber novas propostas de empresas que se cadastraram no leilão mas não deram lances.
Entre as companhias aéreas, a Ocean Air é a que está mais disposta a, de fato, comprar a Varig. É que, em caso de falência, a empresa teme ser prejudicada num eventual rateio das rotas e slots (espaços nos aeroportos e horários), já que a Gol e a TAM têm maior participação no mercado e vão disputar uma redistribuição proporcional do espólio da Varig.
A empresa, no entanto, não está disposta a pagar nem um centavo a mais do que seu lance máximo idealizado para o leilão --US$ 150 milhões.
Em conversas reservadas, o controlador da companhia, German Efromovich, diz que a cada dia a Varig perde "milhões" de seu valor e que, se tivesse obtido sucesso na investida de comprar a companhia em fevereiro, quando formalizou sua proposta inicial, poderia ter desembolsado um valor maior.
Dinheiro, para a Ocean Air, não é problema. Ela faz parte do grupo Sinergy, que controla a empresa de exploração e produção de petróleo e prestação de serviços Marítima. A Folha de S.Paulo apurou que a Ocean Air estaria insatisfeita com a suposta pressão de outras concorrentes para que a Varig vá à falência e o governo redistribua suas linhas de modo proporcional.
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