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12/06/2006 - 19h07

Indústria quer definições técnicas rápidas, além do padrão da TV digital

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasilia

A indústria quer que o governo anuncie o mais rápido possível não só o sistema de modulação que será usado na TV digital brasileira, que deve ser o japonês, mas também outras características técnicas do sistema de compressão vídeo e do midleware.

A avaliação foi feita hoje pelo vice-presidente de Novos Negócios da Samsung, Benjamin Sicsú, que também é diretor da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).

"Nossa impressão é que vai ser anunciado um padrão [sistema de modulação] e regras iniciais de balizamento", disse o executivo, ao comentar que essas características técnicas são essenciais para a indústria deslanchar a produção de equipamentos, e que não precisariam passar por aprovação do Congresso Nacional, que ficaria encarregado, por exemplo, da distribuição de canais.

Segundo ele, a pressa da indústria é justificada pelo fato de que essas definições, irão orientar os investimentos no desenvolvimento dos novos equipamentos (TV digital e conversores), que só chegarão ao mercado brasileiro um ano depois da escolha. Uma demora na definição nessas regras, então, atrasaria também a oferta dos equipamentos ao mercado.

'Para as indústrias [a TV digital] é uma oportunidade de negócios. Mas para elas se lançarem, é preciso saber o padrão', afirmou, ao comentar que uma nova tecnologia sempre faz as pessoas a consumirem mais e o faturamento da indústria aumentar. Ele evitou arriscar, no entanto, em que proporção esse crescimento poderá acontecer.
A expectativa do executivo é a de que o governo opte pelo sistema de compressão de vídeo desenvolvido no país (MPEG-4) e por um sistema operacional que vai permitir a interatividade (midleware) também produzido por pesquisadores brasileiros.

Isso porque, segundo ele, a interatividade não foi ainda explorada no mundo como pode vir a ser no Brasil, devido ao déficit de inclusão digital. Sicsú explicou que a TV ganhará funções de informática com a digitalização, o que nos países ricos é feito nos próprios computadores. 'A interatividade é um grande potencial de negócios no Brasil', completou.

Ele explicou que a implantação da TV digital no Brasil irá demandar investimentos entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões ao ano somente em P&D (pesquisa e desenvolvimento).

Como a indústria de televisão não tem hoje uma fonte definida de recursos para esse tipo de investimento, Sicsú defendeu a criação de incentivos por parte do governo.
A proposta é a de que parte do que é destinado hoje ao pagamento de impostos (PIS e Cofins, taxa da Suframa - Superintendência da Zona Franca de Manaus, e do ICMS do Estado do Amazonas) fosse aplicada obrigatoriamente em P&D, diretamente pelas empresas ou por meio de um fundo.

Semicondutores

Segundo Sicsú, o grande desafio do país para conseguir viabilizar uma indústria de semicondutores no país, como pretende o governo ao negociar contrapartidas com os representantes dos padrões em análise (japonês, europeu e americano), é a formação de recursos humanos.

Isso porque, os grandes produtores de semicondutores do mundo teriam dificuldades em deslocar especialistas e técnicos para atuarem no país, já que essa indústria está em crescimento no mundo.

Um possível financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) poderia ajudar a baratear os investimentos em uma possível fábrica no país, mas não seria o ponto crítico, segundo ele, pois nenhum dos grandes produtores do mundo dependeria desses recursos.

Sicsú esteve hoje no Ministério das Comunicações, mas disse que sua reunião não era para tratar de TV digital.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje dos ministros da Casa Civil, das Comunicações, da Ciência e Tecnologia, Fazenda e das Relações Exteriores uma minuta do decreto que deverá ser editado no fim do mês, na presença de ministros japoneses.

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