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21/06/2006 - 09h55

Bolívia pretende retomar empresas privatizadas

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da Folha de S.Paulo

O governo boliviano, do presidente socialista Evo Morales, anunciou que quer retomar o controle acionário de seis empresas parcialmente privatizadas nos anos 1990, nas áreas de telecomunicações, eletricidade e ferrovias. Não foi informado quando o governo planeja realizar a transferência.

A intenção de Morales é repetir a estratégia adotada com três companhias da área de gás nacionalizadas no mês passado, recuperando a administração das ações pertencentes a fundos de pensão, que possuem de 48% a 49% de cada uma das empresas. O restante necessário para recuperar o controle acionário, de 2% a 3%, deverá ser comprado pelo governo.

Como no caso das empresas de energia, as principais administradoras das ações dos fundos são o banco BBVA (Espanha) e a seguradora Zurich Financial Services (Suíça).

As empresas que devem retornar ao controle estatal são: Entel, uma afiliada da Telecom Itália; as empresas de energia Corani, Guaracachi e Valle Hermoso, operada pela americana Duke Energy e outros investidores americanos e bolivianos; e as operadoras ferroviárias Andina, cuja metade pertence à empresa chilena Antofagasta, e Oriental, com participação da americana Genesee & Wyoming.

No mês passado, a Bolívia assumiu a administração das ações pertencentes aos fundos de pensão das empresas Transredes, Chaco e Andina, todas operadas por empresas estrangeiras. Até agora, no entanto, o governo Morales não conseguiu comprar o restante das ações necessárias para assumir o controle acionário, que variam de 16% a 2% do total.

A reversão da privatização parcial de empresas estatais foi anunciada em linhas gerais no último fim de semana, como parte do Plano Nacional de Desenvolvimento, um ambicioso pacote de metas socioeconômicas que o governo quer implantar até 2010 e prevê, por exemplo, reduzir a pobreza extrema de 35% para 27%.

Em entrevista a correspondentes estrangeiros ontem, o ministro do Planejamento, Carlos Villegas, disse que não se trata de uma nacionalização dos setores de comunicação, eletricidade e ferrovias se comparado ao que ocorreu com o setor de hidrocarbonetos.

Guerra psicológica

De acordo com Villegas, a Bolívia está travando uma "guerra psicológica" com as empresas estrangeiras que estão renegociando contratos de exploração de hidrocarbonetos e o caso mais difícil é o da Petrobras.

"A guerra psicológica e as pressões são parte das negociações, que têm todo um cenário, com mecanismos e instrumentos", disse o ministro. O governo negocia separadamente com 20 consórcios petrolíferos que operam no país.

Villegas disse ainda que "com exceção da Petrobras, a maioria das empresas que tinham contratos de risco compartilhado aceitaram, acataram o conteúdo do decreto de nacionalização e estão negociando".

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre nacionalização na Bolívia
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