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21/06/2006 - 09h10

Varig suspende todos os vôos para os EUA

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JANAINA LAGE
MAELI PRADO
TALITA FIGUEIREDO
da Folha de S.Paulo

A Varig decidiu suspender temporariamente todos os vôos para os Estados Unidos. Na Europa, deverá manter apenas seus vôos para Frankfurt, Londres. O presidente da Varig, Marcelo Bottini, afirmou à Folha que a companhia aérea também suspendeu por 72 horas os vôos para Milão, Paris e Madri.

Segundo ele, os vôos para a América do Sul não tiveram alterações. O prazo de 72 horas refere-se ao período necessário para o depósito de US$ 75 milhões pela NV Participações, empresa do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), referente a um adiantamento da compra da Varig Operações (linhas domésticas e internacionais).

A companhia aérea precisará interromper de forma temporária seus vôos para esses destinos porque retirou de operação vários aviões usados para trechos de longo curso.

Boa parte da frota da empresa, formada por aviões alugados de empresas de leasing, está parada por falta de manutenção ou por determinação judicial --alguns arrendadores já ganharam nos Estados Unidos o direito de retomada de suas aeronaves.

A empresa aumentou ontem o ritmo de cancelamentos de vôos e, até as 18h de ontem, não havia realizado 118 dos 300 trechos domésticos e internacionais que estavam programados para o dia todo. A quantidade de cancelamentos foi informada pela Infraero (estatal que administra os principais aeroportos brasileiros).

Ontem à noite, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) anunciou um plano emergencial para atender os passageiros desamparados no Brasil e em outros países. Os passageiros da Varig devem ser acomodados em vôos da TAM e da Gol ou em empresas internacionais. Há também a hipótese de fretar vôos para buscar ou levar portadores de bilhete da aérea.

No aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), pelo menos 20 vôos internacionais, boa parte do previsto para ontem, foram cancelados: 6 chegadas (de origens como Madri, Nova York e Miami) e 14 partidas (Los Angeles, Milão e Buenos Aires, entre outros destinos) não ocorreram.

Já no aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, o número de cancelamentos, entre chegadas e partidas de vôos domésticos e internacional, chegava a 27 até a conclusão desta edição. Oito saídas domésticas foram canceladas (São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Vitória e Foz do Iguaçu) e duas internacionais (Caracas e Buenos Aires).

Foram também suspensas sete chegadas de vôos domésticos e cinco de vôos internacionais (Milão, Aruba, Londres, Buenos Aires e Montevidéu).

Nos aeroportos domésticos, não foi diferente. Em Congonhas, São Paulo, 10 partidas de 14 previstas e 10 chegadas de 15 previstas foram canceladas até as 12h de ontem, de acordo com dados da Infraero. Onze vôos da ponte aérea no Santos Dumont (RJ) foram suspensos.

Apesar dos incômodos, muitos passageiros da Varig defendiam a companhia. "É uma empresa antiga, que tem de ser preservada. Acredito que haverá solução para o problema, e o governo precisa ajudar", disse a arquiteta Neli Rapp, 46, que embarcou ontem de manhã no Santos Dumont para São Paulo num vôo da Varig.

Na mão

O cancelamento de chegadas no aeroporto de Guarulhos, no entanto, chegou a atrapalhar a feira de turismo de negócios Lacime, que acontece no Transamérica Expocenter, em São Paulo. Cerca de 40 investidores estrangeiros que deveriam chegar ontem para a feira, que vai até a próxima quinta-feira, não conseguiram vir ao Brasil por causa dos cancelamentos de vôos da Varig.

Outras aéreas, como TAM e Gol, vêm aceitando endossar bilhetes da Varig, quando há lugares disponíveis. Agora, terão de transportar os passageiros, de acordo com plano da Anac divulgado na noite de ontem.

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