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21/06/2006 - 09h18

Frota da Varig para vôos internacionais encolhe para apenas sete aeronaves

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da Folha de S.Paulo

Desde ontem, a Varig possui apenas sete aviões que podem atender a destinos internacionais de longo curso, o que explica o elevado número de cancelamentos de vôo, segundo levantamento do consultor do setor Paulo Sampaio.

No total, a companhia aérea opera com 25 aviões, 18 deles usados para vôos domésticos e para países da América do Sul.

A empresa teve que tirar de sua frota ontem nove aviões da empresa de leasing ILFC, que conseguiu na Justiça dos EUA o direito de retomar as aeronaves. Desses nove aviões, oito estavam em operação (um Boeing-777, quatro 757, dois 737-700 e um 737-300).

Segundo o consultor, no caso dos aviões da Boeing, que também ganhou na Justiça americana o direito de retomada de sete aeronaves, a companhia parou de operar três MD-11 e um Boeing-777 (o restante já estava parado). A Varig, de acordo com ele, também tirou de operação ontem quatro aviões da empresa Gatx (dois 737-800 e dois 737-300).

A Varig nega que tenha tirado ontem de operação os aviões da Boeing e da Gatx. A assessoria de imprensa da aérea afirmou que só os aviões da ILFC foram retirados de operação. Ontem, o TGV, que comprou a Varig, afirmou que 20 aviões estão parados por decisão judicial.

De acordo com Sampaio, se não houver um remanejamento de aeronaves, a saída de operação desses aviões praticamente inviabiliza os vôos da Varig para os Estados Unidos. Na noite de ontem, a Varig só previa voar para Madri, Londres e Frankfurt, onde acontece a Copa do Mundo.

"Como a Europa é um mercado muito quente atualmente, por causa da Copa, é possível que ela deixe os vôos para os EUA para mais tarde", diz.

Segundo dados de Sampaio, nos primeiros 15 dias deste mês a demanda da Varig caiu 29% ante o mesmo período do ano passado. A TAM e a Gol aumentaram suas demandas em, respectivamente, 49% e 55%.

Nessas primeiras duas semanas, na mesma comparação, a oferta da Varig caiu 33%, e as da TAM e da Gol subiram, respectivamente, 22% e 46%. "A demanda está muito aquecida, pois a Gol conseguiu aumentar a sua nove pontos percentuais acima da oferta", diz Sampaio.

A ação preferencial da Varig teve valorização de 16,39% no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.

Na noite de anteontem, o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, responsável pela recuperação judicial da Varig, decidiu aceitar a proposta feita pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig).

No dia 8 de junho, em leilão realizado no Rio de Janeiro, os trabalhadores ofereceram R$ 1,010 bilhão pela aquisição das rotas domésticas e internacionais, que inclui pagamento de R$ 225 milhões em créditos a receber da própria Varig, R$ 285 milhões em dinheiro e R$ 500 milhões em debêntures.

Esta última forma de pagamento foi questionada pela Justiça por não constar do edital do leilão. Nesta segunda, porém, o juiz disse ter conversado com os investidores, que teriam dado as garantias necessárias. Os trabalhadores têm até sexta-feira para injetar US$ 75 milhões na Varig, data em que o TGV também promete revelar o nome dos investidores.

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