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27/06/2006
-
09h34
JANAÍNA LEITE
da Folha de S.Paulo
O casamento entre a Mittal Steel e a Arcelor, as duas maiores siderúrgicas do mundo, vai obrigar as companhias brasileiras que atuam no setor a lançar mão de estratégias mais agressivas de crescimento. Essa é a opinião de quatro especialistas no setor ouvidos pela Folha. Todos, porém, foram unânimes em dizer que movimentos bruscos tendem a acontecer somente no médio prazo.
A Mittal não possui braços no país, mas a Arcelor Brasil teve uma receita líquida de R$ 3,3 bilhões no primeiro trimestre deste ano. A companhia francesa é acionista de quatro siderúrgicas brasileiras --CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão), Vega do Sul, Belgo Mineira e Acesita. A primeira dúvida suscitada com a junção da Mittal e da Arcelor, assim, é se os investimentos programados para o Brasil antes da operação realmente chegarão. Uma possibilidade, segundo os analistas, é que os recursos acabem direcionados a fábricas localizadas em outros países.
Em janeiro, quando a Mittal fez a primeira oferta hostil pela Arcelor, especialistas acreditavam que o novo grupo poderia investir na CST, o que iria acirrar a disputa na produção de aços planos.
O problema é que, para conseguir um acordo com a Arcelor, a Mittal foi obrigada a subir a oferta --que passou de 18,6 bilhões para 29,6 bilhões de euros, durante os cinco meses de negociação. O resultado é que, ao contrário do que haviam anunciado, é pouco provável que a Mittal faça uma oferta pública pelas ações dos sócios minoritários da Arcelor Brasil.
Os analistas também estão de olho na Gerdau, a maior siderúrgica brasileira. Para eles, a empresa deverá fazer novas compras. Um dos alvos seria a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), pois a Usiminas tem como principal sócia a Nippon Steel, que se tornará a segunda do ranking. Ela, portanto, não teria interesse em se desfazer dos ativos no Brasil.
No exterior
Mesmo após o anúncio da fusão com a gigante siderúrgica Mittal Steel, os acionistas da Arcelor não descartam estudar uma eventual contraproposta. Dois dos maiores acionistas da Arcelor, Romain Zaleski e José Maria Aristrain, têm discutido, segundo a agência de notícias Associated Press, os termos de um eventual apoio ao presidente da Severstal, Alexei Mordashov --a empresa descartou um negócio com a Severstal, anunciado no fim de maio, em favor da oferta da Mittal, que apresentou sua oferta em janeiro deste ano.
O presidente e executivo-chefe da Mittal, Lakshmi Mittal, disse esperar que a fusão das duas empresas seja um "casamento de corações". "Vínhamos tentando persuadir a noiva nos últimos cinco meses de que a amamos e que ela deveria aceitar a proposta de casamento", brincou Mittal. O negócio com a Severstal, no entanto, deve prosseguir de pé, ao menos em tese, até que os acionistas da Arcelor votem a fusão com a Mittal --o que deve acontecer na sexta-feira. É preciso que ao menos 50% do capital votante da Arcelor rejeite o negócio com a empresa russa. Mittal, no entanto, disse que os acionistas devem rejeitar o negócio com a Severstal e mesmo uma eventual fusão das três companhias. A empresa russa informou estar "muito surpresa" por não ter sido convidada pela diretoria da Arcelor para discutir a oferta da Mittal e preparar uma contraproposta.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre siderurgia
Mittal/Arcelor põe siderurgia em xeque no país
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da Folha de S.Paulo
O casamento entre a Mittal Steel e a Arcelor, as duas maiores siderúrgicas do mundo, vai obrigar as companhias brasileiras que atuam no setor a lançar mão de estratégias mais agressivas de crescimento. Essa é a opinião de quatro especialistas no setor ouvidos pela Folha. Todos, porém, foram unânimes em dizer que movimentos bruscos tendem a acontecer somente no médio prazo.
A Mittal não possui braços no país, mas a Arcelor Brasil teve uma receita líquida de R$ 3,3 bilhões no primeiro trimestre deste ano. A companhia francesa é acionista de quatro siderúrgicas brasileiras --CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão), Vega do Sul, Belgo Mineira e Acesita. A primeira dúvida suscitada com a junção da Mittal e da Arcelor, assim, é se os investimentos programados para o Brasil antes da operação realmente chegarão. Uma possibilidade, segundo os analistas, é que os recursos acabem direcionados a fábricas localizadas em outros países.
Em janeiro, quando a Mittal fez a primeira oferta hostil pela Arcelor, especialistas acreditavam que o novo grupo poderia investir na CST, o que iria acirrar a disputa na produção de aços planos.
O problema é que, para conseguir um acordo com a Arcelor, a Mittal foi obrigada a subir a oferta --que passou de 18,6 bilhões para 29,6 bilhões de euros, durante os cinco meses de negociação. O resultado é que, ao contrário do que haviam anunciado, é pouco provável que a Mittal faça uma oferta pública pelas ações dos sócios minoritários da Arcelor Brasil.
Os analistas também estão de olho na Gerdau, a maior siderúrgica brasileira. Para eles, a empresa deverá fazer novas compras. Um dos alvos seria a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), pois a Usiminas tem como principal sócia a Nippon Steel, que se tornará a segunda do ranking. Ela, portanto, não teria interesse em se desfazer dos ativos no Brasil.
No exterior
Mesmo após o anúncio da fusão com a gigante siderúrgica Mittal Steel, os acionistas da Arcelor não descartam estudar uma eventual contraproposta. Dois dos maiores acionistas da Arcelor, Romain Zaleski e José Maria Aristrain, têm discutido, segundo a agência de notícias Associated Press, os termos de um eventual apoio ao presidente da Severstal, Alexei Mordashov --a empresa descartou um negócio com a Severstal, anunciado no fim de maio, em favor da oferta da Mittal, que apresentou sua oferta em janeiro deste ano.
O presidente e executivo-chefe da Mittal, Lakshmi Mittal, disse esperar que a fusão das duas empresas seja um "casamento de corações". "Vínhamos tentando persuadir a noiva nos últimos cinco meses de que a amamos e que ela deveria aceitar a proposta de casamento", brincou Mittal. O negócio com a Severstal, no entanto, deve prosseguir de pé, ao menos em tese, até que os acionistas da Arcelor votem a fusão com a Mittal --o que deve acontecer na sexta-feira. É preciso que ao menos 50% do capital votante da Arcelor rejeite o negócio com a empresa russa. Mittal, no entanto, disse que os acionistas devem rejeitar o negócio com a Severstal e mesmo uma eventual fusão das três companhias. A empresa russa informou estar "muito surpresa" por não ter sido convidada pela diretoria da Arcelor para discutir a oferta da Mittal e preparar uma contraproposta.
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