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03/07/2006 - 09h00

Varig estrangula rotas internacionais

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MAELI PRADO
da Folha de S.Paulo

De um ano para cá, a Varig deixou de voar para 22 cidades brasileiras e 15 no exterior. TAM, Gol, Ocean Air, BRA e Rico vêm substituindo os vôos domésticos. Mas no caso dos internacionais o problema é maior, principalmente Madri, na Espanha, e Milão, na Itália, para onde a quantidade de vôos diários partindo do Brasil caiu, respectivamente, 25% e 50%.

Segundo levantamento realizado pelo consultor especializado Paulo Bittencourt Sampaio, a Varig, que servia 36 cidades no Brasil em junho do ano passado, quando tinha 25,9% do mercado, opera vôos hoje para apenas 14 destinos. Atualmente a empresa tem 12,8% de "market share" doméstico.

Em séria crise financeira, e sem poder pagar pela manutenção de parte de sua frota, além de problemas com empresas de leasing, a aérea teve que deixar aviões no chão e cortar, ao menos temporariamente, as rotas menos rentáveis.

Entre as 22 linhas no Brasil que foram cortadas, estão destinos importantes como Porto Seguro, Belo Horizonte, Maceió, Natal e Aracajú, entre outros. De acordo com Sampaio, nenhuma cidade ficou desassistida com a paralisação parcial forçada da Varig.

"Cidades como Caxias do Sul, Maringá, Campinas, Navegantes e Vitória, entre outras, estão sendo atendidas por TAM e Gol", afirma o consultor.

Ele lembra que no caso de Passo Fundo e Chapecó, outros destinos que não são mais servidos pela Varig, a Ocean Air passou a operar diariamente. Outras cidades para as quais a companhia parou de voar, como Cruzeiro do Sul, Petrolina e Rio Branco, entre outras, são operadas por empresas como Rico, BRA, Ocean Air e Gol.

"Nenhuma cidade ficou desassistida, e em termos de freqüências também não houve grandes reduções. Com os investimentos pesados que a TAM e a Gol estão fazendo em aviões, ambas estão ocupando mercado com uma rapidez muito grande. Em cidades menores a Ocean Air está entrando com os Fokker-100, e no caso da Amazônia a Rico está assumindo as linhas."

Durante as férias de julho, dizem especialistas, pode haver estrangulamento em algumas linhas domésticas. Isso porque este é um mês de férias para estudantes, o que incentiva o turismo, mas ao mesmo tempo os executivos continuam a viajar a trabalho. Ou seja, são duas demandas somadas.

Analistas recordam, entretanto, que até o final do ano TAM e Gol vão receber uma quantidade de aviões que perfazem uma oferta equivalente ao que a Varig voa nos mercados doméstico e internacional. As duas companhias aéreas, que juntas têm quase 80% do mercado, vêm anunciando compras de aviões em decorrência da demanda aquecida.

A TAM informou na semana passada que assinou um memorando de entendimento com a Airbus para comprar 37 aviões. Também nesta semana, a Gol anunciou uma revisão para cima de seu plano de frota. Até o final do ano, a expectativa da aérea é operar 62 aviões.

A demanda de passageiros no mercado doméstico cresceu, de janeiro a maio, 24,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

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