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11/07/2006
-
09h58
JANAINA LAGE
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
A Justiça do Rio marcou o leilão da Varig para o próximo dia 18. A venda só ocorrerá se os credores aprovarem em assembléia marcada para o dia 17 a proposta de compra apresentada pela VarigLog.
Após uma audiência de mais de sete horas na Justiça do Rio, a administradora judicial da Varig, a consultoria Deloitte, avaliou que a proposta da VarigLog, com modificações, merece ir a leilão.
O preço mínimo de aquisição da companhia foi alterado de R$ 277 milhões, conforme o previsto na proposta da ex-subsidiária, para US$ 24 milhões (R$ 52,8 milhões). Segundo o administrador, o lance mínimo atual refere-se apenas à linha de crédito oferecida pela VarigLog para que a Varig sobrevivesse até a realização de um novo leilão.
O valor anterior foi considerado inflado porque incluía itens que não poderiam fazer parte da proposta, como aluguel pelo uso de instalações e fretamento de aeronaves, entre outros.
O contrato firmado entre VarigLog e Varig para o empréstimo de até US$ 20 milhões para a manutenção das operações da companhia terminou ontem. Para garantir a sua renovação, foi definido um percentual de 20% de remuneração, ou seja, a VarigLog vai receber de volta US$ 24 milhões, o equivalente ao preço mínimo, se não for a ganhadora do leilão.
Ontem, a VarigLog fez o seu décimo primeiro aporte na Varig, que usou parte dos recursos (R$ 175 mil) para pagar tarifas aeroportuárias à Infraero referentes a hoje. Até sexta-feira, a VarigLog já tinha depositado US$ 11 milhões na conta da Varig.
Leilão.
Segundo Luiz Alberto Fiore, sócio da Deloitte, os demais interessados em adquirir a companhia aérea precisarão oferecer lances superiores a US$ 24 milhões. Além disso, deverão se comprometer a emitir debêntures (títulos de dívida) para credores trabalhistas e para credores com garantias contratuais, como o Aerus, fundo de pensão dos funcionários. Os papéis poderão ter resgate em dez anos e valor de R$ 100 milhões com remuneração fixa de 8,4% ao ano ou resgatáveis à vista por cerca de R$ 82 milhões.
Haverá também o compromisso de investir na nova Varig US$ 75 milhões até 48 horas após a homologação da venda. O interessado precisa arcar com o fretamento de aeronaves da "velha Varig" por três anos e com o pagamento pelo uso do Centro de Treinamento de Tripulantes por dez anos.
A "velha Varig" deverá manter duas autorizações de vôo e uma única rota: Congonhas-Porto Seguro. A manutenção das atividades nesta fatia da empresa é essencial para os credores.
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, disse ter ficado satisfeito com a reformulação da proposta. "A proposta contempla a continuidade da Varig. Conseguimos depois de intensa negociação chegar a um consenso que agradasse todas as partes", disse.
Para Gustavo Lunz, promotor do Ministério Público do Rio, a proposta não trouxe muitas alterações, mas mostrou ser melhor do que a falência. "Não se mudou muita coisa. Concluíram que ou tem isso (a proposta da VarigLog) ou não teria nada para vender [no caso de falência]. O valor de uma marca é nenhum na falência", disse.
A VarigLog voltou a se comprometer a assumir as milhas do Smiles, programa de milhagem da Varig, e a honrar bilhetes emitidos. Segundo Fiore, uma das principais melhorias da proposta da VarigLog foi a incorporação dos ativos imóveis na "velha Varig", a parcela da empresa que permanece em recuperação judicial. O valor estimado desses ativos é de R$ 130 milhões. Dessa forma, a venda da empresa para a VarigLog passou a ser mais rentável para os credores do que a falência, na avaliação da Deloitte.
Até a assembléia, a Varig deve elaborar um plano que mostre aos credores a forma de pagamento. Segundo o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial, responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig, não há mais espaço para a apresentação de outra proposta à Justiça. "Não há mais tempo, a VarigLog está provendo recursos à empresa até o leilão, a empresa não tem recursos. Os próximos passos são: negociação da Varig com os credores, assembléia de credores e se for aprovada a proposta, leilão", disse.
Especial
Confira a cobertura completa da crise da Varig
Preço mínimo do leilão da Varig cai 81%
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da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
A Justiça do Rio marcou o leilão da Varig para o próximo dia 18. A venda só ocorrerá se os credores aprovarem em assembléia marcada para o dia 17 a proposta de compra apresentada pela VarigLog.
Após uma audiência de mais de sete horas na Justiça do Rio, a administradora judicial da Varig, a consultoria Deloitte, avaliou que a proposta da VarigLog, com modificações, merece ir a leilão.
O preço mínimo de aquisição da companhia foi alterado de R$ 277 milhões, conforme o previsto na proposta da ex-subsidiária, para US$ 24 milhões (R$ 52,8 milhões). Segundo o administrador, o lance mínimo atual refere-se apenas à linha de crédito oferecida pela VarigLog para que a Varig sobrevivesse até a realização de um novo leilão.
O valor anterior foi considerado inflado porque incluía itens que não poderiam fazer parte da proposta, como aluguel pelo uso de instalações e fretamento de aeronaves, entre outros.
O contrato firmado entre VarigLog e Varig para o empréstimo de até US$ 20 milhões para a manutenção das operações da companhia terminou ontem. Para garantir a sua renovação, foi definido um percentual de 20% de remuneração, ou seja, a VarigLog vai receber de volta US$ 24 milhões, o equivalente ao preço mínimo, se não for a ganhadora do leilão.
Ontem, a VarigLog fez o seu décimo primeiro aporte na Varig, que usou parte dos recursos (R$ 175 mil) para pagar tarifas aeroportuárias à Infraero referentes a hoje. Até sexta-feira, a VarigLog já tinha depositado US$ 11 milhões na conta da Varig.
Leilão.
Segundo Luiz Alberto Fiore, sócio da Deloitte, os demais interessados em adquirir a companhia aérea precisarão oferecer lances superiores a US$ 24 milhões. Além disso, deverão se comprometer a emitir debêntures (títulos de dívida) para credores trabalhistas e para credores com garantias contratuais, como o Aerus, fundo de pensão dos funcionários. Os papéis poderão ter resgate em dez anos e valor de R$ 100 milhões com remuneração fixa de 8,4% ao ano ou resgatáveis à vista por cerca de R$ 82 milhões.
Haverá também o compromisso de investir na nova Varig US$ 75 milhões até 48 horas após a homologação da venda. O interessado precisa arcar com o fretamento de aeronaves da "velha Varig" por três anos e com o pagamento pelo uso do Centro de Treinamento de Tripulantes por dez anos.
A "velha Varig" deverá manter duas autorizações de vôo e uma única rota: Congonhas-Porto Seguro. A manutenção das atividades nesta fatia da empresa é essencial para os credores.
O presidente da Varig, Marcelo Bottini, disse ter ficado satisfeito com a reformulação da proposta. "A proposta contempla a continuidade da Varig. Conseguimos depois de intensa negociação chegar a um consenso que agradasse todas as partes", disse.
Para Gustavo Lunz, promotor do Ministério Público do Rio, a proposta não trouxe muitas alterações, mas mostrou ser melhor do que a falência. "Não se mudou muita coisa. Concluíram que ou tem isso (a proposta da VarigLog) ou não teria nada para vender [no caso de falência]. O valor de uma marca é nenhum na falência", disse.
A VarigLog voltou a se comprometer a assumir as milhas do Smiles, programa de milhagem da Varig, e a honrar bilhetes emitidos. Segundo Fiore, uma das principais melhorias da proposta da VarigLog foi a incorporação dos ativos imóveis na "velha Varig", a parcela da empresa que permanece em recuperação judicial. O valor estimado desses ativos é de R$ 130 milhões. Dessa forma, a venda da empresa para a VarigLog passou a ser mais rentável para os credores do que a falência, na avaliação da Deloitte.
Até a assembléia, a Varig deve elaborar um plano que mostre aos credores a forma de pagamento. Segundo o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial, responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig, não há mais espaço para a apresentação de outra proposta à Justiça. "Não há mais tempo, a VarigLog está provendo recursos à empresa até o leilão, a empresa não tem recursos. Os próximos passos são: negociação da Varig com os credores, assembléia de credores e se for aprovada a proposta, leilão", disse.
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