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17/07/2006 - 17h26

Sadia diz que não aceita contraproposta para compra da Perdigão

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KAREN CAMACHO
da Folha Online

A Sadia detalhou nesta segunda-feira a oferta que fez para comprar sua principal concorrente, a Perdigão, e disse que não aceita contraproposta sobre os valores ofertados. A negociação pode chegar a R$ 3,7 bilhões, se os acionistas aceitarem a venda de 100% das ações da empresa.

Entre os outros critérios colocados pela Sadia para o sucesso da negociação está a aquisição de, no mínimo, 50% mais uma das ações da concorrente, e uma resposta dos acionistas da Perdigão até 24 de outubro.

A Sadia está disposta a pagar R$ 27,88 por ação da Perdigão, o que representa o preço médio dos últimos 30 dias mais 35% de prêmio. Para garantir o controle acionário, a empresa apenas fechará negócio se a proposta for válida para 50% mais uma das ações da Perdigão. No entanto, o presidente do Conselho de Administração, Walter Fontana Filho, disse que o objetivo é comprar 100% da Perdigão.

Fontana disse que a Sadia "sentiu-se encorajada" de fazer a proposta para compra da concorrente quando a Perdigão entrou no Novo Mercado e estabeleceu regras para o caso de venda. "Se não o fizermos agora [oferta de compra], alguém vai fazer", disse.

Em 2004, a Seara --terceira empresa do setor, depois de Sadia e Perdigão-- foi comprada pela norte-americana Cargill. Seis anos antes, a francesa Doux havia adquirido a quarta do ranking, a Frangosul.

O objetivo, segundo Fontana, é construir uma empresa comercialmente forte, de porte internacional. Se houver a aquisição, a companhia seria a quarta maior exportadora do Brasil. "A guerra comercial é muito dura, precisamos ser fortes", disse Fontana.

A desvalorização das ações da Perdigão desde o início do ano chegam a 10,96%. A redução de 8,18% nas exportações no primeiro semestre devido à gripe aviária é uma das causas. No entanto, A Sadia considera esse um problema pontual e disse que a oferta pela compra da Perdigão não tem relação com a queda no preço dos papéis da concorrente ou com o momento negativo para o setor exportador de proteína animal.

A reforma estatutária da Perdigão, em abril, que determinou critérios para possibilidade de venda, é o motivo apontado para a Sadia. Entre as mudanças estaria a obrigatoriedade do acionista que detivesse 20% das ações de fazer uma oferta pelos outros 80%. Atualmente, o maior acionista da Perdigão é a Previ, do Banco do Brasil, com 15,31%.

A empresa, se consolidada a aquisição, teria 81 mil funcionários e mais de 16 mil propriedades rurais. Seria a terceira maior abatedora de aves do mundo e receitas líquidas de R$ 12 bilhões.

Para arcar com pagamento de R$ 3,7 bilhões na aquisição de 100% das ações, será feito um financiamento-ponte por dois anos, prazo que a empresa necessário para descobrir a melhor maneira de refinanciamento ou readequação.

A empresa vai arcar com R$ 800 milhões, que sairão dos R$ 2 bilhões que a Sadia possui investidos no mercado. A empresa disse que o ABN Amro Bank participa do processo e vai apresentar uma carta de crédito que garante o pagamento dos R$ 3,7 bilhões nas ações.

Concentração

Fontana disse que, com a união das empresas, haverá concentração de alguns itens. "Nos colocamos à disposição dos órgãos reguladores para acatar às restrições necessárias", disse o presidente.

Entre os itens estão as pizzas prontas, que teriam concentração de 60% de produção no mesmo grupo, presunto (64,5%), pratos prontos (91%) e tortas salgadas (92,4%). A participação no conjunto de suínos e aves não chega a 26%, segundo a Sadia.

Fontana disse que o preço dos produtos no mercado não terá aumento com a fusão das duas principais empresas de alimentos industrializados.

O presidente disse ainda que, se a aquisição for confirmada, a Sadia manterá a marca Perdigão no mercado e os funcionários da concorrente não serão cortados. "A mão-de-obra treinada e especializada é muito importante, é um ativo precioso", disse o diretor de Finanças da Sadia, Luiz Murat Junior.

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