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27/07/2006 - 13h38

BNDES deve liberar crédito para montadoras com spread reduzido

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília
KAREN CAMACHO
da Folha Online

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai reduzir o spread no financiamento à exportação para as empresas do setor automotivo que mantiverem ou aumentarem o número de empregados.

A informação é do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que vai discutir o assunto na tarde de hoje com o banco e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.

O ministro não soube adiantar os valores que serão liberados com a nova linha de financiamento nem a redução do spread, já que os estudos sobre a redução do spread teria sido conduzida pelo próprio banco estatal.

O setor sempre pede por linhas de financiamentos com redução de juros. O argumento é que os concorrentes internacionais têm acesso a linhas mais vantajosas, o que os tornam mais competitivos. Nos últimos meses, o banco liberou dois empréstimos para empresas do setor com o mesmo objetivo: incrementar as exportações de veículos.

O último foi em abril, quando o BNDES liberou R$ 497,1 milhões para a Volkswagen destinados à expansão da produção de veículos Fox e CrossFox, à atualização dos designs de seus modelos e a melhorias no processo produtivo da companhia. O dinheiro ainda não foi totalmente liberado, segundo o BNDES.

Em novembro do ano passado, o BNDES já havia liberado US$ 303 milhões para a Volks, de um pacote de US$ 853 milhões para montadoras que incluiu Ford (US$ 250 milhões), GM (US$ 200 milhões) e Fiat (US$ 100 milhões). O objetivo também foi promover a exportação de veículos e as empresas tinham compromisso de exportar, juntas, US$ 2,8 bilhões em veículos.

Mas as montadoras mantiveram a expectativa de crescimento de apenas 2,7% nas exportações e alcançar US$ 11,5 bilhões. A cada mês a reclamação do setor aumenta porque a curva das vendas externas teve o crescimento desacelerado ao longo do ano e fechou o primeiro semestre com alta de 5,6%.

Segundo as montadoras, a pressão do câmbio, com o real valorizado frente ao dólar, é a principal responsável pelo crescimento modesto. O fim da obrigatoriedade de internalizar os recursos obtidos com exportações e a possibilidade de utilizar essas dividas para compra de insumos, deve baratear os custos em 4%, segundo a Anfavea (associação das montadoras).

A Volkswagen, no entanto, prevê uma queda de 40% nas exportações até 2008, o que significa produzir e vender 100 mil carros a menos. A projeção levou a empresa a anunciar um plano de reestruturação que inclui a demissão de 4.000 a 6.000 funcionários até 2008.

Segundo o BNDES, o último contrato com a Volks, de R$ 497,1 milhões, já previa que os recursos não poderiam ser aplicados em projetos que resultassem em corte de pessoal. A empresa disse que as demissões nada tem a ver com os projetos realizados com recurso do BNDES.

A GM também se queixa da queda nas exportações e vai reduzir até 960 funcionários na unidade de São José dos Campos (SP) e transferir parte da produção para Gravataí (RS), onde pretende contratar 970.

Centrais

O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, disse que vai participar da audiência marcada para a tarde desta quinta-feira para debater a nova linha de financiamento do BNDES para o setor automotivo. Outras centrais também devem participar da reunião.

A CUT defende que os empréstimos do BNDES para o setor produtivo incluam cláusulas que obriguem as empresas tomadoras a garantir e gerar empregos.

Especial
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