Publicidade
Publicidade
27/07/2006
-
15h13
da Folha Online
O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, pediu nesta quinta-feira que os países-membros da organização evitem ficar atribuindo culpas pela suspensão das negociações da Rodada Doha e busquem modos de retomar o processo.
Lamy afirmou que a OMC claramente não queria desistir das negociações e que é preciso manter os progressos feitos desde o lançamento da rodada, em 2001.
"Essa é a hora de pensamento sério e reflexão profunda. É hora de pensar serenamente, ao invés de [praticar] diplomacia com megafones", disse o diretor-geral da organização. "Pediria a todos os membros que evitem o conhecido jogo de atribuir culpas e, em lugar disso, utilizar esse período [de suspensão] para reflexão séria e sóbria sobre o que está em jogo."
Na segunda-feira (24), depois de um encontro ministerial no último fim-de-semana, as negociações foram suspensas pela falta de acordo dentro do G6 --EUA, União Européia, Japão, Austrália, Índia e Brasil-- sobre como obter redução de tarifas e cortes de subsídios no setor agrícola por parte dos países desenvolvidos, e redução de tarifas nos setores de bens industriais e serviços nos países em desenvolvimento.
Durante a semana, no entanto, justamente o que ocorreu foi a procura por culpados pelo fracasso da rodada: o comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, culpou os EUA; o secretário de Agricultura dos EUA, Mike Johanns, culpou Brasil, Índia e União Européia. O ministro do Comércio da Nova Zelândia, Phil Goff, culpou, por sua vez, todo o G6.
Na França, a ministra do Comércio Exterior, Christine Lagarde, disse que os EUA 'não quiseram fazer o mínimo movimento em seu apoio doméstico à agricultura', referindo-se aos subsídios que o governo americano concede a seus produtores agrícolas.
A Rodada Doha de Desenvolvimento tinha como principal objetivo reduzir barreiras em todos os setores do comércio mundial, com foco no desenvolvimento dos países mais pobres --que dizem que o sistema de comércio internacional hoje favorece os países desenvolvidos, cujos mercados agrícolas são protegidos por complexas barreiras.
"Não propus nenhum prazo final ou data para a retomada da atividade dos negociadores, nem creio que isso seja possível hoje", afirmou Lamy. "Isso só pode acontecer quando existires condições que permitam progresso renovado, e isso significa mudanças em posições enraizadas."
"Fast track"
O "prazo final" não-oficial da rodada é julho de 2007, quando expira a TPA (Autoridade para Promoção Comercial), ou "fast track", a permissão concedida pelo Congresso ao presidente americano, George W. Bush, para fazer acordos comerciais sem a necessidade de submetê-los ao processo de tramitação pela casa legislativa americana.
A TPA foi renovada em 2002 (havia expirado pela primeira vez em 1994, durante a administração Clinton), com validade de cinco anos. Caso expire antes de uma eventual retomada da Rodada Doha, e caso os Democratas conquistem a maioria no Congresso nas eleições legislativas deste ano nos EUA, a possibilidade da TPA ser renovada é baixa.
Com agências internacionais
OMC pede a membros que evitem jogar culpas por suspensão de Rodada Doha
Publicidade
O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, pediu nesta quinta-feira que os países-membros da organização evitem ficar atribuindo culpas pela suspensão das negociações da Rodada Doha e busquem modos de retomar o processo.
Lamy afirmou que a OMC claramente não queria desistir das negociações e que é preciso manter os progressos feitos desde o lançamento da rodada, em 2001.
"Essa é a hora de pensamento sério e reflexão profunda. É hora de pensar serenamente, ao invés de [praticar] diplomacia com megafones", disse o diretor-geral da organização. "Pediria a todos os membros que evitem o conhecido jogo de atribuir culpas e, em lugar disso, utilizar esse período [de suspensão] para reflexão séria e sóbria sobre o que está em jogo."
Na segunda-feira (24), depois de um encontro ministerial no último fim-de-semana, as negociações foram suspensas pela falta de acordo dentro do G6 --EUA, União Européia, Japão, Austrália, Índia e Brasil-- sobre como obter redução de tarifas e cortes de subsídios no setor agrícola por parte dos países desenvolvidos, e redução de tarifas nos setores de bens industriais e serviços nos países em desenvolvimento.
Durante a semana, no entanto, justamente o que ocorreu foi a procura por culpados pelo fracasso da rodada: o comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, culpou os EUA; o secretário de Agricultura dos EUA, Mike Johanns, culpou Brasil, Índia e União Européia. O ministro do Comércio da Nova Zelândia, Phil Goff, culpou, por sua vez, todo o G6.
Na França, a ministra do Comércio Exterior, Christine Lagarde, disse que os EUA 'não quiseram fazer o mínimo movimento em seu apoio doméstico à agricultura', referindo-se aos subsídios que o governo americano concede a seus produtores agrícolas.
A Rodada Doha de Desenvolvimento tinha como principal objetivo reduzir barreiras em todos os setores do comércio mundial, com foco no desenvolvimento dos países mais pobres --que dizem que o sistema de comércio internacional hoje favorece os países desenvolvidos, cujos mercados agrícolas são protegidos por complexas barreiras.
"Não propus nenhum prazo final ou data para a retomada da atividade dos negociadores, nem creio que isso seja possível hoje", afirmou Lamy. "Isso só pode acontecer quando existires condições que permitam progresso renovado, e isso significa mudanças em posições enraizadas."
"Fast track"
O "prazo final" não-oficial da rodada é julho de 2007, quando expira a TPA (Autoridade para Promoção Comercial), ou "fast track", a permissão concedida pelo Congresso ao presidente americano, George W. Bush, para fazer acordos comerciais sem a necessidade de submetê-los ao processo de tramitação pela casa legislativa americana.
A TPA foi renovada em 2002 (havia expirado pela primeira vez em 1994, durante a administração Clinton), com validade de cinco anos. Caso expire antes de uma eventual retomada da Rodada Doha, e caso os Democratas conquistem a maioria no Congresso nas eleições legislativas deste ano nos EUA, a possibilidade da TPA ser renovada é baixa.
Com agências internacionais
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice