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31/07/2006
-
13h28
da Folha Online
A situação crítica de violência no Iraque vem afetando os dados de inflação e atrapalhando o crescimento econômico do país, e a taxa de juros do banco pode ter de ser elevada para conter a pressão inflacionária, disse nesta segunda-feira o presidente do banco central do país, Sinan al Shabibi.
"O objetivo primário de um banco central é preservar a estabilidade de preços e é por isso que estamos preocupados e tomando algumas medidas de política monetária", disse Al Shabibi à agência de notícias Reuters.
O escritório do presidente do BC iraquiano fica na rua Haifa, uma das principais da capital iraquiana e um dos pontos mais violentos da cidade.
A inflação em junho no Iraque chegou a 52,5% na comparação anual. O banco central, no último dia 14, elevou a taxa de juros do país de 10% ao ano para 12% ao ano.
"[A inflação] já está alta (...) e, é claro, temos que vigiá-la mensalmente", acrescentou. "Por exemplo, se ela estiver em 50% agora e cair para 45% no próximo mês, mantemos nossa política. Se não, mudaremos a política."
Funcionários do banco já foram feridos em explosões ocorridas perto do edifício do banco, região onde ocorrem confrontos entre rebeldes iraquianos e soldados das forças de coalizão liderada pelos EUA e forças militares americanas. Al Shabibi disse à Reuters que às vezes tem de realizar as reuniões de política monetária da instituição em outros locais por falta de segurança no percurso até o edifício.
Ele ressaltou que é positivo que fatores como taxas de juros e operações de mercado aberto sejam menos importantes que a contenção da violência no país para controlar a inflação. "Inflação é um fator da economia real, não do setor monetário (...) Segurança afeta salários e prêmios de seguradoras, além da entrega rotineira de produtos."
Pobreza e desemprego estão entre as principais causas de aumento do número de insurgentes no país, afirmou o presidente do banco. Segundo ele, a corrupção e a ineficiência na administração das estatais petrolíferas do país impedem que os ganhos com os altos preços do petróleo sejam revertidos em benefícios sociais.
Após a invasão realizada por forças dos EUA e da coalizão, em março de 2003, o país recebeu um grande afluxo de produtos importados, além de recursos de ajuda para reconstrução, mas a economia, fora do setor petrolífero, ainda apresenta desempenho fraco.
"Há muita atividade em termos de negócios e finanças, mas nenhuma em termos de produção e isso não é saudável", disse. "A utilização da capacidade instalada ainda é baixa. O que precisamos (...) é de recursos para o aumento da utilização da capacidade instalada e novos investimentos. Isso não está acontecendo, não há geração de emprego nem de crescimento. O problema, basicamente, é segurança (...) As pessoas estão com medo."
Um setor bancário saudável é essencial, disse Al Shabibi, mas os bancos estatais do Iraque --o Rasheed Bank e o Rafidian Bank-- ainda têm grandes dívidas da época do governo do ex-ditador do país, Saddam Hussein, e precisam ser reestruturados --o que causaria uma onda de demissões.
Ele lembrou que o BC iraquiano vem trabalhando em cooperação com o Ministério das Finanças do país para implementar reformas nos bancos estatais.
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A situação crítica de violência no Iraque vem afetando os dados de inflação e atrapalhando o crescimento econômico do país, e a taxa de juros do banco pode ter de ser elevada para conter a pressão inflacionária, disse nesta segunda-feira o presidente do banco central do país, Sinan al Shabibi.
"O objetivo primário de um banco central é preservar a estabilidade de preços e é por isso que estamos preocupados e tomando algumas medidas de política monetária", disse Al Shabibi à agência de notícias Reuters.
O escritório do presidente do BC iraquiano fica na rua Haifa, uma das principais da capital iraquiana e um dos pontos mais violentos da cidade.
A inflação em junho no Iraque chegou a 52,5% na comparação anual. O banco central, no último dia 14, elevou a taxa de juros do país de 10% ao ano para 12% ao ano.
"[A inflação] já está alta (...) e, é claro, temos que vigiá-la mensalmente", acrescentou. "Por exemplo, se ela estiver em 50% agora e cair para 45% no próximo mês, mantemos nossa política. Se não, mudaremos a política."
Funcionários do banco já foram feridos em explosões ocorridas perto do edifício do banco, região onde ocorrem confrontos entre rebeldes iraquianos e soldados das forças de coalizão liderada pelos EUA e forças militares americanas. Al Shabibi disse à Reuters que às vezes tem de realizar as reuniões de política monetária da instituição em outros locais por falta de segurança no percurso até o edifício.
Ele ressaltou que é positivo que fatores como taxas de juros e operações de mercado aberto sejam menos importantes que a contenção da violência no país para controlar a inflação. "Inflação é um fator da economia real, não do setor monetário (...) Segurança afeta salários e prêmios de seguradoras, além da entrega rotineira de produtos."
Pobreza e desemprego estão entre as principais causas de aumento do número de insurgentes no país, afirmou o presidente do banco. Segundo ele, a corrupção e a ineficiência na administração das estatais petrolíferas do país impedem que os ganhos com os altos preços do petróleo sejam revertidos em benefícios sociais.
Após a invasão realizada por forças dos EUA e da coalizão, em março de 2003, o país recebeu um grande afluxo de produtos importados, além de recursos de ajuda para reconstrução, mas a economia, fora do setor petrolífero, ainda apresenta desempenho fraco.
"Há muita atividade em termos de negócios e finanças, mas nenhuma em termos de produção e isso não é saudável", disse. "A utilização da capacidade instalada ainda é baixa. O que precisamos (...) é de recursos para o aumento da utilização da capacidade instalada e novos investimentos. Isso não está acontecendo, não há geração de emprego nem de crescimento. O problema, basicamente, é segurança (...) As pessoas estão com medo."
Um setor bancário saudável é essencial, disse Al Shabibi, mas os bancos estatais do Iraque --o Rasheed Bank e o Rafidian Bank-- ainda têm grandes dívidas da época do governo do ex-ditador do país, Saddam Hussein, e precisam ser reestruturados --o que causaria uma onda de demissões.
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