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02/08/2006
-
09h23
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Operadoras de telefonia e empresas de TV por assinatura travaram um embate público recheado de farpas e ironia ontem em congresso setorial, em São Paulo, que abordou a entrada das teles nos serviços de TV paga no país.
"A concorrência [teles] tem dados golpes abaixo da cintura. Estão querendo contratar em massa pessoas da nossa empresa [Net]. Nós já atuamos num mercado competitivo. Se eles entrarem, não vai aumentar a competição, e sim diminuir", disse Francisco Valim, presidente da Net Serviços.
O pano de fundo da disputa é o início do avanço das companhias de telefonia sobre o mercado de TV paga, assim como o interesse da TV por assinatura em explorar cada vez mais o serviço de telefonia fixa por meio de parcerias. Em junho, a Telefônica registrou na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) um pedido para adquirir uma licença de TV por assinatura via satélite para completar sua oferta de serviços. Na semana passada, uma holding do grupo Telemar, a TNL PCS Participações, arrematou a empresa Way Brasil, que oferece televisão a cabo em Minas Gerais. No campo da TV paga, a Net já oferece pacotes em promoção com a Embratel.
Valim, da Net, disse mais. Afirmou que essa é uma disputa entre um setor monopolista --o de telecomunicações-- e um setor não-monopolista-- o de TV por assinatura: "E uma competição nesse sentido não pode acontecer em campo desnivelado", completou. Enquanto o faturamento bruto do setor de TV paga atingiu R$ 4,5 bilhões no país em 2005, só a Telefônica, por exemplo, faturou R$ 20 bilhões, e a Telemar, R$ 23,6 bilhões no ano passado.
Quem ouviu não gostou. Brasil Telecom e Telemar --essa procurada pela Folha-- discordaram das afirmações. "[Francisco] Valim esqueceu que ele já é Telmex [maior empresa de telefonia do México], e não mais Globocabo. Ele foi Globocabo, não é mais, e esse discurso não cola", ironizou Ricardo Knoepfelmacher, o Ricardo K., presidente da Brasil Telecom. A Net se defende (leia texto ao lado). A Telmex é sócia da Globopar na Net.
"Não vou me autoflagelar por ser uma empresa de grande porte. Somos grandes, sim, mas esse não é um jogo para quebrar TVs a cabo. Nesse mercado, há espaço para uma empresa de TV paga de tamanho menor, como a Vivax, competir, sim", disse Knoepfelmacher.
As teles e as TVs já haviam entrado em disputa na definição da TV digital no país. As TVs apoiavam o padrão japonês --escolhido pelo governo--, e as teles, o padrão europeu.
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da Folha de S.Paulo
Operadoras de telefonia e empresas de TV por assinatura travaram um embate público recheado de farpas e ironia ontem em congresso setorial, em São Paulo, que abordou a entrada das teles nos serviços de TV paga no país.
"A concorrência [teles] tem dados golpes abaixo da cintura. Estão querendo contratar em massa pessoas da nossa empresa [Net]. Nós já atuamos num mercado competitivo. Se eles entrarem, não vai aumentar a competição, e sim diminuir", disse Francisco Valim, presidente da Net Serviços.
O pano de fundo da disputa é o início do avanço das companhias de telefonia sobre o mercado de TV paga, assim como o interesse da TV por assinatura em explorar cada vez mais o serviço de telefonia fixa por meio de parcerias. Em junho, a Telefônica registrou na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) um pedido para adquirir uma licença de TV por assinatura via satélite para completar sua oferta de serviços. Na semana passada, uma holding do grupo Telemar, a TNL PCS Participações, arrematou a empresa Way Brasil, que oferece televisão a cabo em Minas Gerais. No campo da TV paga, a Net já oferece pacotes em promoção com a Embratel.
Valim, da Net, disse mais. Afirmou que essa é uma disputa entre um setor monopolista --o de telecomunicações-- e um setor não-monopolista-- o de TV por assinatura: "E uma competição nesse sentido não pode acontecer em campo desnivelado", completou. Enquanto o faturamento bruto do setor de TV paga atingiu R$ 4,5 bilhões no país em 2005, só a Telefônica, por exemplo, faturou R$ 20 bilhões, e a Telemar, R$ 23,6 bilhões no ano passado.
Quem ouviu não gostou. Brasil Telecom e Telemar --essa procurada pela Folha-- discordaram das afirmações. "[Francisco] Valim esqueceu que ele já é Telmex [maior empresa de telefonia do México], e não mais Globocabo. Ele foi Globocabo, não é mais, e esse discurso não cola", ironizou Ricardo Knoepfelmacher, o Ricardo K., presidente da Brasil Telecom. A Net se defende (leia texto ao lado). A Telmex é sócia da Globopar na Net.
"Não vou me autoflagelar por ser uma empresa de grande porte. Somos grandes, sim, mas esse não é um jogo para quebrar TVs a cabo. Nesse mercado, há espaço para uma empresa de TV paga de tamanho menor, como a Vivax, competir, sim", disse Knoepfelmacher.
As teles e as TVs já haviam entrado em disputa na definição da TV digital no país. As TVs apoiavam o padrão japonês --escolhido pelo governo--, e as teles, o padrão europeu.
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