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22/08/2006 - 08h57

Energia é mais cara no Brasil do que nos EUA

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

Os brasileiros pagam tarifas de energia mais altas do que as cobradas nos Estados Unidos e no México, países que usam proporcionalmente mais termelétricas, usinas que produzem energia mais cara que hidrelétricas, utilizadas para gerar a maior parte da energia consumida no Brasil.

De acordo com ranking, feito em 2005 pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em Inglês), o Brasil estaria em 19º lugar em uma lista que elenca as tarifas cobradas em 29 países. O ranking originalmente não inclui o Brasil. O país foi posicionado no ranking pela reportagem, considerando a tarifa média oficial calculada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a taxa média de câmbio do ano passado.

Em 2005, de acordo com a Aneel, o consumidor residencial pagou, em média, R$ 0,291 por kWh (quilowatt-hora). Usando a taxa média de câmbio do ano passado (R$ 2,43, segundo o Banco Central), resulta que a tarifa média no Brasil foi de US$ 0,1198 por kWh, a mesma cobrada na Turquia. O ranking dos maiores preços é liderado pela Dinamarca (US$ 0,3036 por kWh).

De acordo com a pesquisa da IEA, o Brasil é o segundo maior produtor de energia hidrelétrica do mundo, atrás apenas do Canadá --país que detém a terceira energia elétrica mais barata da lista.

Em relação à participação da energia hidrelétrica, o Brasil também está em segundo lugar, com 83,8% da energia gerada por hidrelétricas. Em primeiro lugar está a Noruega (98,9%), que aparece, no ranking de preços, com a segunda energia mais barata do mundo (US$ 0,0672 por kWh), ficando à frente apenas da África do Sul no ranking elaborado pela IEA.

Análises

Para o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética, estatal que planeja o setor), Maurício Tolmasquim,o Brasil está bem posicionado no ranking. Ele calculou a posição do Brasil no ranking de 2004 e chegou à conclusão de que o país ocupou, naquele ano, a 15ª posição em uma lista com 29 países.

'É uma posição boa. Ainda é preciso considerar que há uma sobrevalorização do câmbio', disse. Por esse raciocínio, se a taxa de câmbio não estivesse sobrevalorizada, o dólar custaria mais caro e, na conversão do valor em reais para o preço em dólares, o Brasil ficaria com uma tarifa menor.

Para Fernando Maia, diretor técnico-regulatório da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), um dos motivos que explicam o nível tarifário do Brasil é a quantidade de encargos cobrados dos consumidores.

'Os encargos representam aproximadamente 20% da tarifa', afirmou.

Encargos são partes da tarifa paga pelo consumidor que servem para subsidiar políticas de governo, como tarifa social de baixa renda, geração por fontes alternativas de energia ou compra de óleo combustível para as termelétricas da região Norte.

'Não faz sentido o consumidor pagar, por exemplo, para financiar a construção de um gasoduto. Esse custo deveria sair da tarifa e passar a ser um subsídio direto', disse.

Especial
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