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26/08/2006
-
09h50
da Folha de S.Paulo
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já liberou R$ 5,853 bilhões para as montadoras de 2003 até junho deste ano. O valor foi destinado para GM, Fiat, DaimlerChrysler, Ford, Renault, Toyota, Volkswagen e Volvo, segundo dados do banco.
A Volkswagen, que ameaça fechar a fábrica de São Bernardo (se não for negociado acordo para demitir parte de seus 12,4 mil funcionários), recebeu R$ 1,656 bilhão neste período, o que representa 28,3% do total.
Os números de desembolsos do banco mostram a predileção do país pelo transporte rodoviário. De 2003 para cá, o banco liberou R$ 600 milhões em financiamentos para projetos de metrô --valor 89,75% menor do que o liberado para montadoras. Vale destacar que a comparação não pode ser feita de forma direta. Projetos de montadoras são iniciativas de empresas privadas, e a maioria dos projetos de financiamento para o metrô envolve questões como endividamento do setor público, inadimplência dos Estados, entre outros.
A polêmica sobre a concessão de recursos para montadoras chegou ao conselho de administração do BNDES. O ministro Luiz Marinho (Trabalho) convocou Demian Fiocca, presidente do banco, para uma reunião em Brasília na segunda para discutir o financiamento para a VW. Chegou a afirmar que o banco não pode dar dinheiro para fechar fábrica.
Fiocca já havia afirmado que o empréstimo não tem relação com o realinhamento estratégico anunciado pela companhia e que o banco não criou uma iniciativa para punir as montadoras. No mês passado, o BNDES lançou uma linha de exportações que confere custo mais baixo à montadora que mantiver ou ampliar o número de empregados.
Desde 2000, a Volkswagen já recebeu R$ 2,590 bilhões. A montadora aguarda ainda a aprovação de um financiamento de R$ 497,1 milhões. Os recursos correspondem a 54% dos investimentos totais, de R$ 920,9 milhões, que serão destinados à expansão da produção de veículos Fox e CrossFox, para atualização dos designs de modelos e para melhorias no processo produtivo das unidades industriais de Anchieta, Taubaté e São Carlos.
Segundo dados do BNDES, ao longo da década de 1990, as montadoras investiram cerca de US$ 16,5 bilhões, que permitiram aumento da capacidade produtiva instalada, estimada em 3,2 milhões de unidades por ano. Em 2005, a produção somou 2,3 milhões de unidades, um crescimento de 10,5% em relação a 2004. Apesar das queixas sobre o comportamento do câmbio, o desempenho foi motivado por um aumento de 25% das exportações e de 5% da demanda interna.
Impacto
O fechamento da fábrica da Volks pode resultar em uma perda anual de R$ 4,8 bilhões para a economia, segundo estudo coordenado pelo Dieese a pedido do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT).
Para chegar ao cálculo, o Dieese considerou 12 mil empregos diretos (com salários médios de R$ 3.605) e 94,6 mil indiretos (média salarial de R$ 1.430). O estudo considerou que existem oito trabalhadores indiretos para cada direto. A estimativa foi feita a partir de cálculos do consultor André Beer, especializado no setor automotivo. Para ele, a cada emprego direto gerado pela VW em São Bernardo, outros cinco a oito indiretos são criados.
Considerando que a fábrica não fechasse as portas, mas demitisse 3.672 empregados, como anunciou e maio, o estudo estima que a perda anual para a economia seria de R$ 1,4 bilhão (considerando salários e benefícios). Hoje, os sindicalistas fazem plenária para discutir os rumos do impasse. Desde quarta, VW e sindicato discutem um acordo. Até ontem, não haviam chegado a um consenso.
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Leia o que já foi publicado sobre o BNDES
Sob Lula, BNDES liberou R$ 5,8 bi para montadoras
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O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já liberou R$ 5,853 bilhões para as montadoras de 2003 até junho deste ano. O valor foi destinado para GM, Fiat, DaimlerChrysler, Ford, Renault, Toyota, Volkswagen e Volvo, segundo dados do banco.
A Volkswagen, que ameaça fechar a fábrica de São Bernardo (se não for negociado acordo para demitir parte de seus 12,4 mil funcionários), recebeu R$ 1,656 bilhão neste período, o que representa 28,3% do total.
Os números de desembolsos do banco mostram a predileção do país pelo transporte rodoviário. De 2003 para cá, o banco liberou R$ 600 milhões em financiamentos para projetos de metrô --valor 89,75% menor do que o liberado para montadoras. Vale destacar que a comparação não pode ser feita de forma direta. Projetos de montadoras são iniciativas de empresas privadas, e a maioria dos projetos de financiamento para o metrô envolve questões como endividamento do setor público, inadimplência dos Estados, entre outros.
A polêmica sobre a concessão de recursos para montadoras chegou ao conselho de administração do BNDES. O ministro Luiz Marinho (Trabalho) convocou Demian Fiocca, presidente do banco, para uma reunião em Brasília na segunda para discutir o financiamento para a VW. Chegou a afirmar que o banco não pode dar dinheiro para fechar fábrica.
Fiocca já havia afirmado que o empréstimo não tem relação com o realinhamento estratégico anunciado pela companhia e que o banco não criou uma iniciativa para punir as montadoras. No mês passado, o BNDES lançou uma linha de exportações que confere custo mais baixo à montadora que mantiver ou ampliar o número de empregados.
Desde 2000, a Volkswagen já recebeu R$ 2,590 bilhões. A montadora aguarda ainda a aprovação de um financiamento de R$ 497,1 milhões. Os recursos correspondem a 54% dos investimentos totais, de R$ 920,9 milhões, que serão destinados à expansão da produção de veículos Fox e CrossFox, para atualização dos designs de modelos e para melhorias no processo produtivo das unidades industriais de Anchieta, Taubaté e São Carlos.
Segundo dados do BNDES, ao longo da década de 1990, as montadoras investiram cerca de US$ 16,5 bilhões, que permitiram aumento da capacidade produtiva instalada, estimada em 3,2 milhões de unidades por ano. Em 2005, a produção somou 2,3 milhões de unidades, um crescimento de 10,5% em relação a 2004. Apesar das queixas sobre o comportamento do câmbio, o desempenho foi motivado por um aumento de 25% das exportações e de 5% da demanda interna.
Impacto
O fechamento da fábrica da Volks pode resultar em uma perda anual de R$ 4,8 bilhões para a economia, segundo estudo coordenado pelo Dieese a pedido do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT).
Para chegar ao cálculo, o Dieese considerou 12 mil empregos diretos (com salários médios de R$ 3.605) e 94,6 mil indiretos (média salarial de R$ 1.430). O estudo considerou que existem oito trabalhadores indiretos para cada direto. A estimativa foi feita a partir de cálculos do consultor André Beer, especializado no setor automotivo. Para ele, a cada emprego direto gerado pela VW em São Bernardo, outros cinco a oito indiretos são criados.
Considerando que a fábrica não fechasse as portas, mas demitisse 3.672 empregados, como anunciou e maio, o estudo estima que a perda anual para a economia seria de R$ 1,4 bilhão (considerando salários e benefícios). Hoje, os sindicalistas fazem plenária para discutir os rumos do impasse. Desde quarta, VW e sindicato discutem um acordo. Até ontem, não haviam chegado a um consenso.
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