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29/08/2006 - 09h48

Planalto adia "minipacote" para o crédito

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KENNEDY ALENCAR
SHEILA D'AMORIM
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O Palácio do Planalto adiou o anúncio de uma série de medidas elaboradas para fazer contraponto a notícias econômicas negativas. Com as medidas "positivas", o governo buscará minimizar eventuais danos à candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) havia apontado aumento do desemprego. Nesta semana, o instituto deverá anunciar a desaceleração do crescimento da economia no segundo trimestre.

O próprio Planalto já admite que o Banco Central pode diminuir o ritmo de queda dos juros básicos (Selic). Apesar de torcer pela manutenção de quedas de 0,5 ponto percentual, Lula e auxiliares já estão preparados para uma redução de 0,25 ponto percentual. A Selic hoje está em 14,75% ao ano.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) chegou a anunciar que medidas na área de crédito habitacional e para reduzir custo de empréstimos bancário seriam anunciadas hoje na reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional). No entanto, sua assessoria informou ontem que haverá reunião extraordinária do CMN na próxima semana para discutir esses pontos. Segundo a Fazenda, as medidas ainda não estão prontas do ponto de vista técnico, apesar da decisão política de implementá-las.

A área jurídica alegou que precisa de mais tempo para analisar as mudanças que estão propostas, sobretudo, com relação ao financiamento habitacional com desconto na folha de pagamento. Isso porque envolve mudanças na legislação em vigor.

No meio da tarde, Mantega conversou com o presidente do BC, Henrique Meirelles, por telefone, e decidiram adiar o anúncio.

A Folha apurou que a cúpula do governo já orientou a direção da campanha de Lula a usar a propaganda no rádio e na TV para dar destaque à notícias positivas na área da economia.

Além do crédito consignado para habitação e de nova redução de IPI de produtos de construção civil, o governo vai alterar as normas da chamada conta-salário, cuja abertura passará a ser obrigatória para a empresa. O governo quer permitir a transferência para outra conta sem CPMF (imposto do cheque) para estimular a concorrência entre as instituições.

Todas as medidas terão impacto entre os mais pobres e na classe média, este um segmento do eleitorado no qual Lula não vai tão bem. De acordo com as últimas pesquisas, o presidente seria eleito no primeiro turno se a disputa fosse hoje.

Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que a taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas foi a maior nos últimos 15 meses (10,7% da população economicamente ativa). No sábado, o programa de TV do candidato da aliança PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, usou a notícia para atacar Lula.

Na reunião de hoje do CMN deverá ser aprovada somente a redução da contribuição dos bancos ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

Questões conjunturais

Além do destaque às notícias positivas, a cúpula do PT e os ministros de Lula tratarão as notícias negativas como "conjunturais". No caso do desemprego, dirão que o que conta é o total de quase 6 milhões de postos de trabalhado gerados no governo Lula, incluindo os funcionários públicos.

Em relação ao crescimento da economia no segundo trimestre, cuja desaceleração será conhecida na quinta-feira, o discurso será de que uma recuperação já está em curso e de que o PIB (Produto Interno Bruto) de 2006 deverá fechar o ano mais próximo dos 4% do que dos 3,5%. Em conversa informal, um ministro estima crescimento em torno de 1% no segundo trimestre na comparação com o primeiro trimestre (1,4%).

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